What?

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  One de Ricardo(klaus) para Gabriel.                      

- Quê? Essas palavras foram pronunciadas e acompanhadas por uma cara de choque da mãe de Gabriel que estava totalmente surpresa.

Margarete sempre fora uma mãe exemplar, criara seu filho com o maior sacrifício e sempre fora uma boa mãe. O fato é, desde que Gabriel entrou na fase adolescente tem dado trabalho para ela. Uma mãe solteira que trabalhava para se sustentar e dar sustento a seu filho.

- O senhor só pode estar brincando. – A mãe do garoto tentava não acreditar.

- Isso mesmo, seu filho sofre de esquizofrenia, ele será internado em meu hospício e tratarei dele gratuitamente. – O doutor Robert falou sem rodeios e tentando ser generoso.

Não existiam muitas escolhas para aquela pobre mãe, ela vem lutando com seu filho desde a adolescência sozinha, sem ninguém para ajudar. Margarete esperava que algumas das ações que afloraram no garoto fossem apenas coisa da idade. Os risos incógnitos vindos do nada, principalmente quando o garoto estava sozinho, a mãe entrava no quarto e ele estava lá, rindo sozinho. O fato de ter começado a se isolar de tudo e de todos, não querer ir para a escola, ou até mesmo sair na rua. Tudo ela achava que seria passageiro, mas não foi, não foi uma daquelas fazes de adolescentes. Tudo se manteve e as coisas foram piorando com o tempo.

- Não pode ser doutor, isso tem cura?

- Bom nem todo mundo consegue ser curado, mas eu tenho uma grande porcentagem de sucesso em casos como esse. Eu mesmo estou desenvolvendo um novo tratamento que é extremamente eficaz contra esta doença.

- Eu poderei visita-lo?

- Claro, o acompanhamento e a interação familiar são essenciais nesses casos. Pode ir sempre que quiser.

- Ok doutor, podem leva-lo, amanhã vou lá terminar de preencher a papelada e vejo como ele está.

Gabriel observava imóvel a conversa dos dois, sem nenhuma reação ou expressão de sentimento, seja qualquer que ele fosse. Os dois enfermeiros que acompanharam o médico não tiveram dificuldades em levar o garoto para o hospício. No primeiro dia Gabriel ficou em um quarto isolado, sem contato com o local. No dia seguinte sua mãe o visitou e assim que ela saiu foi que as coisas realmente começaram a acontecer.

- Não se preocupe dona Margarete aqui ele recebera o melhor tratamento possível e sairá curado, direto para seus braços.

- Não tenho como agradecer sua generosidade doutor. – A mãe do garoto tentava conter as lagrimas por deixar seu filho ali.

- Não precisa agradecer, fico feliz em poder ajudar um doente, essa é minha recompensa.

- Que Deus lhe pague doutor.

Assim que ela saiu do escritório do psiquiatra ele virou-se e foi tirar o garoto do quarto solitário, levando-o para junto dos demais internos.

- Sai dai loucão, vamos curtir um pouco o ar com os outros internos.

- Não quero. – Essa foi a primeira vez que o médico pôde ouvir a voz de Gabriel.

- Você acha mesmo que aqui você tem escolha?

O médico entrou na sala e tirou o garoto de lá a ponta pés e socos, uma violência incontrolável. O atirou em uma sala com algumas cadeiras e outros internos. Algumas pessoas estavam sentadas, enquanto outras ficavam rodando a sala inteira falando consigo mesmas. Nesse momento ele percebeu que aquilo ali não seria nenhuma brincadeira.

- Hey! Você está louco? – Falou um homem de barba cerrada que deveria ter seus trinta anos.

- O quê? Está falando comigo?

Amigo Oculto LiterárioOnde histórias criam vida. Descubra agora