Balada desastrosa

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Oii, voltei!! Capítulo que antecede coisas importantes 👀👀 espero que gostem!! Meta de 150 comentários pra eu lançar mais um hoje ❤️

ANINHA

Fazia uma semana desde que Gavi veio em casa com seu surto de cobrança sem sentido. Fazia uma semana que eu não o via e evitava ao máximo ver e ouvir algo dele. Aproveitei o seu unfollow pra retribuir nele, já estavam especulando mesmo nosso término, não ia ser meu unfollow que ia mudar muita coisa. Mas pra mim fez muita coisa, não ter Gavi nas redes sociais me ajudava aos poucos a tentar supera-lo. Quanto menos Gavi a vista, melhor vai ser.

Tenho tentado de todas as formas possíveis não ceder ao vazio no meu coração e focar em mim. Aumentei as sessões de terapia e estava procurando um emprego de fim de semana pra conseguir pagar todas essas contas médicas. Mas vai valer a pena, apesar do foco ter que ser na minha doença, quis deixar as 2 sessões dessa semana pra falar sobre Gavi e sobre o que ruiu tudo: minha dificuldade em falar sobre o transtorno alimentar.

Nunca foi falta de confiança, eu confio em Gavi mais que tudo, mas eu não conseguia entender porque era tão difícil compartilhar isso com ele. E não só ele, ainda não tive a coragem de contar pra meus pais sobre isso, dei a desculpa pra minha mãe que passei no psiquiatra pra pegar receita do remédio de ansiedade.

Eu não entendi porque eu estava com um bloqueio tão grande pra falar sobre isso, mas é algo que a psicóloga estava me ajudando a entender e a melhorar. Entender a raiz do medo pra enfrenta-lo. Consegui fazer grandes avanços nesse dia e estava pronta pra contar tudo pra minha mãe na segunda. Quanto a Gavi não tínhamos chegado em uma conclusão ainda, eu queria contar e achava que ele merecia essa explicação, mas com nosso último encontro turbulento e como não estamos nos falando, minha psicóloga acha que procurar ele agora talvez fosse demais pra mim, tinha que ser algo mais espontâneo de contato.

Era sexta e eu finalmente estava voltando a rotina da faculdade depois de gastar todas as minhas faltas possíveis por todo o ano. Outra coisa que minha psicóloga recomendou para o término: me ocupar ao máximo, e a faculdade era excelente pra isso. Nessa rotina eu basicamente passava o dia na faculdade, ou estudando ou na academia (essa última levemente ocultada das consultas).

Cheguei na faculdade a tarde depois de ter ido pro ambulatório de manhã e almoçado com Lupe, também estava tentando aos poucos trabalhar o perdão com ela e não deixar que minha mágoa dela se transbordasse em atitudes impulsivas e infantis, estávamos fazendo processo.

-Aninha!- Cecilia me chama assim que piso na sala, teríamos uma aula de semiologia e depois estaríamos liberados para o fim de semana.

-Oi, Ceci- sorri sentando ao seu lado.

-Como você ta, amiga?

-Bom, pra quem acabou de tomar um fora do namorado jogador lindo e gostoso e que amava mais que tudo, até que eu to bem, eu acho. To tentando levar um dia de cada vez- suspiro.

Ela me encara solidária.

-Precisa de distração?- assenti- ótimo, vamos na balada comigo hoje.

Sorri amarelo.

-Ah, Ceci, acho que não to muito pronta pra isso ainda- admiti triste.

-Qual é? Só pra gente beber um pouco e dançar juntas! Vai ser divertido, uma noite de meninas!

Ponderei na minha cabeça. Eu ainda sentia muita falta de Gavi, óbvio que a raiva que eu senti por ele ter me acusado e agido daquela forma ajudaram a mascarar um pouco a tristeza, mas ainda o amava demais e estava muito triste, não sei se era a hora ainda de sair pra festa.

O Jogador e a brasileira- GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora