Princesa Merida

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One shot de Egle para Anna.

Eu continuo com toda a velocidade montada em Angus meu cavalo. Ele é meu bebê, preto com olhos negros, suas patas são brancas. Nós gostamos de aventuras, saltamos e galopamos. É difícil até para alguns dos soldados do castelo ou de meu bando, conseguirem nos seguir. Quando eu falo bando: é porque eu não concordo com a tirania de meu pai. Ele é o rei, tenho que acatar as suas decisões e ordens. Nem ferrando que eu faço! Ele decide eu ignoro, ele ordena eu contraordeno. Quer um exemplo? Eu sou Merida filha do rei Fergus e da rainha Elinor, eu moro na misteriosa região montanhosa e escarpada da Escócia. Não sou o biótipo de princesa. Gosto dos meus cabelos desalinhados, uso vestidos largos, desarrumados e não estou à procura de um pretendente. Pelo menos pretendente do sexo masculino, se é que você me entende?

Voltando ao exemplo: eu e meu bando somos o Robin Hood em nosso país e dos países que estão unidos às decisões do rei Fergus. Como diz uma amiga, meu pai é a treva de um marido, uma droga de pai e para os puxa saco de plantão um bom rei. Ele é tirano e não sabe como tratar uma mulher. Já convenci a minha mãe, e ela está seguindo meus conselhos. E agora tem um amante, o próprio braço direito do rei, o seu conselheiro. Ele sim sabe como tratar uma mulher. E faz da minha mãe uma rainha bem servida.

Hoje estamos aqui no meio de uma estrada estreita. Aguardando a guarda real e seu rei da montanha vizinha. Ele está indo em uma viagem longa para a Suécia. E vamos tirar deles os seus pertences mais preciosos. Eles normalmente levam muitas moedas, ouros e alguns artigos de louças e peças esculpidas. Tem uma bruxa aqui na região que é muito famosa por suas porções e peças esculpidas em madeira. Ela está indo com eles para apresentar suas peças ao rei da Suécia. Prometo não pegar nada dela, só quero que ela me faça um pequeno favor.

Ouço o barulho das pegadas dos cavalos e muitas vozes. Eles estão bem próximos. Estamos a postos e prontos para abordá-los. Assim que eles passam pela nossa marcação de intervenção, eles se assustam com meus homens encapuzados. Salto de Angus, mentira ele me joga de bunda no chão. Ele sempre faz dessas. Levanto-me e vou à procura de meu alvo, a bruxa.

Normalmente as bruxas ou são lindas mulheres estilo Mortiça da família Adams ou senhorinhas com caras de coitadas. Este não é o caso, a bruxa a minha frente, é uma senhorinha cheia de tatuagens, alargadores em suas orelhas e piercing no nariz. Admirada com a sua figura, me esqueço por alguns segundos o porquê preciso dela. Mas Angus como um ótimo cavalo e amigo, logo me toca com a cabeça grande. Ela me olha e me fala.

— Princesa Merida eu sabia que logo nos encontraríamos. E por isto já tenho a sua resposta. — sua voz é rouca, por conta do cachimbo que está fumando.

— Como sabe que sou eu, sua velha? Nem a conheço? — pergunto, pois estou de máscara e para o desespero de minha mãe com roupas masculinas.

— Nem precisa me conhecer, mas eu posso mostrar minhas lindas peças a troco de uma resposta? — ela quer me vender, eu vou cortar a garganta dessa mercenária de uma figa.

— E porque eu compraria as suas peças? Eu posso simplesmente levá-las agora e você nada pode fazer. — indago-a.

— Até pode. Mas não vai! E sabe como eu sei disso? — Ela me pergunta dando um trago em seu cachimbo fedorento.

— Olha! Eu não estou com tempo e nem paciência para as suas charadas. Então me diga logo o que preciso saber. E vou deixá-la sair daqui com todas as suas peças esculpidas na madeira, intactas. — falo irritada com a ousadia da velha bruxa.

— É um bom argumento, e vou aceitá-lo! Mas tenho algo mais atrativo para lhe dar, se me presentear com este lindo colar que está usando? — Ela olha para o meu pescoço.

Amigo Oculto LiterárioOnde histórias criam vida. Descubra agora