Sai segundos antes deles descerem e o primeiro que vejo é Pedri que me para pelo braço ao ver meu estado.
-Ei, ei, que que rolou?
-Pergunta pro estressadinho do seu amigo- respondo seca saindo do seu aperto e indo embora dali o mais rápido possível, não queria que ninguém mais me visse.
Parei na frente do estadio tentando pedir um uber pra ir embora, mas cada família que saia de la e me olhava me deixava ainda mais em pânico.
Provavelmente era coisa da minha cabeça e ninguém nem sabia quem eu era, mas depois do que Gavi falou ficou na minha cabeça que eu era uma otaria que passou vergonha por não saber se comportar.
Ok, eu sei que eu exagerei gritando pro Vini, mas ele não precisava ter agido assim.
Que saco. Todo mundo deve ter pensado que eu era louca.
Não ia dar certo. Não queria pedir uber ali.
Decidi andar algumas quadras pra frente, ia até sair mais barato do que pedir no meio daquele monte de gente. Se eu soubesse que iamos brigar, teria vindo de carro.
E pra minha grande sorte do dia começou a cair a maior chuva do mundo. Que dia horrível.
Agachei por um momento no chão deixando a chuva me molhar enquanto chorava pelo que tinha acontecido.
O jeito que Gavi me tratou.
Ele me chamando de interesseira.
Essa merda de chuva que não parecia perto de me dar sossego.Respirei fundo ainda chorando e continuei andando querendo achar algum lugar pra me esconder e poder pedir o uber mas aquele lugar era todo residencial, não tinha uma loja sequer para entrar. Suspirei e abri o celular decidindo pedir o uber mesmo na chuva.
Assim que abri o aplicativo vejo um carro se aproximar.
O carro de Pedri.
Meu deus, o que eu fiz pra esse dia ficar cada vez mais humilhante?
-Ei, Aninha- Pedri baixa o vidro do seu carro- entra ai, te deixo em casa.
Olhei pra dentro do veiculo por um segundo: Pedri, Ferran no banco da frente e Gavi no banco de trás.
Nem ferrando. Acho que preferia morrer afogada naquele diluvio. Pelo menos com toda aquela chuva me molhando era mais difícil de perceberem que eu estava aos prantos.
-Não precisa, Pedri, o motorista do uber já ta vindo- menti sorrindo- mas brigada por oferecer.
Pedri revira os olhos e me encara bravo.
-Cancela a corrida e entra ai. Não vou te deixar na chuva e não to aberto pra discussões.
-Mas Pedri...- tentei argumentar.
-Ouça o homem- Ferran aconselha.
Suspirei me dando por vencida. Ok, vou pensar positivo. Realmente eu já estava enxarcada e não parecia que o uber estava perto de achar algum carro para mim. Era melhor aceitar a carona e chegar viva em casa.
Abri a porta de trás e entrei focando todas as minhas energias em não olhar para Gavi e parar de chorar imediatamente.
-Por que estava na chuva pedindo uber?- Ferran questiona quebrando o silêncio do carro.
-Tinha muita gente saindo do estadio, não tava conseguindo achar carro, então pensei em andar algumas quadras para me afastar da grande maré de chamados de uber, mas começou a chover muito do nada.
Droga. Minha voz estava completamente chorosa.
Ainda não tinha encarado Gavi.
Tentei respirar fundo, mas as lágrimas ainda insistiam em rolar. Parecia que quanto mais eu tentava esconder o choro, mais alto ele queria sair. Me inclinei para frente ficando colada no banco de Pedri.
-Aumenta o volume da musica, por favor- pedi quase em um sussurro.
Ele assente de leve e aumenta o som até que estivesse tão alto que ninguém nem perceberia meu choro.
Gavi encosta de leve no meu braço.
-Você ta gelada. Não ta com frio?- pergunta manso.
-To- respondi breve.
E tava mesmo. Não sabia se era a chuva. O ar do carro. Ou o fato de estar no mesmo carro que Gavi minutos depois de tudo que ele gritou na minha cara.
-Toma- ele tira seu moletom e me entrega.
Por um segundo pensei em rejeitar, mas não fazia sentido fazer birra agora.
-Obrigada- agradeci o vestindo.
Ele me encara por alguns segundos e por um momento achei que estava pensando em como me pedir desculpas, mas claro que eu tava sendo muito ingênua.
-Da próxima vez não precisa pegar chuva pra pegar meu moletom, é só pedir- ele tentou fazer uma das nossas brincadeira.
Ele tentou brincar comigo depois de basicamente me chamar de vadia de jogador.
Ele ta sorrindo torto pra mim.
Ele ta me zuando só pode.
Vou agredir esse menino.
-Ce ta me zoando?- elevei a voz- você falou tudo o que você falou no vestiario comigo e a única coisa que você tem pr ame falar é isso? Uma provocação que fazemos um pro outro? Você ta me zuando né, Gavi?
Pedri olhava para nós apreensivos pelo retrovisor e eu respiro fundo tentando me controlar. Não ia brigar com o Gavi no carro com os dois amigos dele, isso era algo entre nós dois apenas.
Puxei o capuz cobrindo minha cara e abracei meus braços só querendo que essa carona chegasse ao fim o mais rápido possível.
Ferran e Pedri começam a conversar sobre um assunto aleatório quebrando um pouco o clima tenso.
Assim que Pedri estaciona na frente do meu predio e eu respiro fundo. Me inclinei encaixando meu rosto entre Ferran e Pedri.
-Obrigada pela carona. Desculpa gritar no seu carro- pedi chateada.
Pedri sorri de lado.
-Tudo bem, eu também gritaria no seu lugar- Ferran da risada.
-Ei- Gavi reclama.
-Tchau, meninos.
Quando eu abri a porta do carro sinto a mão do Gavi segurando a minha.
-Posso entrar pra gente conversar?- pede cabisbaixo.
Respirei fundo. Não sei se teria como conversar agora.
-Pode ser mais tarde? Acho que não é a melhor hora agora.
Ele assente de leve. Sai do carro e entrei correndo no prédio tentando fugir da chuva.
-Caraca, veio nadando até aqui, amiga?- Lupe zoa assim que eu entro pelo apartamento.
-Você conhece Gavi melhor que eu, preciso do seu conselho- anunciei chorona e logo me jogo no seu colo.
-Que aconteceu? Brigaram?- ela pergunta afagando meus cabelos e eu assinto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Jogador e a brasileira- Gavi
FanfictionQuando Ana se muda para Barcelona para terminar sua faculdade de medicina ela estava aberta para tudo que o destino lhe reservava, só não imaginava que o que lhe esperava era um marrento jogador de 18 anos do Barcelona que reviraria seu mundo. A ima...