Capítulo 104: Iguana

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A decoração do restaurante era de requinte e bom gosto, além de ter uma visão panorâmica da pista de turfe. Iguana estava sentado ao lado da loira de vestido dourado quando Paula adentrou o recinto. Mesa 13. Havia feito com antecedência a reserva de uma mesa mais adiante, a 9, onde ficaria à vista de Iguana. Não imaginara que seria convidada a sentar na própria mesa dele.

Iguana abriu um sorriso ao se levantar. Era charmoso de forma profissional.

— Boa noite, Dama de Vermelho — puxou-lhe uma cadeira.

— Boa noite, cavaleiro — disse ao sentar.

— Você quis dizer cavalheiro — a loira a corrigiu com um sorrisinho no rosto.

— Não. Cavaleiro — olhou para Iguana. — Imagino que deva montar esta égua sentada ao seu lado — apontou para a loira.

Iguana primeiro olhou surpreso para a companheira, depois desatou a gargalhar. A loira inflou de ódio, fuzilando a recém-chegada com o olhar.

— Ela parece nos conhecer bem, Melina — ele disse.

— É brincadeira — Paula piscou para ela, esbanjando todo ar de superioridade que conseguia. — Apenas uma piada de jóquei. Onde está seu sendo de humor?

— Tão bem vestida, não imaginei que fosse uma palhaça. Engana bem — rebateu Melina tentando se sobrepor.

Iguana divertia-se visivelmente.

— Alguém devia filmar isso! — riu tomando um gole do vinho posto sobre a mesa.

— Não vim aqui para entreter você, cavalheiro — Paula ousou dizer. Estava usando ao máximo seu atrevimento para manter a personagem e contornar o que quer que houvesse dado errado.

— Tem razão — Iguana parou de rir, mas manteve o sorriso charmoso. Paula sentia-se tão intimidada quanto enfeitiçada pelo olhar ladino dele. — Vamos ter uma conversa de gente grande.

— A sós — Paula disse firmemente. — Se quiser conversar, dispense sua vadia.

Melina fez menção de levantar e atacar, mas com um breve gesto com a mão Iguana a conteve.

— Você ouviu a moça, Melina.

— Mas Iguana... — ela o olhou estarrecida.

Ele nada disse. Apenas manteve o olhar nos dela. Por mais que a expressão dele não fosse séria, seus olhos enviavam uma mensagem bem específica.

Melina engoliu o orgulho, baixou a cabeça e se levantou, afastando-se e deixando para trás o rastro de humilhação.

— Por que tanta hostilidade? — perguntou com o mesmo sorriso.

— Ela me ameaçou.

— Melina exagera. Eu só pedi para ela convidar você para o jantar.

— Foi basicamente o que ela disse. Com o acréscimo do que seus homens fariam comigo caso eu recusasse.

Ele deu uma risada, mas não negou.

— Ela ficou com ciúmes. Como sabe que ela não é minha esposa?

— Você usa aliança e ela não. Deduzi que era sua acompanhante.

Na verdade, esta era uma das informações dadas pelo aplicativo. Iguana era, sim, casado, mas jamais saía com a esposa, apenas com acompanhantes ou mulheres que conquistava e mantinha ao seu lado para dar sorte.

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