Assassinato

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Assassinatos na madrugada

De Rosie para Pippa

Assistindo ao noticiário da noite, vejo um mar sem fim de notícias ruins, assassinatos, estupros, desaparecimentos. E me pergunto porque há tanta maldade nesse mundo.
As pessoas não se respeitam mais. Não há empatia, ou até mesmo algum temor.

Virou moda ser serial killer, e isso me causa asco. Um rosto na tela, uma jovem, morena, bonita, me leva alguns anos no passado. Mais precisamente 20 anos antes. "Era noite, chovia e estava frio, eu era novato no trabalho e na cidade, um jovem

recém chegado do interior. Vim por indicação da "Família".

Entrei naquele bar, o cheiro de bebida, drogas e sexo enchia o ar e quase senti o
vômito vir. Mas me controlei e sentei no balcão. O barman me olhou com estranheza, talvez fosse o fato de ser novo na área ou a bebida que pedi, água com limão. Eu não bebia, pelo
menos não álcool.

Olhava distraído tudo ao meu redor, quando a vi chegar, era como se o mar se abrisse e lá estava ela. Toda em dourado. Cabelos presos ao lado, uma cigarrilha e saltos mortais. Senti como se algo dentro de mim viesse a vida. Ela passou por mim e sorriu, não um sorriso tímido,
mas sim o de um leão que observa sua nova vítima. Gostei de seu sorriso e o retribuí.

A noite correu sem alterações. Eu em meu canto e ela cercada por seus admiradores.
Mas podia ver em seu rosto o tédio. Lá pelas 3 da manhã, decidi dar a noite por encerrada e saí. A chuva continuava a cair. Ajeitei a lapela da capa de chuva e segui meu caminho.

Não andei muito e senti alguém me observar. Cerca de 2 metros de mim, ela me olhava. E vi em seus olhos algo diferente. Um brilho avermelhado.

Ela se aproximou e chegando o mais perto de mim possível, disse em uma voz suave e melodiosa:
– Você não pode ir embora, ainda não brincamos.

Confesso que me deixei levar por ela, que me guiou até um beco escuro e começou a
me beijar. Sentia sua língua maliciosa correr meu pescoço e seus dentes roçarem minha pele.

Ela me deu um beijo mais forte e disse em um tom tedioso que era uma pena ter que comer seu brinquedo. E abrindo a boca, me deixou ver dentes afiados e seu olhar era desprovido de vida. Mas antes que ela pudesse me atacar, fui mais rápido e cravei nela minha Adaga. Bem em seu coração.

Caindo no chão ela ainda me olhou e disse:
— Como????

Foi a minha vez de mostrar meus dentes a ela e crava-los em seu pescoço me
alimentando de sua alma. O que ela não sabia era que eu estava a espera dela. Da dama da noite para matá-la. E
que a "Família" a qual eu pertencia era um clã milenar de assassinos e demônios . E eu era seu mais novo membro, graças ao meu primeiro assassinato. O seu

"Vejo meu celular vibrar e uma foto aparece na tela. Me levanto metódica e linearmente e pego minha capa de chuva, continua a chover. Então olho para o céu e saio.

Mais uma presa me aguarda. O que é ótimo, pois sinto fome. Penso ao sentir as almas dentro de mim gritarem em antecipação pelo próximo morador. A vida é assim, noite após noite caçando, matando e me alimentado nas madrugadas. Já não sei ao certo o tanto que matei, mas dela, da minha dama da noite jamais esquecerei

Amigo Oculto LiterárioOnde histórias criam vida. Descubra agora