Proposta recusada

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A semana tinha passado voando e eu já tinha tirado os pontos da sobrancelha, agora só sobrava um curativo e uma cicatriz que eu torcia pra desaparecer o mais rápido possível.

Não tinha tido coragem ainda de levantar quando vejo a porta do quarto sendo aberta e um Gavi sorridente entrando.

-Bom dia, dorminhoca.

Que bom humor é esse em pleno sábado de manhã?

Ele se deita comigo entrando nas cobertas e se vira pra mim.

-Ok, tenho novidades e um convite- conta todo feliz.

Amava ver o Gavi animado, parecia uma criancinha.

-Me conta, amor- pedi me esforçando pra acordar um pouco mais.

-Primeiro quero saber como você ta de agenda da faculdade.

Forcei minha mente pensando no calendário, mas aquele mês era começo de trimestre, ou seja, sem entrega de trabalhos ou provas.

-O mês mais suave da faculdade, ainda bem. Sem trabalhos e sem provas até onde me lembro- sorri aliviada.

Gavi aumenta seu sorriso e morde o lábio de animação.

-Eu fui convocado pra um amistoso da espanha contra a Grécia daqui há duas semanas.

-Sério? Parabéns! Gavi, isso é incrível, você com certeza vai ser chamado pro mundial ano que vem!- comemorei.

Era tudo que ele sonhava e merecia demais. Eu ficava tão feliz de ver ele conquistando seus sonhos pouco a pouco.

- Então, tudo vai depender do meu desempenho nesse amistoso porque vai valer vaga pra fase de grupos. Vai ser lá na Grécia e eu quero que você vá comigo! Iríamos dia 15 e voltaremos dia 19.

Ai, merda. Essa semana não. A única semana que eu tinha reservada no ano todo.

-Pablo...- comecei receosa, como eu ia explicar pra ele que não iria?

-Calma, me escuta. Eu sei que você não gosta de perder aula, mas eu pensei em te conseguir um atestado falando que você vai acompanhar a equipe médica pra aprender ou sei lá. E você mesmo disse que não tem nada pra entregar esse mês.

-Eu não posso, meu amor- expliquei mansa.

Ele me encara confuso sem entender.

-Você sempre fala que queria ir pra Grécia, vai ser a oportunidade perfeita! Vão ser só quatro dias, não vai te atrapalhar muito na faculdade. Vamos... por favor! Aurora e meus pais marcaram viagem já, não vão poder ir, se você não for, não terei ninguém pra me apoiar lá!

Essa última foi golpe baixo. Muito golpe baixo.

Acariciei seu rosto e sorri de lado. Eu sabia o quanto era importante pra Pablo que eu assistisse seus jogos, era a única coisa que ele me pedia e fazia questão. Ele sempre dizia que eu virei um amuleto pra ele e que jogava mal sem minha presença -o que era mentira porque é humanamente impossível pra Gavi jogar mal-.

-Não, não vem com essa carinha. Você tem que ir- pede chateado- por favor, vai ser meu jogo mais importante pela Espanha. É basicamente minha última chance de mostrar que eu tenho potencial pra Copa. É meu sonho, você sabe.

-Eu sei, eu sei. Eu amaria ver você jogar, gatinho, de verdade mesmo. Eu iria sem pensar duas vezes. Mas eu não posso dessa vez.

-Por que?- pergunta emburrado.

Respirei fundo. Eu sabia que ele não ia entender e isso ia virar uma grande bola de neve e mais uma discussão exaustiva na nossa relação.

-Uma amiga próxima vai vir pra cá passar uma semana comigo- explico rezando pra isso bastar como desculpa pra ele.

O Jogador e a brasileira- GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora