Capítulo 26: Demônio (parte 4)

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Ângelo estava confuso. A enfermeira trancara a porta por quê? Estava em pé, diante dele, abrindo seus olhos e conferindo suas pupilas. Sentiu o aroma doce de seu perfume.

— Onde você sente dor?

— Na cabeça e na perna.

— E no peito? — ela apalpou o peito dele, ruborizando-o.

— Não, aí está tudo bem.

— Sente esta parte de seu corpo? — fez um sinal com a mão na região da genitália.

— Normal.

— Sentiu dores ao urinar?

— Não.

— É normal em acidentes envolvendo as pernas, os nervos genitais serem comprometidos. De acordo com seu prontuário, há uma chance grande de você ficar impotente se não cuidar.

— Impotente? — a ideia era assustadora. — Está tudo bem com... com ele. Como disse, não senti dores.

— Pode demorar um pouco. Só vai saber realmente quando ficar excitado, quando o sangue fluir pra esta parte. Se não houver hemorragia, está tudo bem.

Ângelo ficou calado, pálido. Estava realmente assustado.

— Mas relaxa, tudo bem? Estou aqui justamente pra examinar você e minimizar sua dor.

— Faça o que tiver que fazer, por favor! Estou noivo, não posso ficar impotente tão jovem!

— Onde ela está?

— Vindo pra cá. Estava em um congresso.

— A voz dela te acalma?

— Bastante.

— Pois bem! É importante que você converse com ela, para seu corpo relaxar enquanto faço seu exame. Tem como ligar para ela?

— Agora?

— Sim.

— Não acho que seja necessário...

— Vai ter que confiar em mim. Garanto que se seguir minhas instruções vai correr tudo bem.

Ângelo hesitou, mas pegou o celular.

— Antes de ligar, saiba que estarei sendo profissional. Seu cérebro precisa de serotonina e dopamina em altas doses. Pra isso, darei um estímulo visual.

Abriu alguns botões do jaleco, revelando o decote generoso. Ângelo engoliu em seco, sem acreditar que aquilo estivesse sendo real.

— Está nervoso?

— Muito! — gaguejou, sem saber ao certo como reagir.

— Me dá essa mão — levou a mão dele ao seu seio. — Aperte.

Ângelo estava trêmulo, mas o sangue imediatamente começou a irrigar sua área genital, causando-lhe uma instantânea ereção. Aquilo era real?

A enfermeira sorriu.

— Agora ligue pra sua noiva e se declare pra ela. Diga coisas bonitas. Esqueça que estou aqui, OK? Aconteça o que acontecer, não desligue o telefone, apenas fale com ela.

— Tudo... Tudo bem...

Mesmo sem saber o que diabos era aquilo, Ângelo já estava tão excitado com aquela deusa debruçada sobre ele enquanto apalpava seu seio macio, que iria até o fim. Faria o que ela mandasse. Agora entendia por que ela havia trancado a porta. Que seio delicioso! Invadiu com a mão o decote, colocando o seio inteiro para fora. Com a outra mão, discou o número.

Um toque, dois toques — A enfermeira começou a acariciar seu membro por sobre a calça. — outro toque...

— Está reagindo bem — ela sussurrou. — Tem bastante sangue por aqui.

— Oi, amor — disse Ângelo, com a voz trêmula. — Tudo, tudo bem comigo sim — ouviu-a. — Escuta, eu queria que você estivesse aqui... — Ele e a enfermeira trocaram olhares. Ambos sabiam que, ao menos naquele momento, não era verdade. — Dirigindo neste momento? Cuidado com a estrada, amor... — Sentiu a mão da enfermeira entrar em sua bermuda, agarrando seu pênis e masturbando-o devagar.

— Faça uma declaração de amor — sussurrou ela. Ângelo sabia que se não a obedecesse ela pararia o que estava fazendo, e isso era a última coisa que queria.

— Ana, eu te amo... Escuta, escuta o que tenho a dizer... — falava com a respiração pesada. O coração era uma escola de samba. — Estou bem sim, só meio grogue. Você é a razão da minha vida, sabe? — olhava para a enfermeira masturbando-o e sorrindo. — Com esse acidente eu percebi que... — Do nada, a enfermeira caiu de boca em seu pênis, enquanto o olhava nos olhos. Sua mão desgrudou-se do seio dela, já que ela mudou de posição.

Nossa, que delícia! Mama, safada! Mama nesse pau... Nossa, que loucura!

— Oi? Sim, amor, dizia que com este acidente eu vi... o quanto você é especial em minha vida... O quanto eu não me imagino neste mundo sem... Ah! — gemeu. — Sem você... Não, não, são as dores, amor... Dói tanto...

Ângelo ouviu a noiva chorar do outro lado da linha, emocionada com a declaração. Imediatamente bateu o peso na consciência, ao mesmo tempo em que a enfermeira interrompia o sexo oral, cobrindo seu pênis com a bermuda. Enquanto ouvia Ana em prantos dizer-lhe palavras de amor, a enfermeira ajeitou o jaleco, abotoando-o e caminhou até a mesa e pegou o material que havia deixado lá. Onde ela estava indo? Embora?

Ela acenou para ele, já com a mão no trinco. Ângelo fez final para que ela parasse, mas não teve coragem de interromper Ana. Sentiu-se horrível por aquilo, mas já era tarde. O mal havia sido feito. O demônio acabava de sair pela porta com seu dever cumprido.


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Já falei que sou fã da Paula?

Clube Proibido [completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora