Amigo Oculto Literário

DEGRADAÇÃO MORAL

de Danielle para Igor

Júnia estava em prantos em frente ao caixão do seu grande amor, não conseguia acreditar na morte dele.
Era muita tristeza para uma adolescente de apenas 16 anos, grávida, fugida de casa e sozinha.
Jamais pensou que seu sonho poderia se tornar o seu maior pesadelo.

Após o enterro, a mãe do Fernando falou:
- Quero que você suma da minha vida, por sua culpa meu filho foi morto e esse bastardo aí, não tem uma gota do meu sangue, porque o meu Fernando não iria permitir uma atrocidade dessas. 
Júnia após ouvir essas palavras, não derramou uma lágrima e respondeu: 
- Você pelo jeito não conhecia o Fê como eu. O nosso bebê jamais irá precisar de alguma coisa vinda de você, mesmo com o seu sangue, pois para quem abandonou um filho por anos, nos deixar sem nada vai ser fácil. Você vai envelhecer e morrer sozinha.

Ela deixa o local pensando em como irá sustentar um filho pois, não tem família, não tem amigos e a única pessoa que ela poderia contar, estava morta. Decide ir para o único local conhecido.

 ****

1 ano atrás

Era noite e Fernando passeava, pela praia, tentando entender o que fez de tão errado para a sua mãe o odiar tanto, pois mais uma vez ela não compareceu a sua festa de aniversário. Eram quinzes anos de ausência, pois desde que nasceu, sua mãe o deixou aos cuidados da empregada e só o visitava no Natal e Ano Novo. Não conhecia o seu pai, porque ele morreu antes mesmo de poder segurá-lo em seus braços.

Júnia estava a poucos metros decida a entrar no mar para nunca mais retornar.

Fernando sai dos seus devaneios para observar – segundo ele -  a menina mais linda do mundo, porém percebe que ela entrou na água e segue em direção ao fundo sem ter a possibilidade de parar. Ao se dar conta que ela só poderia estar indo de encontro com a morte, decide impedir o seu plano.

Já na areia, Júnia abre os seus olhos, vê um homem e grita:

- Quem é você? O que acha que está fazendo? Por que me tirou do mar? Está rindo de que?

Fernando estava tendo uma crise de riso e não sabia explicar se era de medo, nervoso ou pelo fato de achar aquela menina ainda mais linda irritada.

Júnia ao notar que quanto mais perguntava, mais ele ria, resolveu xingar ele de todos os nomes que ela conhecia e nem isso o fez parar. Vencida pelo cansaço caiu em lágrimas, se perguntando o porquê de ter sido salva, quando era a última coisa que ela queria.

Ele no mesmo instante parou de rir e a abraçou com todo carinho que ele sentia naquele momento.

Passaram alguns meses se encontrando todas as noites no mesmo local, sem que jamais houvesse explicações para os acontecimentos do primeiro encontro. Nenhum dos dois conseguia explicar os sentimentos que estavam sentindo desde aquele dia. Só sabiam que não queriam perder de forma alguma.

Fernando estava ansioso, pois planejara um jantar romântico para eles no apartamento do seu melhor amigo, que após muito custo resolveu emprestar o local.

Teve medo dela recusar o convite, mas Júnia não pensou em nada, somente aceitou e seguiu para a tal surpresa.

Ao chegar lá, ela ficou encantada da forma em que tudo estava arrumado. Eles comeram e em seguida descobriram juntos o sentido da palavra prazer. Repetiram a visita ao apartamento inúmeras vezes, até que um certo dia.

Júnia acorda, no banco da praça, sentindo enjoo, não se lembrava de ter aceito nenhuma comida estregada por estes dias.  Decide caminhar para quem sabe assim melhorar o mal-estar. Só não esperava que sua visão ficasse embaçada e caísse bem aonde estava.