Operação Big Hero

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De Ariane para Lucas

– Ela ainda está viva, eu preciso salvá-la. Está comigo, Baymax?

– Voar me faz um melhor agente de saúde. – concorda tomando impulso.

Ao entrar no campo magnético, Hiro e o robô inflável se deparam com um universo paralelo rodeado de nuvens azuis e lilases. Seria um local bonito, não fosse a circunstância. Os detritos da destruição da empresa de Alistair Krei atrapalham a dupla, mas eles logo avistam a cápsula de Abigail Callaghan, filha do professor Robert.

Apressados, desviam rapidamente dos restos de construção para sair daquele lugar antes que seja tarde demais. Só não esperavam um acidente quase na borda. Para salvar Hiro e Abigail, o robô é atingido e perde parte da sua armadura. Não há mais tempo para imprevistos, o campo está se fechando.

– Baymax! – grita Hiro desesperado.

– Propulsões inoperantes. – alerta vendo que seus pés já não possuem mais o poder de voar.

– Me dê sua mão.

O jovem até consegue pegá-lo, mas só há uma forma de salvá-los. Sem pensar, Baymax ativa o soco da sua armadura para impulsionar Hiro e a cápsula de Abigail de volta para casa.

– Não posso ser desativado até você dizer que está se sentindo melhor.

– Não, não. Espera! Você não…

– Vocês são pacientes, e a saúde de vocês é importante.

– Para! Eu não posso…

– Está se sentindo melhor?

– Não! Temos que pensar em outra coisa. Eu não vou deixar você aqui. Eu só preciso pensar.

– Não há tempo! Está se sentindo melhor?

– Não… – Hiro afirma chorando. – Não posso permitir isso!

– Sempre estarei com você!

Hiro, de coração, não quer deixar seu amigo naquele lugar, porém, sabe que não há outra saída. Os dois se encaram por alguns segundos e um abraço apertado sela os próximos passos. É uma despedida.

– Eu estou me sentindo melhor. – o garoto, enfim, consegue dizer.

Enquanto a cápsula segue para fora dali, salvando a vida de Hiro e Abigail, o robô cai e se perde na imensidão das nuvens azuis e lilases.

***

– Não! Baymaxxxxx…

Hiro está desesperado, mas logo percebe que estava de olhos fechados, deitado em sua cama.

– Foi um sonho? – pergunta para si mesmo extasiado, levantando-se rapidamente e caindo. – Ai! – reclama do mal jeito.

Ao levantar os olhos, não consegue conter a alegria e o entusiasmo. Na sua frente, andando engraçado está Baymax. O seu Baymax!

– Em uma escala de 1 a 10, qual o nível da sua dor? – questiona o robô inflável.

– Baymax! Você está vivo!

– Vivo? Não, não estou vivo. Sou um robô.

– Ahhh que saudade! – o garotinho agarra seu amigo.

– O que está acontecendo aqui? Baymax, você tem que gostar mais do seu dono! – uma voz familiar invade seus ouvidos.

Hiro não acredita naquilo. O dia está muito estranho! Não! Não seria possível. Não estava ficando louco. Ou estava? Foi tudo um sonho? Uma obra da sua imaginação?

– Tadashi. Tadashi, é você?

Os irmãos correm um em direção ao outro, caindo no chão de tanta euforia. Hiro não entendia nada, porém, se fosse um sonho, dentro de um sonho, ficaria feliz mesmo assim por rever Tadashi.

– Eu estou sonhando, né? – tomou coragem para perguntar.

– Na verdade, não.

– Como então? … Você…  Baymax…

– O professor Callaghan e a Abigail se juntaram a GoGo Tomago, Wasabi, Honey Lemon e Fred para criar uma máquina do tempo. Alistair Krei financiou tudo.

– Má… máquina do tempo? Então, você se salvou do acidente?

– Sim! Professor Callaghan me colocou junto com a proteção de microbôs na hora da explosão.

– E tudo que fizemos antes? Simplesmente não aconteceu?

– Não, mas pelo jeito sua mente de alguma forma se lembra pelos sonhos. Ouvi você gritar por Baymax e acordar assustado.

– Sim, eu sonhei com tudo. Nossa! Que coisa estranha.

– Depois que fui salvo do acidente, usamos os microbôs para salvar Abigail.

– Estamos todos bem, então?

– Por enquanto sim, meu irmãozinho. Por enquanto sim.

Hiro e Tadashi descem para tomar um reforçado café da manhã com tia Cass, que era só sorriso pela família reunida. Em seguida, seguem com Baymax para o Instituto de Tecnologia de San Fransokyo. Afinal, uma coisa era certa: por enquanto, as coisas estavam bem. Vai saber até quando?

Amigo Oculto LiterárioOnde histórias criam vida. Descubra agora