Demoreii, mas volteii! Demorei mais do que eu achei pra escrever esse capítulo porque ele foi bem difícil (vocês vão entender)
Esse capítulo trata de assuntos pesados e pode ser gatilho pra algumas pessoas! Cuidado!
Próximo capítulo vai ser ponto de vista do Gavi 👀
Espero que gostem ❤️ANINHA
Fazia exatamente 37 minutos que eu estava acordada. Tinham exatamente 23 ligações de Gavi divididos entre as exatas 15 horas que eu dormi depois do remédio. Também tinha 7 mensagens de Lupe, 5 de Pedri e 12 de Gavi. Sira deixou sua marca com 10 mensagens e 3 ligações.
Nenhum sinal de Guilherme.
Enquanto eu encarava fixamente a tela inicial do celular, eu só conseguia rezar pra tudo ser um sonho, uma alucinação, pra ele não aparecer aqui de novo.
Em exatos 37 minutos eu consegui pensar em apenas uma saída pro meu problema, mas meu estômago embrulhava só de pensar em algo dar errado.
Eu não sabia no que acreditar, teria Guilherme realmente o poder de machucar Gavi ou era apenas um blefe? Ele me achou tão fácil, com certeza ele sabe exatamente onde Gavi vai ficar nessa viagem.
Eu não queria lidar com isso sozinha, mas toda vez que eu cogitava desbloquear meu celular e discar o número de Gavi, as palavras de Guilherme martelavam na minha mente.
O quão egoista eu sou pra considerar contar isso a Gavi e pedir sua ajuda se isso vai prejudica-lo? Além disso, a última coisa que eu quero é que Gavi largue sua viagem de trabalho pra vir aqui.
38 minutos acordada.
A tela de início se acende de novo e o nome de Gavi aparece na tela, rejeitei a chamada. Eu precisava responde-lo e acalma-lo, mas não ia conseguir ouvir sua voz e fingir que estava tudo bem, ouvir seus questionamentos e mentir pra ele.
Mandei uma mensagem justificando que não podia atender porque estava em aula e garanti que estava tudo bem, só caótico por conta das faltas e pra resolver tudo. Me desculpei novamente e prometi que não ia demorar tanto pra responde-lo de novo.
Deus, que Gavi me perdoe pelo que eu vou fazer. Que ele entenda que eu só queria o fim disso tudo.
2 horas e 17 minutos acordada. Guilherme manda uma mensagem avisando que estaria na minha porta em 15 minutos.
Respirei fundo.
Tinha ligado pra Julia e explicado toda a situação e meu plano. Apesar de sua revolta e relutância, não havia nada que ela pudesse fazer pra me impedir do outro lado do mundo, então após muita insistência, ela decide apenas aceitar e me apoiar no que podia.
Chorar com Julia foi a única coisa que me fez sentir melhor desde que tudo aconteceu. Botar pra fora todo o sentimento que eu camuflei me dopando de remédios foi libertador.
E eu chorei sem dó. Chorei pela feriada que nunca cicatrizava. Chorei pela frustração de nunca estar longe de problemas. Chorei por não ter Gavi comigo. Chorei por ter que esconder isso de Gavi. Chorei por ver novamente Guilherme. Chorei por tudo. Cada luto, cada luta, cada medo. Tudo foi sentido nos exatos 73 minutos de ligação.
Me levantei disposta a cumprir minha única meta: sobreviver. Toda a vez que lidava com Guilherme, minha meta era sempre essa. Conseguir acordar no dia seguinte e seguir meu dia.
Joguei uma água gelada no rosto, prendi o cabelo e engoli todos meus medos. Uma batida na porta ecoa dando início a batedeira no meu coração também.
Ansiedade. Medo. Insegurança. Trauma.
Engoli cada um dos meus sentimentos enquanto fiz o curto, mas eterno, percurso até abrir a porta.
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O Jogador e a brasileira- Gavi
FanfictionQuando Ana se muda para Barcelona para terminar sua faculdade de medicina ela estava aberta para tudo que o destino lhe reservava, só não imaginava que o que lhe esperava era um marrento jogador de 18 anos do Barcelona que reviraria seu mundo. A ima...