PLANAR

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One de Ricardo para Meg.

Em uma família comum as pessoas sempre são educadas para se tornarem um produto do meio da sociedade em que vivem, não foi muito diferente com Meg, a educação social que recebeu é padronizada, assim como a de todas as pessoas de sua época.

Uma criança que desde sua infância apresentava ser especial. O problema dos especiais é que eles nunca se moldam a sociedade. Meg que hoje se chama Casey é uma adolescente misteriosa e descolada, vive rodeada por seus amigos, mas seu mundo especial é o melhor que ela tem. Casey teria que fazer uma longa viagem com seus pais nos próximos três meses, devido a ser uma distância consideravelmente longa, ao invés de usar o carro, eles iram de avião.

Viajar de avião jamais seria o problema, não seria a primeira nem a última vez que fariam isto. Os dias passavam e Meg que agora se chama Casey seguia sua vida normalmente, agitada, criativa, desleixada. Talvez, ela fosse uma pessoa comum, assim como todas de sua idade. O grande dia havia chegado, a viagem sonhada com destino ao litoral baiano enfim aconteceria. A garota estava ansiosa como nunca antes, talvez fosse apenas a vontade de chegar logo na praia e mergulhar junto as ondas. Todos estavam no portão de embarque, o avião já estava de partida, até que um garoto esbarrou em Casey enquanto entrava na fila de embarque.

Seus olhos eram misteriosos, ele possuía cabelos e barba negra, pele branca e suas roupas pareciam ser o que o pessoal da idade usava no momento, a última tendência da moda.

- Me desculpe, quase perco o voo.

- Tudo bem, foi apenas um esbarrão. – Ela respondeu olhando diretamente nos olhos do rapaz.

- Sou mesmo um desastre. Prazer, me chamo Lucas. – Ele lhe estendeu a mão para um cumprimento. Por um instante ela hesitou por um momento, mas foi cordial, retribuindo o cumprimento.

- Me chamo Meg.

Ela se sentiu estranha por dizer seu nome mais comum e não ter inventado qualquer outro assim como ela fazia sempre que conhecia uma pessoa estranha. Seguiram pelo portão e adentraram no avião. Como se o destino peralta quisesse dizer alguma coisa para a garota, o cara do esbarrão estava sentado a seu lado, existindo somente um pequeno corredor entre eles. Não somente isso, aquela figura um tanto quanto curiosa e agradável aos olhos, fazia questão de tentar manter contato e puxava conversa com ela a todo instante.

- Então para onde você está indo? – Ele perguntou virando sua cabeça bem devagar e olhando diretamente para ela.

- Eu e meus pais viajamos todo ano para um lugar diferente, está será nossa última dentro do pais, a partir do ano que vem nossas viagens serão internacionais.

- Com certeza será a última. – Ele tossiu e virou a cabeça subitamente enquanto Casey o encarava sem entender o comentário.

- Não entendi!

- É que o litoral baiano é espetacular, vocês não vão querer visitar nenhum outro lugar depois de conhecerem o vatapá. A não ser as viagens internacionais é claro.

- Ah! Sim, você me deixou confusa.

Foi nesse exato momento que em sua cabeça, Casey sentiu um estalo. Ela observou minuciosamente e cuidadosamente o ambiente. Embora estivesse relativamente fazendo um pouco de frio quando embarcaram, todos dentro do avião haviam tirado seus agasalhos e estavam aproveitando bem a temperatura ambiente agradável que a aeronave tinha. Apenas Lucas permaneceu completamente coberto por seu blazer abotoado até o pescoço.

Algumas pessoas conversavam em suas poltronas, outras pessoas dormiam, mas Lucas não, ele estava observando todo o ambiente tanto quanto Casey o fazia. O garoto de aparência atraente com uma barba cerrada estava chamando a atenção da garota, nesse caso, não no melhor sentido de chamar a atenção.

Amigo Oculto LiterárioOnde histórias criam vida. Descubra agora