Capítulo 22: Aplicativo

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Usuário: #Feiticeira    Senha: YRGH5624

Fechou a mensagem. Percebeu haver um ícone novo na área de trabalho em formato de "C" em neon vermelho. No canto superior direito do ícone havia um balão com o número um, indicando nova notificação. Clicou no ícone.

Abriu-se uma tela de login. Reabriu a mensagem. Copiou usuário e a senha, que aparentemente era aleatória.

Uma tela de layout simples foi aberta.

Havia uma faixa de cor escarlate na parte superior com o símbolo de uma engrenagem no canto esquerdo e um X no direito; no corpo do aplicativo em um vermelho mais vivo, três caixas com letras em efeito neon:

DESAFIOS ABERTOS

DESAFIOS PRIVADOS

PONTUAÇÃO

Ao lado de "desafios abertos" havia um pequeno círculo com o número um. Paula clicou.

A nova tela lembrava a de contatos do WhatsApp, mas só com apenas um contato: um círculo com a foto de um homem de óculos. Na frente, o número 100 e mais adiante, um círculo menor, verde. Na parte superior, a mesma borda escarlate, com o acréscimo da opção "voltar". Paula imaginou que o número era relacionado à pontuação, mas não entendeu a bolinha verde.

Paula clicou na foto de perfil.

Uma nova página foi aberta. Um círculo maior, no centro, com a mesma foto da miniatura. Abaixo, os detalhes do desafio:

> Nome: Iranildo Santos Barbosa

> Valor: 100 pontos.

> Homem, 37 anos, heterossexual, casado.

> Particularidade: Nenhuma.

> Período válido: 72 horas.

> Desafio: Deve ser convencido a- -

Paula não conseguiu terminar de ler. A tela foi fechada com uma mensagem:

Este desafio acaba de ser aceito por #NinfetaRuiva.

Tão rápido?

A página inicial surgiu, desta vez a caixa "desafios abertos" não tinha o círculo com o número um. Mesmo assim Paula clicou:

Não há nenhum desafio aberto.

Então era assim que funcionava a coisa. Um aplicativo simples e direto, que pelo visto exigia que tomasse a decisão o mais rápido possível. Ficou um pouco olhando para a tela. Bebeu mais um gole da cerveja. Tentou pensar em outra coisa para diminuir a ansiedade.

Ludo!

Discou o número do colega. Estava preocupada com ele, queria saber como havia sido o encontro com Tânia, se é que havia ocorrido.

Um toque. Dois toques.

— Paula?

— Oi, Ludo. Tudo bem?

— Aconteceu alguma coisa?

Paula tinha que reconhecer que só ligava para ele para saber onde ele estava na hora de pegar carona. Ligar de manhã e tão cedo era no mínimo estranho.

— Só queria saber como você está. Tive um pesadelo — mentiu.

— Comigo?

— É.

— Tinha que ser um pesadelo se eu estava nele, né? — ouviu-o dar uma risadinha.

— Não seja dramático. Só queria saber se ainda estava vivo.

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