47°Capítulo

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NARRAÇÃO: Lidiane

- Eu pago e você limpa! Então exijo que você limpe isto agora! - Exigiu a filha da patroa, que passava a mão sobre a escrivaninha já limpa.
Lidiane: Eu já limpei aí. -Falo com paciencia.
- Limpou igual a sua cara! Isso está imundo!!! Você é a empregada e eu estou mandando garota. - Disse prepotente- Eu sou tua patroa.
Lidiane: Não vou discutir com você e eu já limpei, então com licença!
- Me aguarde, empregadinha! - Pude ouvir já no corredor, ela falando.
Me retiro do quarto da megera.

Que humilhação!
Não é nem minha patroa e quer levantar voz, me obrigar a limpar de novo por mera implicância, não é ninguém, não passa de uma patricinha mimada. Aff! Só não vou embora daqui hoje porque eu tenho alguns anos ainda para pagar minha faculdade, que se não fosse isso eu sumia daqui, igual saí das outras casa que já trabalhei. Minha mãe me jogou nessa com 16 anos, algumas casas eu dei sorte, já outras...vou te contar! Não é fácil trabalhar em casa de família principalmente quando se têm esse tipinho de gente que precisa e mesmo assim menospreza o profissional.

Voltei a limpar outros cômodos do apartamento, limpei os vidros e quase caí lá embaixo, um susto do caramba que tomei, sempre me acontece isso quando trabalho com raiva.

Parei para almoçar e me sentei mexendo no meu celular. Muitos me perguntam: "Nossa Lidiane, você faz faculdade de direito e trabalha limpando chão de gente rica?" É... infelizmente! É do chão limpo dos outros que vem o dinheiro que paga o meu futuro, as portas de empregos estão tudo fechada, a gente recorre a primeira oportunidade que aparecer.

A passadeira entra no quarto e me avisa.
- Dona Helô está chamando. - Avisou e saiu, sem nem explicar.
Lá vou eu, Dona Helô é gente boa. Seja lá o que for estou p de consciência limpa e o que tiver de vir, virá.

Quando chego ao escritório estão todos os empregados reunidos e dona Helô e a filha.
Helô: Bom pessoal, mandei chamar a todos aqui porque sumiu o anel de formatura de Aninha e aqui estão todos que frequentam nossa casa, vocês!
Aninha: Mamãe, quem pegou foi Lidiane. -Disse; me incriminou na minha cara.
Lidiane: Eu? Amm?? - Digo incrédula, nervosa- Como você pode me acusar assim sem provas? Não preciso roubar anel de ninguém, me contento com qualquer bijuteria.
Aninha: Não parece. -Debochou com um sorriso no rosto- Eu quem não faço questão, pode ficar pra você! óh mãe, eu quero ela fora daqui.
Helô: Vamos com calma, vamos resolver isso Ana.
Lidiane: Eu não aceito isso, nunca roubei, sempre trabalhei para ter o meu, já trabalhei em mansões que não chega aos pés daqui e nunca cometi essas coisas.
- Dona Helô, o caseiro disse que havia encontrado um anel de diamante na piscina da senhora, só estava esperando por alguém passar pra comunicar. - Disse o cozinheiro.
Helô: Ok, vou pedir para ele vir aqui.

Tá aí, forjou um roubo.
Eu fiquei soltando fogo pelas ventas, a minha vontade era dar na cara dessa vagabunda, mas esperei pelo caseiro. O caseiro chegou explicou e mostrou o anel e a puritana fez a santa.
Helô: Peço desculpas a todos por essa gafe!
Todos sairam menos eu.
Lidiane: Sabe o que acontece quando não se respeita a "decisão" -dou enfâse- de patroinha? Elas forjam roubo, sumiço, cenas... eu assisti bastante novelas Ana, e eu conheço bem a tua raça sua cobra! Dona Helô, eu te peço desculpa pelas palavras, mais a sua filha é uma impostora!
Ao dizer, ateei minha mão na cara dela com toda a raiva de ter sido humilhada duas vezes e acusada por roubo injustamente.
- Mamãe! -esboçou sem acreditar, com a mão no rosto.
Lidiane: Agora eu vou embora daqui porque eu sou pobre, mas eu ainda não estou passando fome não, só estou aqui porque ainda tenho dois períodos de direito pra terminar; você conhece o artigo 341, Ana? Do mesmo jeito que trabalhei aqui trabalho em qualquer outro lugar, porque eu sou mulher à beça! Sou mulher de verdade e corro atrás do meu.
Dei as costas à elas, indo arrumar minhas coisas e quando estava tudo pronto dona Helô implorou para eu não ir embora, me pediu mil desculpas e por fim acertou minhas contas aceitando que eu tinha me demitido.

Não tem nem como eu continuar num lugar com uma cobra dessa, a qualquer momento ela arma outra pra mim, antes que isso aconteça eu estou metendo meu pé de cabeça erguida. Esse tapa na cara dela me valeu muito, valeu principalmente a minha dignidade. Pela história de vida que eu tenho poderia muito bem ter me envolvido com o tráfico, ou ter me prostituído, arrumando um velho que me bancasse... enfim, mais eu aceitei e preferi trabalhar. Ninguém vai me diminuir nesta merda, não aceito!

Submissos -Amor e Tráfico  💚🔫💑 CONCLUÍDA!Onde histórias criam vida. Descubra agora