3 meses: o começo da tormenta

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Levantei da cama quase me arrastando pra fora, 3 dias seguidos de prova é pra matar qualquer um. Eu tinha uma última apresentação de trabalho no horário da manhã e depois estaria livre dessa maldição que eles chamam de prova por mais 1 mês.

Cheguei na cozinha em busca de um copo de água pra começar meu dia e encontro Lupe dando gargalhadas com os vídeos que assistia no seu celular.

-Tiktok?- pergunto abrindo a geladeira.

Ela abaixa o celular, mas demora alguns segundos pra conseguir parar de rir e me responder.

-Os MELHORES tiktoks. Sério, a foto da bunda do Gavi nunca vai perder a graça- ela volta a dar risada.

Revirei meus olhos e me sentei na mesa à sua frente.

-Para de ver essas coisas, ele já tava chateado de ter sido expulso, quase morreu quando descobriu que seu cofrinho vazou mundialmente.

Tentamos fazer de tudo pra ele não ver isso no twitter e no tiktok, mas foi em vão, no dia seguinte do jogo antes de dormirmos ele veio me mostrar um edit do tiktok.

-Cara, é que não é só esse. Ele cabeceando a bola no chão é genial também- ela dá risada alto- "dumb ways to die"- cantarola.

Sabe, as vezes eu me pergunto se o fandom do Gavi é fã ou hater.

-É? E os edits do Pedri comedor de casada? "Pra mim gol é que nem mulher casada, meto mesmo"- imitei o meme vendo ela fechar a cara.

-Não tem graça. É diferente, o meme do Gavi só zoa ele, esse me atinge também- ela cruza os braços chateada.

-Gata, a bunda do meu namorado virou assunto internacional, me atingiu sim! Só eu devia ver aquela cena.

Sabe, certas cenas eu gostaria de só eu ter acesso. Não era legal esse tanto de mulher comentando que a bunda dele era linda ou que era feia é branquela. Só deixem a bunda dele em paz, por favor!

-Ele ta precisando tomar sol na bunda- ela zoa debochada.

-E seu namorado precisa ir atrás de solteiras- retruquei no mesmo tom.

-FOI SÓ UMA VEZ!- ela protesta brava.

Dei risada e me escorei na mesa descansando a cabeça por um segundo. Irritar Lupe era uma das minhas atividades favoritas matinais.

-Você ta acabada, hein- ela comenta nada delicada.

-É óbvio, Guadalupe, como eu não vou estar? To estudando que nem condenada a semana toda. To dormindo 2 horas por dia pra dividir meu tempo com Gavi- expliquei irritada.

Se tem uma coisa que eu não precisava, era Guadalupe sinalizando que eu to feia.

-2 horas? Você é maluca? Por que não explica a Gavi que você tem prova e precisa ficar longe essa semana?- fala como se fosse óbvio.

-Porque essa ta sendo uma semana muito difícil pra Gavi. Ele ta sofrendo demais com tudo isso que rolou no jogo e precisa do meu apoio. E os amigos dele não tão ajudando dando ibope pros vídeos da bunda dele- a censurei e ela dá de ombros.

-Eu sou a favor de entretenimento sempre.

Ri baixinho. Guadalupe era uma figura mesmo.

Meu corpo já estava pedindo socorro. Minhas costas doíam pelo tempo estudando desconfortável e meus olhos pesavam, o café só me deixava taquicardia e eu tava consumindo tanto energético que eu tava com medo de enfartar a qualquer segundo.

-Bom, ele está mal com tudo isso.

-Tá, mas sua faculdade é sua prioridade também, tenho certeza que ele entenderia. Como você ta estudando nos dias que dorme lá na casa dele?- pergunta curiosa.

Soltei uma risada sarcástica lembrando da primeira noite que Gavi voltou. Ele estava tão chateado que não desgrudamos um segundo, mas eu tinha prova no dia seguinte e precisava pelo menos ler os resumos pra tentar absorver algo.

