METAMORFO

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De Katlin para Caren

Ps: Oi Caren, Espero que goste, desculpe mas não sabia o que era um metamorfo, o que entendi foi que ele se transforma em alguma animal ou pessoa, e mora em locais deslocados. Mas quis mudar um pouquinho...

Boa leitura, Kat.

The Other Side

Caminhando a noite pela cidade abandonada pelo frio congelante do fim de janeiro, uma garota admirava a noite. Caren sentia a brisa fria do inverno tocar seu rosto, embora estivesse a menos -9¤ C , Paris era sempre a cidade mais romântica do mundo. Essa era a noite que ela tanto desejava ,Caren tinha esperanças que a partir dessa noite, seria uma mulher realizada.

Apressou os passos, aos poucos as luzes pareciam estar distante, mas sua vista estava ameaçada pela serragem da madrugada. Finalmente chegou ao seu destino. O restaurante " Fleur de Liz". Embora a mairia dos estabelecimentos ficassem fechados, muitos locais como Mc' donalds e Starbucks ficavam abertos, mas o restaurante estava sempre aberto ao público noturno.

Caren sabia disso pois era seu restaurante preferido em toda Paris. Assim que entrou, bateu os pés no tapete, tirando o excesso de neve das botas. Uma das garçonetes que conhecia Caren, aproximou se e cumprimentou dizendo:

- Oi perua, mesa oito. Está linda, gostei. - Sorriu a amiga Cenise.

-Obrigada.

Andou sem pressa pelo salão cheio, sentindo as bochechas aquecer novamente. O ar quente dava ao local uma sensação de lar, e chegando a mesa, tirou o casaco e pendurou na cadeira. Sua companhia ainda não havia chegado. Não se preocupou, aguardou, afinal, ele sempre se atrasava (escuse moi mon cheri, c'est por lê travaill. Tu c'est trê belle madremosert) Dizia ele quase por automático, lembrou ela.

Pediu um vinho tinto de 1994 e petiscou da mini travessinha de amendoim que sempre estava sob a mesa. Olhou o relógio, tentou se mandar calma e relaxada. Abriu a bolsa, e viu a embalagem de presente. Sua mão quase tremia. Cenise trabalhava sem parar pelo salão, uma garçonete lhe trouxe o vinho e serviu. Depois de beber um gole , lembrou que não devia. Mas era tarde, e sinceramente não se importava.

Uma hora havia passado, e nada do francês. Verificou o celular, e por fim decidiu mandar um sms.

" Está vindo? " - Mo namor.

"Cheguei " - Respondeu na hora.

Um homem bonito e elegante abriu a porta do restaurante, deixou ali o seu guarda-chuva e caminhou apressadamente até ela. Quando chegou a mesa, não beijou-a. Sentou se e então disse:

- desculpe a demora. Você está muito bonita. - Deu aquele sorriso forçado que ela conhecia.

- Vamos pedir? Estou faminta! - Disse Caren tentando ficar empolgada.

- Sim, vamos.

Depois do jantar, um silêncio incomodativo dividia ambos. A jovem mulher tentava puxar assunto sobre o trabalho, sobre a bolsa econômica, mas nada parecia agradar Pierre, que respondia curto e rápido. Ela sentiu que havia algo errado, mas achou que era hora certa de quebrar o gelo. Pegou a bolsa, e abriu o ziper. Quando pegou a embalagem de tamanho médio e colocou para fora, Pierre a interrompeu:

- Caren, não dá mais para mim. Precisamos terminar.

Uma sensação de choque, misturada a decepção correu da mão ao corpo, quando finalmente assimilou o que havia ouvido.

- Pierre, não. Me desculpe, eu sei que tenho exigido demais, mas vamos dar um geito juntos. - A mulher sorriu e pegou na mão do homem a sua frente, que de imediato repeliu a tentativa dela.

- Não Caren, não vai funcionar. Já tentamos antes, e olha como estamos. É o melhor a ser feito. - Ele jogou se na cadeira, esperando uma reação histérica. Mas não aconteceu nada.

