De Karina para Rosie
Besta: Elfo Negro
Uma lua cheia iluminava acima da cidade de Wanrar. Uma cidade misteriosa, ficava entre os cinco montes e sua vista era de poucos amigos. Sempre obscura, devido a uma grande árvore que cobria o local, seus moradores guardavam o sigilo como uma arma contra seus inimigos, até mesmo contra entes de sua própria raça.
Suas casas eram feitas de barros e telhas coloniais, e suas ruas cobertas por grandes pedras, com traçado retilíneo e tipicamente alisadas. Seus canteiros davam margem para túneis de passagem e dentro sua ordem, tudo se encaixava juntamente com a natureza local.
O rei Darian era um jovem sábio que assumiu o lugar de seu pai, após a guerra. Sem nem mesmo se casar, seu reinado era invejado pela alta corte que armava silenciosamente contra o jovem rei. Comandado por Troyan, chefe da guarda real. O reino estava divido entre a vingança contra os Elfos brancos do Norte e o plano de tomar a coroa. Apesar de tudo, Darian não era ignorante e conhecia bem sua raça, puseram informantes a pedido de sua mãe Odisseia, em todos os cantos do Reino. Naquela noite, havia recebido informações de teria uma reunião dentro de um bar com todos os rebeldes envolvidos. O rei se disfarçou de um simples arqueiro, pegou seu cavalo e partiu rumo ao lugar.
Nada comparado ao luxo de seu palácio, pensou ao chegar à indigência do lugar. O palácio de Wanrar era conhecido pelos raros diamantes negros detalhando o lugar. Os cristais detalhados desde nas dobraduras e em seu piso era de uma beleza descomunal. Não que o reino também não fosse, o ar sombrio era uma peculiaridade que sobressaia em cada rua e dava a sensação de poder por onde se ia.
O jovem rei desceu de seu cavalo e com os olhos duros e fixos, olhou a seu redor. A brisa fria balançava seus finos cabelos longos, brancos como a mais preciosa perola. Sua pele escura o camuflava atrás de seu, sobretudo. Percebendo o silêncio incomum a sua volta, pôs seu capuz sobre a cabeça e empurrou as portas de madeira que serviam de entrada ao lugar. O Beco de Adromeda era conhecido pelos constantes crimes no local. Servindo de espaço para mercenários, não se podia encarar ninguém ou esbarrar em alguém que já seria motivos para discursões que Darian procurava evitar no momento.Percebeu que sua entrada atraiu a curiosidade de todos os presentes. A conversa cessou e Darian olhou com desprezo o lugar. Mesmo contendo mesas vazias, preferiu sentar junto ao bar onde se encontrava outro Elfo negro que secava o copo em suas mãos. Este o analisava e se aproximou com cautela do jovem misterioso.
— Viajantes não são bem vindos neste lugar — comentou em tom baixo, e passou o olhar pelos outros clientes que ainda os observava — Pela tamanha ousadia, devo supor que algo lhe atraiu até aqui.
— Venho em busca de Troyan. — falou friamente — Sei que ele se encontra neste local.
O Elfo sorriu com o canto de sua boca e se inclinou para frente.
— E quem busca o nosso general? — indagou buscando ver a face do jovem.
Os olhos vermelhos de Darian reluziram ao olhar para o ser a sua frente. Olhos dignos apenas a realeza, o espanto se apoderou do humilde ser que recuou alguns passos deixando o copo de sua mão cair.
— Revele agora onde ele está! — ordenou com voz minuciosa, fazendo o corpo do Elfo a sua frente estremecer.
Ele levantou sua mão ainda trêmula para a entrada a sua direita, sem proferir nenhuma palavra sequer. Darian assentiu e se levantou ignorando os olhares para si, mas antes de entrar fez jus as informações do local e atirou uma adaga certeira na garganta do atendente, o pegando desprevenido e o fazendo cair morto atrás do balcão.
Ao entrar na pequena sala reparou sentada acima de uma extensa mesa de reunião, Raika. Uma Elfa branca de cabelos brancos como a neve e olhos azuis intensos. Sob sua cabeça, havia uma fina coroa feita pela mais pura raiz de Drastar. Seu traje de fino linho cobria levemente seu corpo.
Darian foi pego desprevenido ao ver a jovem ali, de costas para ele. Não era ela a quem procurava. Ao perceber sua presença, Raika correu ao encontro do seu amado. Uma paixão impossível entre seres que viviam em guerra, sendo esse o motivo que acabaram se conhecendo. Na mesma guerra que o pai de Raika, matou o pai de Darian. Ele havia se apaixonado pela jovem guerreira. Tomou-a pelos seus braços, acariciando cada seu corpo como um monumento a ser explorado. Porém sabia que ela não deveria estar ali.
Tais objetivos foram esquecidos ao toque quente dos lábios da jovem a sua pele. Reparou que mais ninguém havia ali, e entre beijos intensos a tomou pelo colo e a sentou novamente acima da mesa e colou seu corpo ao dela. O perigo de serem descobertos, com o desejo que ela lhe causava. Darian estaria disposto a enfrentar tudo por aqueles momentos de prazer ao lado de sua amada. Somente ela conseguia afastar a besta que habitava em seu corpo. Sua pureza e ingenuidade fazia todo o sacrifício valer a pena. Porém a porta rinchou e ao se virar viu Troyan e outros três guerreiros ali.
Por um impulso, se virou protegendo Raika, atrás de si.Troyan tinha uma espada em suas mãos e ultrajava uma armadura do reino. Seu olhar era sádico e ao sentir a lamina alisar sua pele que entendeu que aquela era uma emboscada.
— Qual é o pior erro que se pode cometer em batalha? — perguntou Troyan em tom alto e divertido — Deixe-me pensar... Abaixar a guarda quando o inimigo ainda não se deu por vencido.
Seu sorriso era debochado e se aproximou alguns passos do rei.
— Pobre Darian, deveria saber que o não se pode confiar nos inimigos. É por isso que eles ganham esse nome.
Darian não falou nada, nem emetia medo ou terror em seu olhar. Apenas o encarava sério.
— A raça branca precisa de uma lição, mas não será um jovem apaixonado que trará a vingança que o povo de Wanrar deseja — ele retirou o capuz de Darian — Eu sim!
Sua espada passou por trás do jovem rei, ficando dentro da costela de Raika a fazendo gritar de dor. Soltando assim a lâmina de suas mãos, permitindo a Darian olhar para trás e ver o corpo de sua jovem amada caído.
— E como pretende fazer isso? — perguntou Darian sem levantar seu olhar e sem emitir sentimentos pelo corpo a suas costas.
— Você terá que sumir e já inventei até uma boa história para você. — ele se afastou — O jovem rei que se encontrava as escondidas com a filha do rei inimigo, por um impulso acabou sendo assassinando pela jovem moça, sem dar tempo de seu fiel amigo Troyan chegar para evitar a desgraça. Troyan com sua espada, mata a princesa e como vingando a morte de seus senhores. O reino como gratidão, coroa Troyan como rei e ele como um bom governante se volta contra Drastar e todo aquele lixo de raça.
Darian rir e Troyan não entende a graça. O rei volta seu olhar ao guerreiro que o olhar intrigado.
— Não compreendo sua graça, majestade. — Troyan arfa, nervoso.
Seus olhos brancos se fecham e se prende ao vermelho de Darian.
— Gostei da parte que se tornas rei. És ridículo, Troyan! — ele avança em passos lentos em sua direção — Assim como esta rapariga que arrumaste. Um rei deve planejar bem seus planos antes de atacar e entender que o ataque pode vir dos lados menos prováveis. E isso significa, conhecer bem a princesa que deseja copiar. Princesas não agem com promiscuidade, nem por impulso em um lugar desvalido como este. Suas curvas não eram macias, nem ultrajava o colar de Adorã.
Troyan abre um sorriso presunçoso.
— Achas mesmo que eu não sabia disso? — questionou.
— Logicamente que sabia. O que não sabia era que Rontri e Finn que iriam acabar com sua miserável vida aqui.
Os dois guerreiros já se encontravam atrás de Troyan com suas espadas empunhadas.
— Adeus, Troyan! — Darian parou ao seu lado — Bom reinado no submundo — e fincou-lhe sua adaga no abdômen de Troyan e saiu sem olhar para trás. Ouvindo apenas os gritos de seu fiel amigo.
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Amigo Oculto Literário
Short StorySorteio entre amigos do grupo do Whatsapp ajudando escritores, em que cada participante recebe em sigilo o nome de outro a quem deve presentear com uma one shot.