O fim é apenas o começo

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One de Isequiel para Julio.

Acordar, com certeza era algo complicado, me levantei quando o terceiro despertador tocou ou era o quarto, enfim eu apenas me levantei e fiz as mesmas coisas que eu fazia por três anos. Tomei banho, tomei café que eu havia feito noite passada e devorei um pão com queijo e presunto.

  Um chiado irritante veio de dentro do meu quarto, fui até o mesmo e quase fui cegado pela forte luz emitida pela TV. Andei pelo quarto tateando a parede com um tinta azul desbotada até chegar na minha cama e pegar o controle, apertei várias vezes o botão de desligar e nada mudou, fui até a tomada, levei um choque ao pegar no fio descascado da TV antes de tira-lo da tomada.

   Atravessei por alguns cômodos com luzes apagadas até chegar na cozinha, nunca deixei mais de uma luz acessa em casa eu odiava a luz, odiava pessoas, mas acima de tudo odiava ter que sair de casa. Resolvi olhar meu estado na frente de um espelho; o resultado não era nada além do que eu esperava. Meu cabelo estava grande a ponto de cobrir por completo meus olhos, deixei meu olho castanho descoberto pelo cabelo, enquanto o Preto ficava escondido, sim, eu tenho heterocromia, e não, não é algo maneiro, não para uma pessoa que gosta de passar despecepida pelos lugares.

   O relógio marcava 6:00 quando saí para a escola, trinta minutos depois saí de dentro da lata de sardinha gigante que as pessoas chamavam de ônibus. Restando meia hora para o início das aulas fui para o local de sempre, uma árvore que ficava na praça no fundo do colégio, mas haviam pessoas lá, alguns desmiolados que só sabiam pensar com a cabeça de baixo.

  -Olha só se não é o aberração.- Falou o rapaz loiro que usava uma camisa rosa.
 
   -Ei rubble, acho que ele não gosta muito de nós- o garoto moreno falou olhando para o loiro havia uma listra cortando o cabelo deles, será que não percebiam que aquilo era tão... desprezível?

   Me virei pronto pra sair dali, não queria ser contaminado pelas baboseiras daqueles caras, foi quando senti alguém segurar meu braço me virei e vi que era o rapaz moreno que estava junto ao tal rubble.
  
  -Não, não, não sem antes pedir desculpa ao chefe por invadir seu território.-  o que ele estava falando? Fiquei calado e apenas tentei me soltar, mas ele apenas segurou meu braço mais firme - por acaso é surdo?

  -Ah! Aí está você.- Uma garota morena de cabelos cacheados veio em minja direção. - te procurei por toda a escola, oi Rubbles, oi Marcus, se não se importam eu vou levar meu amigo agora.

  -Ok, já estava com os pelos do meu nariz queimando devido o cheiro desse cara.- Marcus voltou a sentar-se ao lado de Rubbles e a garota de cabelos cacheados me levou até um dos corredores no interior do prédio do colégio.

  -Olha, eu sei que isso foi algo repentino, mas a partir de hoje você deve ter cuidado, pois aqueles caras são perigoso- Eles é quem deviam ter cuidado comigo. Ela estendeu sua mão para me cumprimentar - sou Paola

  Desci as escadas sem responde-la, eu sabia quem era ela. Paola Westx, filha de Daniel Westx, chefe dos licantropos da região Sul da cidade. Todo início de ano era a mesma coisa alguns deles entravam para a escola e ficavam de vigia nos Del Caron, grupo de vampiros que haviam tomado o lado oeste e norte da cidade, a região leste era dominada pelo clã Hubris; os membros eram uma nova espécie de guerreiros, tão ferozes quanto os filhos da noite e os bebedores de sangue.

  Primeiro dia de aula é sempre um saco, sempre a mesma baboseira de "fale um pouco sobre você", "o que está achando da escola", etc. Eu usava um nome falso, Andrew Santos Roger , eu odiava esse nome, mas foi o único que consegui.

  Eu estava a caminho da parada de ônibus quando vi Rubble e seu colegas entrarem em um beco repentinamente. Os segui, passando por pessoas que olhavam com curiosidade para mim, talvez estivessem se perguntando "o que diabos um aluno faz em uma boca de fumo"? Apenas ignorei os olhares que me seguiam pelo beco até que dois caras sem camisa me pararam.
 
  -onde pensa que está indo?- falou o que carregava uma arma de fogo.

Amigo Oculto LiterárioOnde histórias criam vida. Descubra agora