Amigo Oculto Literário

O próximo homem da minha mulher sou eu

One shot de Caren para Egle 

Os adolescentes sabem como é difícil dizer para pessoa que está afim que gosta dela. Todo mundo um dia vai passar por isso. E a rejeição não é uma ideia a ser descartada, pois pode acontecer, é imprevisível.

Porém, o mais difícil, é olhar para a mulher que um dia você amou, e que continua amando como se fosse a primeira vez, e deixá-la ir.

A conheci no estacionamento do cafe Mnemont. Era mais um dia de inverno, mas como morávamos em Chicago, ele podia ser facilmente confundido com o verão, pois as temperaturas não diminuíam tanto.

Logo quando a vi, no estacionamento, prestes a entrar em seu carro, alguma coisa dentro de mim me disse para correr atrás dela. E foi isso o que fiz, algo que nunca me arrependi. Talvez existisse um sexto sentido.

Mas o que diabos eu falaria com ela? E precisava ser rápido, pois ela estava destravando o carro. Corri para alcançá-la e a mesma me olhou estranho, como se estivesse me achando um louco.

–Oi. – Meu coração estava dando pulos e piruetas dentro do meu peito.

– Oi. – Sua voz era suave e seu sorriso era lindo. Suas bochechas coradas mostravam o quanto ela estava encabulada com a situação. Ou talvez fosse apenas o frio repentino.

– Faz tempo que você vem aqui? – Droga, eu estava visivelmente nervoso. E ainda faço uma cantada horrorosa.

– Na verdade, eu tomo café da manhã aqui todos os dias. – Sorriu simpática.

Olhei para seu carro, que era um ...., tinha um adesivo do Instituto de Artes de Chicago. Em seguida, olhei para seu rosto. Ela tinha cara de quem era artista. Até a forma como se vestia e sorria era única, típico de uma artista abstrato.

– Então você estuda na Academia de Artes de Chicago... – Apontei para adesivo.

– Ah, claro. – Riu. – Estou estudando artes plásticas. E você, o que faz?

– Sou dono de uma gravadora.

– Nossa, que legal. – O silêncio pairou e percebi que ela estava querendo ir logo embora.

– Nossa, nem me apresentei. Meu nome é Leo Collins. E o seu?

– Paige Thornton.

– Bem, acho que poderíamos marcar alguma coisa, não acha? – Ri de nervoso.

– Acho. – Riu. – Pode me dar seu telefone?

Trocamos nossos números e nos despedimos com um aceno. Ela saiu cantando pneus e eu fiquei observando seu carro dobrar na esquina, sumindo do meu campo de visão.

**

Estudos apontam que não há tempo para se apaixonar. Mas, no senso comum, o correto é haver preliminares antes de estar apaixonado. Sair com a pessoas, conhecê-la melhor, ir criando intimidade, o primeiro beijo e por aí vai... O mínimo de tempo estipulado para todos esses processos é de três meses.

E o que acontece se a pessoa se apaixonar muito antes disso? Para ser mais exato, em duas semanas? Pode ser loucura, mas estou apaixonado pela Paige. Ela é a mulher que sempre procurei para mim. E um pouco mais, até.

Depois que fomos ao Cafe Mnemont, dois dias depois de nos conhecermos nesse mesmo lugar, conheci o quanto ela era perfeita. Sabia fazer piadas e ficava totalmente confortável em todos os assuntos que conversamos.

No primeiro encontro, não é preciso dizer tudo sobre si. Eu não quis perguntar sobre o assunto família. É um tema bastante delicado para mim. Perdi meus pais num acidente e não gosto de falar sobre isso. Não quero que ela sinta pena de mim.