A NOITE DE TERROR

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One shot de Felipe para Luan.

Bato mais uma vez na porta, ela estava atrasada, de novo. É sempre a mesma coisa, eu chamo minha namorada para sair, marco as 7:00 e ela sempre começa a se arrumar as sete. Qual o problema das mulheres? Sabem que demoram mais de horas pra se arrumar, porém nunca começam isso cedo.

-- Já vai Luan, que coisa.

-- Vamos logo Larissa, vamos perder a sessão das 7:30 e não quero voltar tarde.

A porta então abre e vejo o quão linda minha namorada estava naquele jeans preto, sua blusinha amarela que tanto ama e suas inseparáveis botas que dei em seu aniversário.

-- Estou aqui seu chato -- ela veio até mim e selou nossos lábios. Nossas mãos se entrelaçam enquanto ela caminha em direção do carro.

Abro a porta para ela e logo me direciono até a minha, a rua estava silenciosa e calma, até demais para uma noite de sábado. Entro no carro e dirijo em direção do cinema.

-- Qual filme iremos ver mesmo amor? -- Pergunto olhando Larissa, ela apenas sorri de lado. Conheço essa cara, a famosa cara de quando ela vai aprontar uma pra mim. Nosso namoro se resume a brincadeiras, desafios, zoações e o que não pode faltar: Amor.

Paro o carro no estacionamento e desço indo até o seu lado do carro. Abro a porta já segurando sua mão, sorrimos e jogo minha casaco em seu ombro. -- Ficou linda assim!

-- E eu sou feia Luan? Bom saber. -- Levo um tapa na cabeça, sorrio segurando sua mão e entramos no cinema.

-- Aqui o dinheiro, compra os ingressos e eu vou vou buscar a pipoca e os doces -- beijo seu rosto de forma gentil enquanto entrego o dinheiro, caminho com as mãos nos bolsos em direção do balcão. Sinto um calafrio em minha nuca e olho ao redor vendo alguns homens estranhos pelo salão do cinema observando a mim e a todos. Limpo minha mente desses pensamentos loucos e pego o que vim pegar.

Encontro com Larissa na porta da sala de exibição e a abraço deitando a cabeça em seu ombro. -- Então agora vai me dizer?

-- Não -- ela riu de meu jeito e fomos entrando no corredor que dava acesso às poltronas postas de frente a grande tela onde seria exibido o filme que mudaria minha vida, só não sabia ainda.

-- Vem, vamos sentar aqui -- vejo dois lugares vácuos no meio da sala, nosso lugar favorito, seguro sua mão e vamos chutando os pés das pessoas que estavam sentadas e por alguma falta de educação, não afastaram para que nós pudéssemos sentar na nossa poltrona. -- Que babacas. -- Murmuro conseguindo finalmente sentar e me aconchegar junto com ela.

-- Fala mais alto que você será linchado Luan Felipe.

Nego com a cabeça e ajeitamos nossas comidas, o som do filme começando me tira das nuvens, estava pensando em que tipo de filme veríamos essa noite. Observo a sala de projeção e não haviam muitas pessoas, o que era bem estranho pois ela sempre estava cheia de crianças correndo e jogando pipocas nos outros. Completamente um desastre.

-- Vai começar, a noite do terror, o melhor filme do terror do ano!

Arregalo os olhos, eu ouvi bem? A noite do terror? O filme sobre palhaços? Não acredito que ela fez isso comigo? Ela sabe o quanto eu tenho medo, medo não, eu tenho fobia a palhaços. Aqueles sorrisos feitos com maquiagem borradas, a maquiagem pesada e borrada por todo o rosto e a risada, céus, só em imaginar meu corpo todo estremece de tal forma que congelo enquanto vejo as primeiras cenas rolarem pela tela.

-- Amor, você tá bem?

Nada respondo, meu corpo ainda está tentando digerir essa brincadeira que passou dos limites, nunca ela tinha sido tão baixa, usar do meu pior medo para ganhar o desafio? Não reconheço mais minha própria namorada.

Amigo Oculto LiterárioOnde histórias criam vida. Descubra agora