Aceita alguma coisa? Uma água? Um bo...?

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Acordei com o celular de Pablo tocando. Meu corpo doia e o sono me dominava então apenas ignorei deixando que ele atendesse logo o celular pra eu voltar a dormir.

-O que você quer?- ouço sua voz sonolenta.

Bem humorado de manhã, graças a deus.

-Não. Nem ferrando. Você sabe que eu to ocupado agora de manhã. Pede pra outra pessoa ou me pede pós treino- responde grosso- não. Sem chance. Não adianta implorar- ele suspira- não, desculpa, mas não.

Ele desliga o celular e me abraça por trás de novo beijando minha cabeça antes de voltar a dormir. Mas ai é meu celular que toca.

Não é possível. Grunhi frustrada e o alcancei em cima da mesa saindo brevemente do abraço de Gavi.

-Alo?- perguntei sonolenta ainda de olhos fechados.

-Convence o Gavi a me ajudar- era Pedri.

-Pedri?- questionei confusa.

-Não acredito que ele te ligou- Gavi se senta irritado- fala pra ele que não.

-Não to entendendo nada- me sentei também me sentindo mais desperta.

-Eu liguei pra Gavi porque preciso da ajuda dele, mas ele me negou porque tá com você. Me ajuda nessa, por favor.

-Que ajuda você precisa?- passei a mão no cabelo sentindo-o completamente embaraçado.

-Precisava de alguém pra fazer o treino da fisioterapeuta e ele prometeu que ia me ajudar.
Tirei o celular da orelha e olhei pra Gavi.
-Você prometeu pra ele que ia ajudar ele?
-Ele não disse a hora- cruzou os braços.
-Tem que ser agora?- voltei pra Pedri.
-Sim, pós treino eu tenho o aniversário da minha priminha. Me ajuda ai, Aninha, ele não quer porque você ta ai.
Suspirei irritada. Minha vontade era mandar o Pedri a merda, mas era importante a fisioterapia dele. Engoli minha raiva e tentei ligar meu senso de boa torcedora do Barcelona.
-Tudo bem, Pedri, ele vai- desliguei o celular antes que Gavi pudesse argumentar no meu ouvido.
-Não. Vamo ficar aqui, temos a manhã toda juntos.
Ele me encara malicioso descendo o olhar pelo meu corpo coberto pelo lençol.
-Eu sei, lindo, mas ele é seu amigo e a fisio é importante. Ajuda ele.
Ele bufa contrariado, mas assente. Ele se aproxima e me beija devagar pousando a mão na minha cintura.
-Bom, mas a gente tem tempo de uma rapidinha, né?
Dei risada e assenti. Gavi tira o lençol que nos separava e me encara curioso. Ele passa o dedo de leve pela tatuagem média no meu quadril.
-Você tem uma tatuagem do escudo do flamengo?- ele a acaricia de leve.
-você conhece o escudo do flamengo?
Ele deu de ombros.
-Talvez eu tenha pesquisado depois que você falou que era seu time do coração.
Sorri impressionada e me aproximei o beijando sem pressa. Me separei e sua mão continuava na tatuagem.
-Por que não contou que tinha ela?
-Só os especiais merecem ver e saber dela- pisquei brincando pra ele.
-E quando vai fazer uma do Barcelona? Com minha assinatura embaixo?
Empurrei seu ombro de leve. Exibido.
-Ta sonhando muito, gatinho.
-Um dia quem sabe.
Ele volta a me beijar, mas mais intensamente subindo em cima de mim. E ali acabamos o assunto.

(...)

Cheguei em casa ainda avoada pela noite e manhã que passei com Pablo, entrei e encontrei Lupe sentada na sala vendo TV. Dias raros que ela acorda antes da hora que precisa. Gavi teve que ir encontrar Pedri de manhã, então dei uma carona pra ele antes de vir pra casa.

-Voltando só agora, Anita? Safada! Me conta tudo.

Dei risada e me sentei ao seu lado.

-Foi incrível. Pablo é incrível. E na cama ele é... uau, mais que incrível.

-Ta, não quero os detalhes sujos da noite- ela me bate com a almofada- mas eu to muito feliz por vocês. São um casal lindo.

-Você ta se emocionando mais que eu, nem sei se ele vai querer sair de novo.

