O Grande Lobo

17 1 6
                                    

De Igor para Katlin

Hoje esta fazendo um daqueles dias que são tão frios que sinto meu corpo como se estivesse congelando, sair da cama é com certeza a parte mais difícil. Levanto visto um vestido marrom grosso calço minhas botas e vou em direção a cozinha para ajudar minha mãe.
   Ando pela casa e o único barulho que ouço é o da chuva fina que cai La fora, trazendo junto um vento leve, mas com força suficiente para passar pelas frestas da velha casa de madeira e me gelar a alma. Fica fácil perceber que minha mãe e meu pai não estão em casa, pois os dois sempre acordam muito cedo para cuidar dos afazeres da fazenda, vou até o quarto de meu irmão mais novo e vejo uma cama desarrumada também vazia. Começo a estranhar pois não lembro um dia se quer onde meu irmão tivesse acordado tão cedo.
   Resolvo sair para ver se os encontro. Estou com uma sensação muito estranha, paro em frente à porta antes de abrir me certifico de colocar um casaco por cima do vestido pois deve estar ainda mais gelado lá fora.
  Assim que abro a porta e vou descer as velhas escadas de madeira olho para baixo e percebo duas cestas com frutas recém colhidas uma em cada degrau e ao lado da cesta maior um envelope grande, um livro e algo que me parece algum tipo de manual ao lado. Me estranha muito tudo o que esta acontecendo, não consigo dar um passo se quer e paralisada tento gritar para ver se alguém me escuta. De nada adianta, por mais que eu encha os pulmões a voz não sai. Sinto a porta bater com muita violência atrás de mim e percebo também que agora nem ao menos meu corpo consigo mexer, não sinto mais nada nem mesmo o frio que a pouco sentia.
   Muito apavorada consigo me recuperar daquele estado de pavor pego uma das cestas recolho o envelope e o resto das coisas e quando me viro para retornar a casa, não tenho forças para abrir a porta viro rapidamente para o outro lado e não enxergo nada alem de um grande nevoeiro que vem tomando conta de tudo. Não me resta alternativa que não seja a de ir em direção a floresta para tentar ao menos não ser engolida pelo nevoeiro.
  Corro com todas as minhas forças e mesmo aquele cesto estando pesado e dificultando a minha corrida não consigo solta-lo. Sinto um clarão em meus olhos e logo em seguida a escuridão toma conta de tudo e meu corpo desmaia quase que em câmera lenta antes de tocar o chão sinto algo me segurar e apago.
  Acordo no sofá de minha casa e a luz da lareira é a única coisa que clareia o ambiente tento me levantar meu corpo esta pesado, olho para o lado vejo um jarro com água quando tento esticar as mãos para pegar sem querer o derrubo, com o barulho percebo algo próximo a lareira se mexer rapidamente, e quando olho em sua direção não acredito no que vejo.
  A sombra de um cachorro ou um lobo começa a vir em minha direção, fecho os olhos para ver se não estou em um pesadelo e quando abro novamente enxergo somente uma imagem distorcida de um rosto que deixaria atônito qualquer ser.  “fique tranqüila Katlin, logo tudo passara” Reconheço a voz como sendo a de meu pai e respiro aliviada. Quando vou perguntar sobre o que estava acontecendo ele começa a se transformar em um grande lobo e no fim de sua transformação escuto... “perdoe-me minha filha, mas não consigo mais controlar minha fome, logo estará junto de seu irmão e sua mãe”

Amigo Oculto LiterárioOnde histórias criam vida. Descubra agora