122° Capítulo

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Narração: Nelita

— Tia a senhora tem dez minutos pra ligar pra alguém para pagar essa dívida aqui.
Nelita: Eu não tenho mais telefone. -Falo tranquila.
— Não tem tia? Por quê? Para de caô!
Nelita: Eu vendi. -confesso.
— Então eu vou passar um rádio pro teu filho aqui, já é?
Nelita: Pro Leonel não, por favor! -peço, quase que suplicando.
— Tia, tem mais jeito não.
Entrei em desespero e aí me bateu o arrependimento... Vai ser ruim para meu filho ficar sabendo que a mãe dele é uma drogada, uma viciada em drogas, uma pancadona.

Depois que me vi sozinha e sem ninguém a minha única opção foi me intorpecer para me sentir melhor, quando meus filhos saíram de casa eu me senti mal, fui perdendo um a um por mera burrice minha, aproveitamento mesmo, falta de atitude em corrigir e doutrinar meus filhos de forma correta. Tudo bem que um dia todos tiriam que trabalhar, mas não tão precoce assim como foi aqui em casa... Primeiro foi o meu Leonel, meu primogênito, meu primeiro homenzinho e aquela dissimulada da Crislayne, que tomou o meu filho de mim, tirou o meu amor de casa... A minha raiva maior dela foi ter ido morar com ele, ter sido mais presente do que eu na vida dele, o tomou de mim, fez ele me esquecer por alguns anos e me afastou brutalmente do meu filho... Eu ia visita-lo e ela não me deixava entrar, dizia que ele não estava, a raiva que ela tem de mim é em vão, por querer competir quem seria mais na vida do Leonel, sendo que a mais importante era à mãe. Ela não aceitava perder nada para mim, era puro egoísmo e ganância, queria mandar no dinheiro do meu filho... Eu me arrependo por trilhões de coisas que já fiz com meu Léo, principalmente ter aceitado ele nessa vida suja do crime...

Vai ser complicado para ele ver que tudo o que ele me deu, eu vendi. Ver que eu não tenho nem mais cama para dormir, que sou escrava de uma droga que quase tirou sua própria vida e foi refém por alguns anos, essa droga é a maldição da nossa família...

Demorou, mas logo o Leonel chegou com a Lidiane, eu me senti envergonhada.
Lidiane: O que a senhora aprontou hein? -perguntou me olhando com raiva; ela tem os motivos dela, a compreendo...
Abaixei a cabeça.
Leonel ficou conversando com os meninos da boca e eu distante querendo sair correndo dali por envergonhar meus filhos, não tenho coragem de olhar na cara deles.
(...)

Me fizeram catar minhas roupas, as única coisa quem me restaram e me levou embora, acho que para a casa deles.
Leonel: A Crislayne tinha razão mesmo... -Disse quebrando o silêncio.
Lidiane: Leonel, ela vai vender as coisas daqui cara... Você sabe bem como é isso, não dá pra ela ficar lá não.
Leonel: Se controla aí também Lidiane...
Ouvia eles conversando um pouco distante de mim. Que vergonha eu sentia, a que ponto cheguei...

Leonel me levou para uma clínica, quando me dei conta do que se tratava entrei em desespero.
Nelita: Por favor filho não me deixe aqui... -suplicobantes de sair do carro- Não filho, não faz isso comigo...
Leonel: Fica tranquila que a senhora só vai conhecer o lugar.
Nelita: Eu não quero!!! Eu sei como é e eu não quero viver aqui; meu filho, não é essa ajuda que eu preciso.
Tudo o que eu dizia era em vão, eu me vi sozinha naquele lugar mesmo só indo para conversar e conhecer. Eu não vou aguentar ficar presa desse jeito, não nasci pra isso...

Saí de lá correndo indo até o carro dele, eu encontrei no porta luvas alguns cordões e relógios, panhei e guardei em minhas partes íntimas...

Submissos -Amor e Tráfico  💚🔫💑 CONCLUÍDA!Onde histórias criam vida. Descubra agora