SEGREDO DAS FADAS

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One shot da autora BiaCout para  amiga oculta _Meg_Masters.

Numa noite de lua cheia e prateada, as folhas da floresta ganharam um tom verde escuro. Apesar de todo o esforço da lua no céu, as árvores com as copas altas não deixavam a luz entrar. Os vagalumes logo acenderam suas retaguardas para iluminar o caminho do homem que entrava ali.

    _Corajoso o rapaz – falou o sapo ao vê-lo passar.

    _Nada, está apaixonado por Meg. – falou a viúva negra em sua teia, que logo fugiu da língua do sapo.

    Aquela era a noite errada para augusto entrar na floresta. Era o dia da Reunião anual da primavera e todas as defesas da floresta estavam alertas. Um filho de Quimera ali era um perigo, para ele é claro!

    As árvores faziam o seu papel de guarda ao levantarem as raízes fazendo o rapaz cair no chão várias vezes. Os lobos e cachorros do mato estavam à espreita, fora os crocodilos escondidos no lago. Perigos que passavam despercebidos para Augusto, pois a paixão o cegava.

    A confusão começou quando Meg, espoleta, desobedeceu a Fada Rainha. Responsável pelo florescer das árvores frutíferas junto de suas irmãs, Meg visitou o bairro perto da floresta. Em sua forma de fada, pequenina de asas brilhantes e quase transparentes, encantou-se pelas flores bem cuidadas dos jardins das casas. Como os filhos de Quimera conseguiam aquilo, ela não sabia, mas aquela flor vermelha tinha que ser cuidada com as da floresta.

    Assim Meg, pegou em sua bolsa o pó mágico, fornecido pelos duendes que faziam o pó de ouro e encantado pela mágica da Fada Rainha. Meg pulverizou a flor, tornando-a mais bonita e forte. Hipnotizada pela flor não percebeu o mortal que se aproximou. Ele a olhou como se não entendesse o que acontecia, mas não teve medo, esticando o braço para pegá-la em sua mão. Senão fosse Mara, Meg seria esmagada. Assustada pelo empurrão que levou da irmã, voou de volta para a floresta.

    _Você sabe que não pode ir lá – brigou Mara.

    _Eu sei, mas aquela flor é tão linda que precisa de cuidados – falou Meg de defendendo.

    _Não interessa. Ela não esta na floresta, logo não é nossa! Se a Rainha souber... – Mara balançou a cabeça, diante dos olhos sonhadores da irmã.

    _Mas...

    _Não tem mas, Meg – Mara sentou-se numa folha baixa, cansada. – Você sabe que os filhos de Quimera não podem nos ver, nem saber que existimos. Não volte mais, tudo bem?

    _Mas ela vai morrer! – Meg quase gritou.

    _Não volte mais lá! Você ouviu? – gritou Mara. Mais velha do que Meg, era responsável pela equipe. De cabelos lisos e negros, olhos azuis escuros, mantinha a ordem das fadinhas mais novas. Alçou voo, sem esperar a resposta de Meg.

    Ela sabia que devia obedecer, mas não podia deixar aquela flor morrer. Sabia também que o ciclo das flores nos jardins dos mortais era curto e como aquela já estava aberta, morreria dali a dois dias. Meg não podia deixar isso acontecer.

    _Me ajude Léo – falou quando chegou à raiz do carvalho milenar no meio da floresta. Léo, um fado lindo, pequeno com as asas verdes e orelhas pontudas, olhou a amiga, curioso.

    _O que foi dessa vez, Meg? – sabia o que esperar, segurou-se para não revirar os olhos.

    Ela contou toda a história e Léo se apiedou da flor, mas ir contra a lei por causa dela seria demais. Porém Meg o convenceu e Léo não soube como. No dia seguinte, roubaram um pouco de pó mágico e foram escondidos até o jardim onde a flor se encontrava.

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