Caren ficou em silêncio, e serviu se de outra taça de vinho enquanto lhe fitava com um olhar de decepção. Por fim, quando terminou sua taça, levantou , pegou o casaco e vestiu. Pendurou a bolsa de lado e colocou a embalagem de cor preta com linhas brancas na frente do seu ex namorando. Ela olhou sem expressar nada, Pierre estava atônito e muito confuso. Ela aproximou a boca dele, ele recuou mas ela não tentou beija-lo. Ela disse baixinho:

-Feliz aniversário. - Jogou o presente no colo dele e deu-lhe um tapa forte no rosto. Antes que Pierre pudesse dizer algo, ela caminhou com pressa até a porta do restaurante.

Pierre deu um gole no restante de vinho que tinha na sua taça colocou o presente sobre a mesa. Nisso pode notar que era muito leve para um pacote tão grande. Curioso, abriu lhe. Tinha muito algodão dentro. Ficou intrigado, e colocou a mão no fundo. Sentiu algo. Puxou para fora, e então notou que era uma caixa pequena, estreita e azul. Abriu a caixa, e para sua surpresa, o choque maior foi o que tinha dentro dela.

Jogou dentro da sacola, com pressa tirou a carteira e deixou uma nota de 500 euros em baixo da taça, carregou o casaco, correu até a porta, mas já era tarde. Vestiu rapidamente e saiu porta a fora abrindo o guarda-chuva.

Estava muito frio , o choque térmico foi rápido. Procurou com os olhos pela mulher e chamou lhe:

- Caren! Caren! - Gritou alto. Correu até o carro, destravou e entrou. Deixou o presente no banco do carona e tirou o casaco ligando o ar quente. Colocou a chave e a luz do carro acendeu. Ligou o carro e andou com ele devagar, procurando Caren. A rua estava deserta, dirigiu até o fim da quadra, virou e estacionou em uma vaga. Bateu a cabeca no volante, sentindo se um idiota. Virou se para trás e viu uma cena aterrorizante.

No banco traseiro, Caren estava jogada de bruços. Estranhou, pois estava nua e sua pele estava anormalmente branca. Puxou com calma seu braço, quando foi atacado. A mulher o puxou com uma força sobrenatural, e pulou no seu pescoço.

-Não! Caren! - Gritou Pierre em desespero,mas era tarde, pois a mulher enfiou a mão na sua boca e arrancou lhe a língua.

No lugar das unhas, garras apareceram, e a imagem da mulher desapareu, transformando se em uma criatura repugnante. Rasgou a barriga de Pierre puxando as tripas para fora enquanto esse tinha uma parada cardíaca. Foi perdendo a consciência, até que o coração parou de bater e o sangue espalhou sobre a roupa de grife arregaçada.

A criatura se transformou novamemte, mas não em Caren, mas em uma outra mulher. De aparência oposta a jovem do restaurante. Pegou o casaco do banco da frente, e ventiu. Puxou uma bolsa grande que tinha de baixo do banco. Dentro dela tirou um par de saltos femininos. Com os retalhos da roupa da vítima, limpou o sangue das mãos e do rosto. Tirou a chave do carro, e saiu levando a sua bolsa. Jogou a embalagem de presente dentro da bolsa ,o celular e carteira de Pierre dentro desta sem ver o que tinha. Travou o carro, e calçou o salto. Saiu andando calmante pela rua.

Enquanto andava despreocupada, ouvia passos ligeiros e um chorro reconhecido de mulher. Não sentiu medo, revirou os olhos diante de uma jovem que corria pela rua. Fingindo ser uma boa pessoa, foi até ela e perguntou:

- O que houve querida? Alguém lhe fez algo?

-Não, eu estou bem. - Respondeu Caren.

-você não parece bem, vamos. Tem um Starbucks aqui perto. Venha comigo tomar um café. - Sorriu a mulher.

- não precisa, eu estou indo para minha casa. Mas Obrigada.

- Tudo bem, lembre-se :

" A noite é curta e Paris é a cidade das oportunidades." - A mulher sorriu e foi embora.

Mais tarde naquela mesma madrugada, em sua casa, depois de um longo banho, a mulher de cabelos loiros retirou as coisa de Pierre da bolsa e viu o enbrulho com o presente. Era um teste de gravidez, estava apontando para o positivo. Sem importância, ela quebrou e jogou no lixo do banheiro enquanto ria satisfeita da morte do seu ex patrão.

Amigo Oculto LiterárioOnde histórias criam vida. Descubra agora