De Daiane para Felipe.
Quando era criança eu tinha sonhos estranhos, e eles sempre envolviam um garoto. Eu não sabia quem era, mas ele sempre aparecia.
Um sorriso brilhante, cabelos curtos e negros arrepiados como se estivessem flutuando no ar, olhis azuis profundos como se guardasse o mar dentro deles é a pele branca, tão branca, como ae se nunca tivesse visto o sol antes.
Nos meus sonhos ele sempre estava rindo, ou sorrindo pra mim, e era tão lindo. Nós ficávamos correndo por aí, não sei onde, nunca consegui ver, mas eu sempre corria atrás dele tentando pega-lo, mas nunca conseguindo o alcançar.
De qualquer forma, eu achei que isso um dia ia acabar, que eu pararia de sonhar com ele. Talvez eu o tenha visto no parque em vou para brincar nos dias de domingo ou pelais corredores da escola. Não sei.
Mas o caso é que isso não parou, a medida em que eu ia crescendo, ele parecia crescer comigo.
O seu sorriso, eu não entendia, ele parecia ficar ainda mais lindo com o passar dos anos.
Mas um dia eu deixei de ser criança, e acho que ele também.
Aquele sorriso sempre divertido passou a significar outra coisa, eu me lembro de ter perguntado minha mãe uma vez "como era um sorriso apaixonado" e ela me respondeu "Veja bem Erick, um sorriso apaixonado é quando os olhos da pessoa sorriem junto." E os olhos daquele garoto pareciam sempre sorrir pra mim e eu não conseguia ver, mas tinha certeza de que os meus sorriam pra ele também.
Mas é claro que eu não podia esquecer da famosa fase da pre adolescência, onde nossos hormônios pareciam sempre estar no seu auge. Eu devia ser uns 15 ou 16 anos, e eu sempre acordava de manhã suado e com uma canana armada sobre as calças do pijama, isso quando eu não despertava de madrugada com a cueca completamente suja e pegajosa, era horrível.
Mas os sonhos... nós sempre estávamos nos beijando de forma completamente afobada como verdadeiros adolescentes com as mãos enfiadas dentro das calças um do outro.
E claro, para minha completa infelicidade, não passávamos disso, eu sempre acordava na melhor parte. O que sempre me fazia descontar todas essas frustrações em punhetas solitárias no meu quarto ou em alguma festa aleatória com uma ou duas garotas ou garotos aleatórios.
Quando estava próximo dos meus 20 anos, já havia se tornado provocação, pura e simples provocação.
Não sei dizer, acho que estávamos em uma praia, o sol era alto e eu sempre o via saindo do mar, completamente nu, me encarando com um olhar provocativo, completamente sacana, sua pele branca brilhava sobre os raios solares e ele sempre passava a mão sobre os cabelos molhados os arrepiando ainda mais, exibindo músculos que eu nem sabia que ele tinha.
Filho da mãe.
E eu vergonhosamente admito que as punhetas se tornaram frequentes, muito frequentes.
E neste momento, cá estou eu, com meus 23 anos morando sozinho em um apartamento próximo a praia de Copacabana, trancado em meu banheiro praticando o mesmo ato que se tornara tão comum na minha desde que os sonhos com esse homem tomaram tal rumo, me masturbando em baixo do chuveiro após mais um sonho excitante.
Desgraçado, eu nem se quer sabia seu nome, se ele se quer existia, mas real ou não, meu corpo nunca clamou tanto por outro assim.
A água descia gelada por mas eu me sentia quente imaginando aquelas mãos me tocando forte, aquela boca sempre rosada me marcando e descendo cada vez mais por meu corpo até chegar em meu membro completamente duro e pulsante.
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Amigo Oculto Literário
Historia CortaSorteio entre amigos do grupo do Whatsapp ajudando escritores, em que cada participante recebe em sigilo o nome de outro a quem deve presentear com uma one shot.