-Ele vai. Ele não é burro de perder uma gostosa que nem você.

Lupe era realmente uma amiga e tanto.

-Vamos sair pra comer? Ta um dia tão lindo- sorri.

-Cara, sexo muda mesmo seu humor hein. Toda sorridente ai.

Ela me zoa, mas gosta da ideia. Ela se levanta pra tomar banho e arrumar as coisas pro colégio antes de irmos almoçar. Fico assistindo um episodio de friends, mas não consigo pensar atenção. Minha mente só vai pra noite que tive com Gavi.

Eu to é ferrada.

Eu devia mandar mensagem? Ele devia mandar? Bom, ele ta no treino agora.

(...)

Estava deitada vendo um filme qualquer a noite quando tocam a campainha. Sai para atender preguiçosa encontrando Gavi com um sorrisinho de lado.

Ele entra e da um beijo na minha bochecha.

-A Lupe não ta aqui, foi no shopping com uma amiga- expliquei estranhando ele ali.

Ele não tinha mandado nada desde que nos despedimos de manhã.

-Eu sei, vim ver você e não ela.

Sorri arqueando a sobrancelha e fechei a porta vendo-o sentar no sofá.

-Não vai oferecer nada pra sua visita?- zoa.

-Claro. Você aceita alguma coisa, Pablo? Uma água? Um boquete?

Gavira me encara perplexo pela ousadia e sorri malicioso.

-Devo admitir que to com saudades dessa boquinha.

Revirei os olhos rindo e me sentei ao seu lado no sofá.

-Quer assistir alguma coisa?- me virei pra ele.

Ele sorri de lado assentindo e acaricia de leve meu cabelo.

Porra, Gavi, me ajuda a não me iludir por você.

-Deixa eu te falar, os ingressos que eu te dei pra ver a champions- ele começa- o jogo mudou de cidade, agora vai ser na Inglaterra. Consigo passagem pra você e Lupe e podem ficar no hotel do time, você ainda quer ir?

Ir pra outro país ia ser complicado, eu não devia, mas era uma oportunidade única. Eu sempre sonhei em ver um desses jogos grandes e lá estava Gavi se propondo até a dar um jeito em hotel a voo pra mim. Era um sinal pra ir.

-Quero. Quero. Se não for muito trabalho pra você... que dia é mesmo?

-Quinta que vem a tarde. Posso achar um voo pra você quarta a noite e quinta de noite pra você só perder um dia de faculdade.

Bati a mão na testa na hora. Merda. Eu simplesmente esqueci da FACULDADE.

-Eu tenho prova quinta a tarde- murmurei chateada me lembrando do detalhe.

Eu ia ter que sofrer em uma prova de bioquimica ao invés de assistir um jogo da Champions. Cara, esse diploma tem que valer muito a pena mesmo.

-Não acredito- ele me encara decepcionada- bom- ele pensa um pouco- daqui duas semanas vai ter um El classico aqui em Barcelona. Não vai valer nada, é só um jogo pra família e amigos pra aquecer um pouco enquanto a La Liga não volta a acontecer. Você quer ir? Não vai ser a mesma coisa que um jogo normal, não vai ter nem cobertura da TV, vai ter umas 500 pessoas no máximo lá, mas vai ser um jogo contra o Real.

Simplesmente. Um convite pra ir a um El classico.

-SIM! Sim!

Ele ri da minha animação.

-Vou pegar uma credencial pra você essa semana então, depois te passo tudo certinho.

-Vou poder ir com a minha camiseta autografada sua- lembrei feliz.

-Bom, já que você vai virar uma grande acompanhante dos meus jogos, vai precisar de mais blusas minhas- ele coça o queixo- vou te trazer umas- pisca pra mim.
-Ah, só sua não né, traz uma do Bellerin, uma do Pedri, uma do Raphinha, aaaaa e uma do gato do Araujo- ele fecha a cara e eu gargalho- to brincando, carinõ, eu só usaria a sua blusa. Só a sua.
Me inclinei beijando seus lábios e ele corresponde apertando minha cintura com firmeza.
-Bom mesmo. Não vou aceitar te ver com uma blusa do Barcelona que não tenha meu número atrás.

O Jogador e a brasileira- GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora