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MANUELA

Fui linda almoçar com o Lucas, né? E não é que o cara é super gente boa? Adorei. Trocamos ideia sobre várias coisas e rolou até uns beijinhos. Não podia deixar passar.

Esse final de semana, vou ficar com ele, é aniversário da Julia e ele me chamou pra ir com eles pra praia, região dos lagos, então... Bora, né?

Voltei pro trabalho e to aqui, movimento fraquinho hoje. As meninas e eu estamos só pela fofoca mesmo, risos. Rafaella me mandou mensagens falando que as monas estão falando sobre mim e o Rogério, vocês acham que eu to ligando? Não to né. Isso só me dá mais vontade de afrontar.

Enfim, 19h30 e eu em casa, graças a uma carona maravilhosa do boy da menina que trabalha comigo, eles moram aqui perto e me salvaram.

Cheguei em casa e dona Vandete estava lá, mexendo nas panelas.

— Achei que não tinha mais casa. - abracei. - Sua benção.

— Tava com saudade? Duvido. - abraçou de volta e deu um beijo em mim. - Teve um rapaz te procurando aí, filha. Disse que volta depois, acho que conheço ele de algum lugar.

— Ih, nem to esperando ninguém. Vou tomar um banho.

Passei pro quarto, tirei a roupa e fui pro banho, tomei aquele caprichado, vesti um pijaminha e voltei pra sala. Fiquei conversando com a minha mãe, jantamos juntas e vimos a novela que ela adora.

Deu certa hora, ela guiou pro quarto e eu fiquei pela sala deitada, procurei algum filmezinho qualquer da Netflix, peguei o celular e vi as mensagens. Olhei meu grupo com as meninas e a Evelin não tinha nem dado às caras. Isso me preocupa demais.

Respondi as mensagens do Lucas e deixei o celular na mesinha, passei a prestar atenção no filme e dei aquela cochilada. Acordei no susto quando ouvi uma buzina no portão.

— Quié? - abri a porta, um pouco tonta. - Se acordar minha mãe, já sabe o problema.

— Foi mal, sabia que ela dormia cedo não. - ele desceu da moto.

— Olha a hora né, querido? Onde que tá cedo? - abri o portão e fiquei próxima a ele.

— Tu acha normal sair de pijama e sem sutiã pra atender as pessoas?

— Sem calcinha também. - debochei. - Quem nunca viu, não sabe o que é. Quem já viu, não se assusta.

— Tu é muito abusada, garota. - me puxou pela cintura.

— Eu hein. - apoiei a mão no ombro dele. - Tu quer o quê?

— Você, po. Dormiu bolada, nem fez um amorzinho comigo. - beijou meu pescoço.

— Ah, tu quer amorzinho é? - dei risada. - Tô naqueles dias. - menti.

— Tem problema não, a gente faz no chuveiro. - passou a barba no pescoço e me arrepiei toda. - Vem comigo, po. Ou deixa eu ficar aí.

— Não, minha mãe chegou hoje, vai falar se eu sair. Outro dia eu vou, po. - tentei me soltar.

— Chatona tu. - me soltou e subiu na moto.

— Boa noite, hein. - entrei pra casa e ele guiou.

Esse cara é doido, papo é reto.

Acordei na pressa, pra variar. Saí voada pro curso e encontrei com a minha meia-irmã. Odeio essa menina, odeio a mãe dela. Que ranço!

Dei aquela olhada básica pra ela, que me olhou de volta, ela não abaixa a cabeça e isso é genético, não posso falar que não.

Minha "irmã" é novinha, tá sempre misturada com os mavambos, se meu pai fosse vivo, nem imagino a merda que ia dar. Ele fazia um inferno comigo que era quietinha, imagina com ela.

Essa história de ter duas famílias é foda, minha mãe foi enganada por ele uma vida, quando eu descobri, ele me ameaçou e tudo, mas mesmo assim falei com a minha mãe. Ela, incondicionalmente apaixonada por ele, não fez nada. Foi bem difícil, mas fazer o que, né? Cada um com seu difícil.

META
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