O melhor Ano Novo de todos

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Katlin Caroline A.S

Olá Ana Clara, tudo bem?
Confesso que a comédia para mim é um desafio absurdo! Já fiz uma one sobre comédia e me custou bastante , nem sei se dá para chamar aquilo de comédia direito...
Vou fazer o melhor, espero que goste. Não esquece de deixar sua opinião aqui hein...
Boa leitura.

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02/01/2018             Florianópolis, SC

Amigo De papel,
Olá,  é um prazer imenso ter um novo diário para escrever. De um tempo para cá ter uma agenda, diário tornou-se uma necessidade para escapar da pressão da vida.

    Ao menos com o papel sei que posso contar. Sei que não irei ser traída por revelar meus segredos, e também fico grata por poder expor absolutamente tudo que acontece comigo. Afinal, nada melhor do que a sinceridade não é mesmo?

       Antes de falar sobre o Ano novo, vou falar os motivos que me fizeram ter um diário. Primeiramente,  quando era aborescente não conseguia manter um diário. Achava tão clichê e coisa de menininha. Fora que as poucas vezes que escrevia, minha mãe achava, lia e dava piti em casa. Então eu achei desnecessário escrever para alguém acabar lendo.

        Mas então, eu mudei de país e voltei ao Brasil. Não tinha amigos e me sentia um peixe fazendo bolo. Senti uma necessidade de falar com alguém mas meus pais estavam ocupados e fora que , na verdade, nunca tivemos um relacionamento tão bom assim. Então a ideia tosca de ter um diário surgiu. No início foi masacrante, porque ainda tinha aquele receio de alguém pegar. Ainda mais agora que morava com minha vó e primos.

        Mas eu decidi riscar a data. Ele ficou meu feinho todo arranhado, mas deu uma originalidade perfeita. Escrevia quando me dava na telha. Sem obrigações diárias. Acrescentei versos de músicas, curiosidades sobre atores e escritores que eu admiro. Então foi aquele escape Três Bienn!

      No ano anterior, completei meu primeiro diário e esse ano descidi dar continuidade a ele. Acabei o ensino médio e tive uma briga ferrada com uma ex amiga. Tem sido difícil desde então.

      Agora sobre a passagem de ano! Amigo de papel, você não vai acreditar! Eu meio que consegui convencer a minha mãe de passar o ano novo na casa do meu namorado. Ela disse que tudo bem, desde que eu ficasse em casa no natal.

      Não esperava que fosse tão legal assim, porque eu sou muito calada em relação as pessoas da família do Meu Crush. A gente está junto faz década ( Risos, mentira mas já faz um tempo) mas não consigo interagir com eles, e eles não puxam conversa também.

        Acontece que eles são de religião Umbandista. Eu sou católica mas não frequento a igreja. Lá pelas 6 da tarde, cad aum foi tomar banho e se arrumar. Prepararam oferendas e eu ajudei com alguns detalhes decorativos na casa. Eles decoraram com várias cores, brilhos e tinha dua mesas. Uma grande e farta para todos comer, e a outra incrivelmente linda e cheia também. Frutas, doces, bebidas , estatuas de santos variados.

       Pode ser estranho de imaginar, mas não é nada de satânico. É como montar um presépio de natal e a mesa da ceia. Mas com elementos diferentes. Queimaram incenso de canela e o cheiro me agradou muito. Então às onze  eu, meu namorado, os pais dele , o pai de santo ( que mora com eles) e os três irmãos fomos para a praia.

       Não tinha ninguém na lagoinha. A praia na verdade era uns cinco quilômetros da lagoa por ali, e caminha a noite, com bandejas de oferenda em público não é tão bem visto assim. Eu fiquei quieta ouvindo o pai de santo ( João ) fazer uma reza tão baixinho que não entendi muita coisa, mas era como música. Meu namorado ficou do meu lado, e disse que tinhamos que esperar. Seria falta de respeitor dar um beijo enquanto eles fazem o despacho. Eu fiquei tão tranquila que você não imagina.

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