(Ouça enquanto lê!)
Paula flutuava com o corpo completamente relaxado. Mas sua mente não estava. Havia tomado todas as decisões que a afligiam. Sabia que não haveria volta; tudo que fizesse a partir dali moldaria quem ela seria. Pessoas se machucariam, mas era o melhor a ser feito. Uma parte dela havia morrido na capela. Os três tiros que achou que seriam para ela mataram o que considerava ser seu lado bom. Se algo havia restado, as chamas haviam se encarregado de destruir. Estava disposta a construir seu próprio império, e para isso, tinha um plano.
Seu fôlego se foi. Impulsionou-se no fundo da piscina e nadou até a superfície. Era noite de julgamentos. Noite de decisões.
.
Anabela abriu a porta.
— Meu Deus, por que não respondeu minhas mensagens? Eu tive que ir até sua casa falar com seus avós, mas não tinha ninguém lá.
— Meu avô está no hospital, e minha avó está com ele.
Paula entrou no apartamento e Anabela fechou a porta.
— O que aconteceu? Que história era aquela de sequestro?
— Uma pegadinha do Libório e do Antunes. Não era pra você ter visto, apenas meu avô. É uma brincadeira deles.
— Sério? Meu Deus! Eu quase morri do coração! Então por que ele está no hospital?
— Coisa de velho. Dores na coluna.
— Ah, sim... Você está bem?
— Estou, sim.
— Está estranha.
— Estou?
— É.
— Impressão sua.
Anabela analisou-a por um momento. Paula olhava para os objetos vermelhos do apartamento e para cada detalhe.
— Você tem notícias do Aquiles?
Paula Arqueou as sobrancelhas.
— Não.
— É que ele veio devolver meu celular e foi embora. Não atendeu minhas ligações nem respondeu minhas mensagens.
— Deve estar ocupado.
— Você vai ficar aí em pé? Eu te conheço, Paula. O que aconteceu?
— Você não me conhece. Assim como não conheço você.
Anabela franziu o cenho.
— Como assim, Paula?
Paula andou até a poltrona de veludo vermelho e alisou o encosto.
— Aqui era como uma casa pra mim.
— Paula!
— Você se encontrava com Júlio pelas minhas costas?
Anabela empalideceu.
— Não sei o que...
— Sim ou não?
— Uma ou duas vezes. A gente fazia aqueles joguinhos de putaria, já transamos os três, lembra? Qual o problema?
— O problema é não ter me falado.
— Aconteceu. Não significou nada. Você nem gostava dele...
— Mas gostava de você.
— Quem te disse isso? — Anabela não conseguia disfarçar o nervosismo. — O próprio Júlio?
— Você era a única pessoa que eu confiava contar meus segredos mais sombrios. E você abriu a boca para o primeiro que apareceu. Pra quantos mais você falou de mim, Anabela?
Anabela arregalou os olhos.
— Aquiles? Aquiles te contou? Que filho da puta! Paula, eu estava bêbada... Eu...
— Talvez você esteja certa. Talvez o que aconteceu comigo quando era criança, ou os genes da desgraçada da minha mãe tenham feito de mim uma puta.
— Paula, por favor, me perdoa — começou a chorar. — Eu juro que não fiz por mal...
Paula pegou o celular no bolso e mexeu na tela.
— Como puta, devo agir como tal. É quem eu sou, não é? Não tem como fugir de quem você é — mostrou um vídeo.
Anabela entrou em choque.
Paula de quatro, sendo penetrada por Aquiles por trás enquanto segurava o celular.
— Ela está apaixonada, Aquiles — dizia ela no vídeo. — A boceta dela é mais gostosa que a minha?
— Nem se compara. Ela fode como uma boneca inflável.
Paula fez uma cara de pena para a câmera.
Anabela desferiu um tapa no celular, mas Paula puxou o aparelho a tempo.
— Sua puta desgraçada! — o rosto pálido de Anabela ficou vermelho de raiva. Avançou sobre Paula, que se que se esquivou, agarrando seu cabelo e empurrando seu corpo esguio contra a parede.
Anabela bateu a lateral do rosto, desequilibrando e caindo no chão.
— Cuidado. Putas são perigosas.
Ficou no chão, olhando para aquela mulher que desconhecia. Paula estava possuída, não havia explicação. Não podia ser real.
— Eu nunca tentei tomar o que é seu. É que nunca houve competição. Eles tinham que escolher entre você e eu, e... por favor. Você é patética, Anabela.
— Vocês... Vocês riram de mim — Anabela entregou-se às lágrimas.
— Sim. Pra conseguir gozar com você ele me imaginava, sabia? Fechava os olhos e imaginava.
Paula deu as costas, saindo pela última vez daquele apartamento.
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O que acham da vingança de Paula? E se ela fez isso, do que mais é capaz?
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Clube Proibido [completo]
Mystery / ThrillerAté onde vão os limites da luxúria e do desejo? Para o Clube, eles não existem. Sem tabus, sem pudores, sem vergonha... Jovens deliciosos, irresistíveis, mestres na arte da sedução, prontos para realizar as mais impensáveis fantasias de estranhos. ...