Resolução

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Gavi volta do banheiro, se deita e me puxa pra deitar em seu peito e eu descanso por um momento.

-Você ainda vai pro Brasil comigo?- pergunto baixinho com medo da resposta ser negativa.

-Claro que sim- ele beija minha cabeça.

Ia dar certo. Eu tinha o apoio de Gavi, ia dar uma passada no Brasil, veria meus amigos. Minha vida ia bem. Eu só precisava tomar cuidado, me cuidar mais, as coisas iam melhorar.

Dar uma mudada de ar e ver meus amigos de lá me faria bem também. Ampliar a rede de apoio mesmo que só por uma semana.

Levantei minha cabeça o encarando.

-Eu ainda tenho muita dificuldade de falar sobre isso e tenho muito receio de te deixar me ver em um momento muito ruim, não gosto da ideia de você me ver no meu pior. Entende? Eu... Sei lá, é apavorante.

-Como assim?- pergunta um pouco confuso.

-Eu sei que você já me viu chorando mil vezes e já passamos por situações muito adversas. Mas te deixar me ver realmente em um dia ruim, me faz sentir... fraca. Um fracasso. Não sei.

Ele assente e faz carinho na minha bochecha. O papo pós sexo hoje ia ser pesado.

-Eu entendo, mas, amor, eu sou seu namorado, eu to aqui pra estar com você no seu melhor e no seu pior. Eu não vou sair correndo ao te ver no pior, eu vou te estender a mão e te ajudar a sair disso. Confia em mim.

-Eu confio, mas me sinto mal ao mesmo tempo de jogar tudo isso pra cima de você, entende? Não quero que nossa relação se resuma em você tentando me ajudar ou metido nos meus problemas. Eu quero que ela seja leve de novo como antes.

Eu precisava melhorar essa impulsividade assim como equilibrar pra que eu consiga melhorar minha conversa com Gavi, mas não o prejudique com meus problemas e minhas inseguranças. Como eu já fiz algumas vezes e fiz hoje de novo.

-Mas você concorda que antes não era uma relação real? Uma relação em que não conhecemos realmente um ao outro não é verdadeira. Sabe qual a melhor maneira da gente ter essa relação? Você buscando ajuda quando precisa, pra isso não piorar.

-Aos poucos eu vou conseguir me abrir mais, eu juro- prometi engolindo a seco.

Eu me sentia otimista pela primeira vez na semana. Sim, eu tive um dia ruim e tive alguns nos últimos meses, mas também tinha tido dias bons. Eu não estava doente e Gavi ia me ajudar nos dias ruins, eles não seriam tão ruins assim. Eu não ia voltar pra doença de novo.

Eu tinha um mês pra tudo melhorar ou ser arruinado. E eu ia conseguir. Talvez... Talvez até conseguisse falar com Gavi sobre essa questão dos 3 meses, com o tempo eu conseguiria contar a ele. Daria certo.

-Eu sei que sim, linda. E eu vou estar aqui pra ouvir e te ajudar- beijou minha testa com carinho.

-Enquanto eu... não consigo te explicar tanto, eu posso... talvez eu possa tentar te falar quando eu estou em um dia ou momento ruim. E ai... você me ajuda a não fazer algo errado?- propus receosa, ainda me sentia mal de envolver ele nesse lado da minha vida, mas precisava fazer isso mesmo que fosse desconfortável no começo.

Ele assente e sorri.

-Sim. Eu vou te ajudar em tudo, pode ter certeza, princesa.

Sorri de leve e voltei a me deitar em seu peito. Gavi começa a fazer carinho de leve no meu cabelo.

-Posso mandar uma mensagem pra Xavi dizendo que você quer ver a psicóloga?- ele pergunta manso.

-Pode.

O Jogador e a brasileira- GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora