A calmaria antes da tormenta

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ANINHA

Voltei do mercado encontrando Gavi e Julia na cozinha.

-Não foi dormir, amor?- perguntei deixando as sacolas na mesa.

-Fuso horário me atrapalhou- ele responde baixinho.

Gavi estava realmente cansado, parecia tão cabisbaixo. Fiquei com dó dele ter voltado mais cedo na correria e no cansaço só pra ficar comigo.

-Brigada por ter voltando- beijei sua cabeça o abraçando por trás ainda de pé.

-Vem cá- ele me puxa pro seu colo e me abraça forte.

Julia observa a cena de canto e começa a esvaziar as sacolas sem pressa.

-Já vou ai te ajudar- avisei ainda abraçada em Gavi.

-Fica em paz. Minha comida é mais gostosa mesmo- ela pisca pra mim brincando e eu mostro o dedo pra ela.

Gavi continuava grudado no meu corpo como se a qualquer momento eu fosse sair correndo dali e nunca mais voltar.

-Que manha é essa?- brinquei me virando pra ele.

-To com saudades de você, só isso. Você é perfeita, sabia?- ele beija meu pescoço.

-Você é perfeito- fiz carinho no seu cabelo- eu amei tanto o que você fez no jogo. Obrigada por me apoiar tanto.

Ele pega meu rosto com as mãos me fazendo olhar em seu olho.

-Eu vou te apoiar em tudo. Sempre. Independente da situação, independente do quão difícil vai ser.

Franzi o cenho. Aquilo já estava soando estranho.

-Na verdade, Aninha- Julia me chama- me ajuda fazendo o arroz, por favor.

Sai do colo de Gavi e fui pegar a panela pra ajuda-la.

(...)

Terminamos de comer e Julia disse que ia fazer um brigadeiro.

-Isso ai não vou te ajudar, vou tomar um banho- anunciei jogada no sofá.

Estava um calor insuportável em Barcelona, eu não aguentava mais ficar suada e grudenta por ai.

-Ensina o Gavira a fazer brigadeiro- brinquei me levantando e indo pro quarto.

Gavi me segue e me alcança antes de eu entrar no cômodo.

-Vamos comer antes. Ai a gente toma um banho juntos- ele sugere sorrindo de lado.

-Você só pensa besteira, hein- revirei os olhos- to com muito calor- reclamei.

-Eu te refresco- ele beija meu pescoço me puxando pros seus braços.

-Você ta é me esquentando- dei risada o empurrando de leve e voltando pra cozinha.

Julia puxou Gavi e começou a dar instruções extremamente específicas pra ele que ouvia tudo muito atentamente como se fosse a nova tática de jogo do Barcelona.

-Ta, mas a colher de manteiga é meio cheia, totalmente cheia ou levemente cheia?- pergunta preocupado.

-Levemente. Não pode ter demais e nem de menos- explica com calma.

Os dois começam a fazer o brigadeiro e eu dou risada sozinha sentada na mesa. Era um privilégio gigantesco poder ter duas das pessoas que eu mais amo e confio na vida juntas e se dando bem. Eu queria manter isso pra sempre, os dois pertinho de mim. As pessoas que eu mais confio, que mais são leais à mim.


(...)


Estávamos no portão de embarque com uma chorosa Julia e uma eu em prantos. Despedidas eram sempre difíceis.

O Jogador e a brasileira- GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora