Conchinha dos brothers

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Peguei meu celular novamente e decido entrar finalmente no meu whats e ver quem eu tinha ignorado no dia. Vi que tinha algumas mensagens de Sira e decido responde-la a esse ponto ela já sabia o que tinha rolado no jogo e me mandou mil mensagens pedindo pra eu ligar pra ela e perguntando como eu estava. Ignorei o horário e decidi ligar pra ela, ela sempre tinha bons conselhos.

O celular toca algumas vezes antes dela atender.

-Oi Aninha- ela atende um pouco afobada.

-Oi, ta ocupada? Queria conversar.

-Ocupada? Não, pode falar.

Ouço a voz de Ferran no fundo.

-Ah não, Sira. Volta aqui e deixa isso pra amanhã- eu interrompi algo?

-Shiu, Ferran- ela briga- sobe aqui no meu quarto, Aninha.

Desligamos e eu fui em direção ao elevador. Quanto mais eu queria que o dia acabasse, mais um dava um jeito dele se alongar. Bati no quarto de Sira e ela logo abre com um sorriso.

-Entra ai, Aninha- ela abre mais a porta.

Encontrei Ferran sentado na cama e me encarando de cara fechada.

-Oi, Ferran- sorri.

-Amor, deixa a gente ter um papo de meninas. Vai lá no quarto do Gavi- ela pede meiga.

Ferran a encara completamente incredulo, mas no fim assente e se levanta.

-Obrigada por estragar minha transa, Aninha- ele diz amargo antes de sair.

Acho que Ferran não estava muito feliz comigo.

-Fizeram as pazes, então?- perguntei lembrando da nossa ligação mais cedo.

-Ah, sim, não conseguimos brigar por muito tempo- ela se joga na cama- eai? Me conta essa fofoca do fim de jogo.

Dei risada e me deitei ao lado dela começando a contar todos os acontecimentos do dia.

(...)

Depois de desabafar com Sira me sentia um pouco melhor, acho que como ela disse, as coisas vão se acalmar nos próximos dias e o caos vai baixar também. Eu só precisava estar bem com Gavi, se estivermos juntos, estaremos bem.

Sai do quarto de Sira e fui para o de Gavi entrando com o cartão. O quarto estava escuro, achei que ia encontrar Ferran ali junto com ele.

Olhei melhor pra cama e na hora acendi a luz não acreditando no que eu via. Ferra e Gavi dormindo de CONCHINHA NA CAMA?

-Que isso?- acendi a luz confusa.

Gavi desperta me olhando sonolento, ele me lança um olhar muito confuso e se vira pra mão que o abraçava que era a de Ferran.

-TA MALUCO, FERRAN?- ele grita pulando pra fora da cama.

Ferran também desperta assustado e vai para a outra ponta do quarto. Ele murmura alguma coisa e vai embora indo pro seu quarto.

-Ta me traindo com seu amigo, Gavira?- falei entre risos.

-Engraçadinha- ele cruza os braços- por que você saiu do quarto? Não entendi nada, o Ferran só apareceu aqui do nada.

-Fui fofocar- dei de ombros- e como que isso aqui acabou em conchinha?

Gavi hoje: um título pro Barcelona, o título de melhor em campo, título de precoce e agora ta me cornando com o amigo. Dia turbulento.

Ele fecha a cara e me encara irritado.

-Não teve conchinha, o Ferran apareceu aqui me acordando e reclamando de vocês duas. Falei que ia voltar a dormir e ele disse que ia dormir esperando vocês também. Sei lá o que rolou...

-Eu sei bem o que rolou...- ri do incomodo de Gavi- vou te dar uma música: 50 reais Naiara Azevedo.

Ele franze o cenho e pega o celular procurando a música. Tirei o moletom e entrei debaixo da coberta enquanto Gavi lia a letra inconformado.

-Muito engraçadinha- ele apaga a luz e se vira pro lado contrário do meu.

Dei risada e o abracei por trás.

-Sempre tão estressadinho, amor.

(...)

Voltamos finalmente à Barcelona e a toda nossa rotina. Os primeiros dias foram meio estranhos na faculdade, sentia muita fofoca ao meu redor sobre o que tinha rolado no jogo, mas aos poucos isso foi se dissolvendo e caiu no esquecimento.

Xavi conseguiu conversar com o Real Madrid e no mesmo dia que voltamos o Ceballos fez uma nota em seu instagram se desculpando pela sua atitude comigo. Isso deu uma mudada brusca e várias pessoas me mandaram mensagens de apoio. Pela primeira vez, estava recebendo mensagens positivas.

As coisas com Gavi iam bem, conversamos sobre tudo, menos sobre seu empresário. Gavi insistiu que aquilo era desnecessário, que deveria apenas ignorar o que ouvi porque seria exatamente o que ele faria.

Estava deitada no sofá vendo um filme quando vejo Lupe sair do quarto com o passe acelerado, ajeitar o cabelo no espelho, abrir a porta e sair sem falar nada. Ou seja, Pedri estava ali embaixo. Iam em um date, será?

Ainda não tinha tido a oportunidade de conversar com Pedri ou Lupe sobre o assunto, mas eles pareciam estar precisando de um empurrãozinho pra assumir essa relação.

Lupe abre a porta em poucos minutos voltando com uma jaqueta jeans em mãos.

-Esqueceu a jaqueta no carro do Pedri, é?- ela dá um pulo se assustando comigo.

-Que susto, garota!- reclama com a mão no peito.

-Era Pedri que estava ai embaixo, não era?

Ela sorri de lado e assente de leve.

-Era. Mas deixa isso baixo.

-Esqueceu o casaco no carro ou na casa dele, Lupe? Que que vocês aprontaram pra você esquecer peças de roupa por ai?- questionei ela debochada.

Lupe revira os olhos e vem se sentar ao meu lado no sofá.

-Engraçadinha, só tava frio no dia- a encarei confusa.

-Ai ele te deu o casaco dele e você tirou o seu pra colocar o dele?- não fazia muito sentido.

Ela ri seca.

-Que nada, eu que emprestei meu casaco pra ele. O coitado tava todo se tremendo alegando que "em canarias não faz frio assim"- gargalhei alto imaginando Lupe tirar a jaqueta pra Pedri se aquecer.

-Que cena ótima, amiga.

-Mas...- ela começa e me encara nervosa- já que estamos falando nisso... Gavi te falou da festa de amanhã né? Você vai?

Gavi tinha me convidado pra ir com ele e Lupe em uma festa de um amigo de colégio deles. Aparentemente o menino era bem rico e a festa ia ser na mansão dele com mais de mil convidados. Tinha roupa pra esse evento? Não, mas não perderia essa festa por nada.

-Vou, claro, estou animada- sorri.

-Ótimo, então eu tenho duas coisas pra te pedir. A primeira é pra gente ir fazer compras pra essa festa hoje. E a segunda...- ela sorri amarelo- por que você não dá a ideia a Gavi de chamar Pedri pra ir na festa?

Revirei meus olhos. Eles precisavam conversar logo com Gavi.

-Lupe, ele vai estranhar se eu pedir.

-Aninha, por favor! Sei que você consegue pensar em algo pra Gavi não suspeitar. Por favor...

-Ok. Ok. Eu vou ver o que consigo fazer, ele vai passar aqui mais tarde.

Lupe bate palmas animada.

-Então vamos logo pro shopping, preciso de um vestido que me deixe gostosa.

Levantei sendo puxada por ela e só deu tempo de pegar meu tenis e minha bolsa antes de ser arrastada até o carro por Lupe. Ela tagarelava sobre como a casa do garoto era grande e que ele tinha uma familia influente então provavelmente teria famosos ali. E eu só conseguia pensar: EU VOU USAR O QUE?

O Jogador e a brasileira- GaviOnde histórias criam vida. Descubra agora