Amigo Oculto Literário

Os Instrumentos Mortais

One shot de Carol para Meg

Dois dias tinham se passado desde que Jace tinha saído da casa de Clary a levando em sua moto. As coisas que Valentim tinha falado não saíram de sua cabeça. Estava na biblioteca do Instituto quando ouviu passos atrás de si. Não precisou se virar para saber que era o seu antes e agora amado, irmão.

— Ainda aqui? Achei que tinha ido ao hospital visitar sua mãe. — ele se aproximou perto demais para que ela sentisse sua voz em seu ombro.

Sua mãe ainda estava sendo assistida pelos médicos, e a expectativa era que ela acordasse em breve. Bem, isso era o que as enfermeiras, cansadas das perguntas de Clary, respondiam sempre que ela perguntava.

Estava lendo um dos enormes e pesados livros que tinham mais sobre os caçadores de sombras. Não se cansava de ler e de aperfeiçoar suas habilidades. Ainda de costas para ele, sorriu fechando o livro que estava na mesa em sua frente.

— Fui pela manhã, mas Luke chegou na hora do almoço e insistiu para que eu o deixasse cuidando da mamãe. — disse se virando e cruzando os braços na frente do corpo.

Jace tinha a mesma expressão de quando fora em sua casa pela última vez. Podia se lembrar com clareza, olhos atentos, vontade reprimida e ainda sim, bonito.

— Está estudando um jeito de acreditar em mim quando digo que não somos irmãos? — ele falou se aproximando da enorme mesa marrom e apontando para o livro fechado em cima da mesma.

Clary o olhou levantando a sobrancelha direita. Jace estava mais direto do que se lembrava. Estava claro que odiara a ideia de ser seu irmão, tanto quanto ela. Porém, tinha dois dias que ele a cercava. Vivia dizendo que a escolha dela de se afastar não estava certa e que sentia que no fundo, não eram parentes.

Clary queria muito acreditar, mas como podia? Fora enganada a vida toda e agora a única certeza, ruim que tinha, era que o homem por quem tinha se apaixonado tinha virado, da noite para o dia, seu irmão.

— Jace, não está sendo fácil pra mim também. Você acha que é fácil te encarar todo dia aqui dentro?! Ou.. — ela fez uma pausa chegando perto dele. — Que é bom pra mim olhar nos seus olhos e ver, que o que eu sinto jamais será correspondido da forma como eu gostaria? — ela o encarou, agora frente à ele.

— Está se tornando cada dia mais fácil pra você se esquecer de mim. — ele a encarou e pela primeira vez, ela vira raiva em seus olhos.

— Se isso é uma espécie de brincadeira, não tem graça Jace.

— Eu estou cansado disso tudo. Não aguento mais! — disse e passou por ela se encaminhando em direção à porta da biblioteca.

— Aonde vai?

— Embora. Estou cansado. Vou viajar por uns tempos. — disse pegando uma mochila que estava no sofá da biblioteca.

— Pra onde vai? Eu preciso de você! Ninguém está seguro aqui Jace. — ela disse indo ao seu encontro e atrapalhando a passagem dele.

— Você ficará segura no Instituto. Hodge pode te proteger e se ele não for o baatante, você ainda vai ter Luke ou Simon. — ele a encarou. — E você agora faz parte da equipe.

— O que será da equipe sem você? — ela colocou as mãos  no seu peito o impedindo de andar.

— Uma equipe mais centrada e agora com você, completa. Você tem mais habilidade do que qualquer um de nós e agora, você sabe se cuidar sozinha. — ele disse passando por ela.

Clary não estava acreditando no que acontecia. Em três dias conseguira perder a mãe, o namorado e agora o irmão. Estava tudo indo de mal à pior.