Resultado? Tive que esperar Gavi dormir e me esconder no banheiro do quarto pra estudar sentada no chão até o amanhecer. E adiantou de algo? Não, foi uma das piores provas que eu já fiz.

-Estudo quando ele toma banho, come e dorme- dei de ombros.

-Você é maluca e mais maluca ainda por arranjar tempo e energia pra ir pra academia mesmo nessa semana caótica.

-O nome disso é disciplina, Guadalupe- respondi cínica.

-Beirando o vício. O mundo não vai acabar se você não for um dia pra academia, sabia?

Revirei os olhos forte e ignorei. Ser saudável é um crime agora.

-Bom, pelo menos ta acabando. Eu só vou ser uma coitada no dia de hoje e depois acabou.

Respirei fundo sonhando com a minha liberdade e um pouco de paz.

Eu só queria um pouco de paz.

Sem provas. Sem Gavi triste. Sem problemas adicionais.

Enfim, um pouco de calmaria.

-Fico feliz por você. Esse mês ta voando, né? Nem acredito que já é dia 14- Lupe comenta se levantando pra lavar seu prato.

Aquilo me atingiu como um tapa. Senti os segundos passando em câmera lenta enquanto ela se levantava.

O QUE?

-O que você disse?- perguntei sentindo o coração palpitar.

-Que eu to feliz por você?- repete e eu nego- Que o mês ta voando?

-Não, Lupe. Que dia você disse que hoje é?

-Ué, hoje é dia 14, doida. O que foi?

Merda.

Hoje acaba a porra da minha data. Hoje faz 3 meses.

Me levantei acelerada da mesa ignorando Lupe me chamando.

Não. Não. Não. Não.

Como eu pude ser tão burra? Como eu pude deixar isso acontecer? Eu coloquei tanto na minha cabeça que tava tudo bem, que tudo ia se resolver antes da data e agora eu to na data e não sei o que fazer!

O que eu vou fazer?

Sentei na cama e encolhi meus pés tentando buscar algum conforto. Lá se foi minha apresentação, não sei nem se conseguiria ir pra faculdade.

Respirei fundo colocando minha cabeça no lugar. Aquilo era o óbvio,  eu não tinha como lidar com isso sozinha. Eu precisava pedir ajuda. Eu precisava admitir pra mim mesma que dessa vez não ia ter como lidar com tudo isso sozinha.

Escuto uma batida na porta do quarto.

-Aninha? Ta tudo bem?- Lupe pergunta receosa.

Aquele tom eu conhecia bem. Era o tom que ia me dedurar pra Gavi.

-Ta sim, amiga, eu me atrapalhei, não lembrei que tenho uma provinha hoje. Vou tentar dar uma lida agora antes da aula- menti com a primeira coisa que me veio na cabeça.

Gavi tava um pouco melhor agora, mas a ultima coisa que ele precisa é eu jogando isso na cabeça dele sem ter respostas concretas. Ele saberia no tempo certo, no meu tempo.

Não tinha jeito, ia ter que pedir ajuda pra única pessoa que me conhece no melhor, no pior e que consegue me dar um puxão de orelha quando eu preciso.

Meu coração parecia que ia sair da boca quando alcancei meu celular e disquei o número de Julia.

Um toque. Dois toques. Três toques.

-Oi, amiga- ela atende animada.

-Ju, preciso da sua ajuda, urgente. Eu to na merda e não sei o que fazer- admiti com a voz embargada.

BOA TARDE KKK, DEIXANDO ESSE CAPITULO POLEMICO E AVISANDO QUE TALVEZ EU DEMORE UNS 2 DIAS PRA POSTAR O PRÓXIMO PORQUE VOU ENTRAR EM PROVA E VAI SER UM CAPITULO QUE VOU TOMAR MUITO CUIDADO PRA ESCREVER.
BEIJOS, NÃO ME ODEIEM KKKK ESPERO QUE TENHAM GOSTADO

PS: LANCEM SEUS CHUTES PRA O QUE VAI ACONTECER.

O Jogador e a brasileira- GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora