Capítulo 169: Melhor amiga

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(Ouça enquanto lê!)

Paula flutuava com o corpo completamente relaxado. Mas sua mente não estava. Havia tomado todas as decisões que a afligiam. Sabia que não haveria volta; tudo que fizesse a partir dali moldaria quem ela seria. Pessoas se machucariam, mas era o melhor a ser feito. Uma parte dela havia morrido na capela. Os três tiros que achou que seriam para ela mataram o que considerava ser seu lado bom. Se algo havia restado, as chamas haviam se encarregado de destruir. Estava disposta a construir seu próprio império, e para isso, tinha um plano.

Seu fôlego se foi. Impulsionou-se no fundo da piscina e nadou até a superfície. Era noite de julgamentos. Noite de decisões.

.

Anabela abriu a porta.

— Meu Deus, por que não respondeu minhas mensagens? Eu tive que ir até sua casa falar com seus avós, mas não tinha ninguém lá.

— Meu avô está no hospital, e minha avó está com ele.

Paula entrou no apartamento e Anabela fechou a porta.

— O que aconteceu? Que história era aquela de sequestro?

— Uma pegadinha do Libório e do Antunes. Não era pra você ter visto, apenas meu avô. É uma brincadeira deles.

— Sério? Meu Deus! Eu quase morri do coração! Então por que ele está no hospital?

— Coisa de velho. Dores na coluna.

— Ah, sim... Você está bem?

— Estou, sim.

— Está estranha.

— Estou?

— É.

— Impressão sua.

Anabela analisou-a por um momento. Paula olhava para os objetos vermelhos do apartamento e para cada detalhe.

— Você tem notícias do Aquiles?

Paula Arqueou as sobrancelhas.

— Não.

— É que ele veio devolver meu celular e foi embora. Não atendeu minhas ligações nem respondeu minhas mensagens.

— Deve estar ocupado.

— Você vai ficar aí em pé? Eu te conheço, Paula. O que aconteceu?

— Você não me conhece. Assim como não conheço você.

Anabela franziu o cenho.

— Como assim, Paula?

Paula andou até a poltrona de veludo vermelho e alisou o encosto.

— Aqui era como uma casa pra mim.

— Paula!

— Você se encontrava com Júlio pelas minhas costas?

Anabela empalideceu.

— Não sei o que...

— Sim ou não?

— Uma ou duas vezes. A gente fazia aqueles joguinhos de putaria, já transamos os três, lembra? Qual o problema?

— O problema é não ter me falado.

— Aconteceu. Não significou nada. Você nem gostava dele...

— Mas gostava de você.

— Quem te disse isso? — Anabela não conseguia disfarçar o nervosismo. — O próprio Júlio?

— Você era a única pessoa que eu confiava contar meus segredos mais sombrios. E você abriu a boca para o primeiro que apareceu. Pra quantos mais você falou de mim, Anabela?

Anabela arregalou os olhos.

— Aquiles? Aquiles te contou? Que filho da puta! Paula, eu estava bêbada... Eu...

— Talvez você esteja certa. Talvez o que aconteceu comigo quando era criança, ou os genes da desgraçada da minha mãe tenham feito de mim uma puta.

— Paula, por favor, me perdoa — começou a chorar. — Eu juro que não fiz por mal...

Paula pegou o celular no bolso e mexeu na tela.

— Como puta, devo agir como tal. É quem eu sou, não é? Não tem como fugir de quem você é — mostrou um vídeo.

Anabela entrou em choque.

Paula de quatro, sendo penetrada por Aquiles por trás enquanto segurava o celular.

— Ela está apaixonada, Aquiles — dizia ela no vídeo. — A boceta dela é mais gostosa que a minha?

— Nem se compara. Ela fode como uma boneca inflável.

Paula fez uma cara de pena para a câmera.

Anabela desferiu um tapa no celular, mas Paula puxou o aparelho a tempo.

— Sua puta desgraçada! — o rosto pálido de Anabela ficou vermelho de raiva. Avançou sobre Paula, que se que se esquivou, agarrando seu cabelo e empurrando seu corpo esguio contra a parede.

Anabela bateu a lateral do rosto, desequilibrando e caindo no chão.

— Cuidado. Putas são perigosas.

Ficou no chão, olhando para aquela mulher que desconhecia. Paula estava possuída, não havia explicação. Não podia ser real.

— Eu nunca tentei tomar o que é seu. É que nunca houve competição. Eles tinham que escolher entre você e eu, e... por favor. Você é patética, Anabela.

— Vocês... Vocês riram de mim — Anabela entregou-se às lágrimas.

— Sim. Pra conseguir gozar com você ele me imaginava, sabia? Fechava os olhos e imaginava.

Paula deu as costas, saindo pela última vez daquele apartamento.


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O que acham da vingança de Paula? E se ela fez isso, do que mais é capaz?

Clube Proibido [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora