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1 MÊS DEPOIS

Rogério entrou numa de querer ficar me rondando agora. Em todos os lugares que eu vou, quando volto, ele tá lá no começo do beco, tá na rua da minha mãe, enfim...

Há alguns dias atrás, ele simplesmente mandou mudar o Novo de lugar, e mais uma vez, Henrique não me deixou falar com o Fidel, porque segundo ele, enquanto o Rogério não encostar nele, nem em mim, tá tudo tranquilo, ele que mude o que quiser. E eu concordei, sabe? Não vou ficar batendo cabeça com ele, porque se eu tiver que casar com o Henrique, ele pode mandá-lo até de volta pra 2P, que se eu cismar de ir, vou atrás. Ele me conhece!!!

Henrique e eu continuamos ficando, mesmo com tudo jogando contra. Ou melhor, mesmo com os meninos jogando contra, já que quem organiza os plantões dele são Renan e Rogério, mas tudo bem... Sem estresse.

E festa das crianças é hoje. Eu estou acordada desde as 5h da manhã, por pura ansiedade porque tudo já está organizado e eu só preciso arrumar os dois e ir com eles pro salão.

Graças a Deus, consegui convencê-los de fazer os dois temas diferentes, mas com as mesas próximas, pra podermos cantar os parabéns juntos.

Rogério bancou o álcool, buffet doce, salgado e ainda inventou de botar uma estação de açaí e uma de crepe. Eu não discuti, porque até minha mãe disse que eu estava sendo burra, infantil e estava usando as crianças sem saber. Tomei um coió brabo dela e enfiei o rabinho entre as pernas.

O dia em si passou arrastado, mas eu fiz de tudo pra passar rápido, tava super ansiosa, parece até que a festa era minha.

Por volta das 15h, chegamos no salão e estava tudo impecável. As crianças logo saíram correndo pro espaço de recreação.

Minha família já estava lá, a mãe do Rogério com as tias também, a Rafa com Renan e alguns meninos do movimento também, amigos antigos do Rogério. Mas ele mesmo, ainda não.

Eu fui na cozinha falar com o pessoal, e quando voltei, minha prima me avisou que tinha um menino me chamando lá na porta. E eu fui...

Era o Henrique.

— Ô gente, não precisava chamar não. Por que não entraram? Sejam bem-vindos.

— Só fica melhor, né? — disse ao me ver, me encarando toda. Fiquei logo tímida.

Fui na direção dele sorrindo, nos demos um selinhos e ele me apresentou à irmã dele e o sobrinho, que eu havia convidado pra festa. Estávamos trocando uma ideia rápida, quando o Jetta do Rogério parou e eu já tava preparada pro "Show do Kid".

— Então... — Henrique e ele ficaram se encarando tanto que até a irmã dele percebeu. — Trocaram meu plantão, mas trouxe a Amandinha e o Léo.

— O que? — perguntei indignada. — Ô Henrique...

— Vai curtir com tua família, depois nós fala disso. Mais tarde eu panho Amanda e Léo aqui.

— Boa tarde, boa tarde. — Rogério passou atrás da gente com umas garrafas de whisky e mais dois homens. — A hora, hein Novin. Os cara tão te esperando lá.

Eu olhei pra ele na hora, e se meus olhos dessem tiro, ele ia tomar um certeiro, bem na cabeça. Filho da puta!

Não sei se me espanta, se me conforta, se me irrita o quanto o Henrique é calmo, sabe? Ele é meu equilibro nesse quesito. Eu querendo explodir o mundo, botar e boca no trombone, falar a beça na cabeça dele e ele fica no: "depois nós conversa, Manuela", "deixa isso pra lá", "liga pra isso não, preta", enfim...

— Sinceramente... — falei olhando de volta pro Henrique.

— Deixa pra lá, po. Aniversário deles não foi na quinta? Eu tava lá e ele nem sabe... — riu e subiu na moto de novo. — Boa festa pra vocês, o dever me chama.

Dei de mão na minha cunhada, que é linda, butuca de olho verde, parece até o Henrique versão feminina, novinha, uma educação sem fim, o Leonardo também, um doce de criança, logo se enturmou com os meus filhos. Amanda ficou na mesa da minha família e também logo se enturmou.

Por mais que a festa seja toda feita pelo buffet, a gente sempre fica na correria, organizando. Toda hora um chama e eu mal via meus filhos, quando via, estavam dando a vida nas brincadeiras. Suados, rostos vermelhos, enfim... Eu faço festa pra isso mesmo, pra eles. Eles merecem e eu quero que se divirtam até a última gota.

Fui num quartinho que tem lá, onde eu havia guardado as lembrancinhas, organizei tudo pra hora de distribuir, porque não quero ninguém levando duas não. Quem veio, veio. Quem não veio, tchau.

— Tu chamou aquele comédia pra festa dos meus filhos por quê?

— Seus? Fez com a mão, né? Nasceu de você? — bufei. — Vamo tentar não brigar hoje, Rogério. Por favor!

— Po, já te falei que não quero meus filhos sendos criados por outro homem, já te dei o papo. Tu não abraça.. Daqui a pouco, ele que te abraça.

— Pipipipopopó. — debochei. — Não tenho medo das suas ameaças. Não sou maluca e as crianças adoram o Novo antes mesmo dele me conhecer. Chamei e nós já tínhamos combinado de chamar quem quiséssemos, menos a Jaqueline, porque ela não sabe se portar em ambiente com pessoas normais, ela gosta de tumulto.

— Esquece Jaqueline, porra. Se foda que os moleque adora o Novo... Não era pra chamar.

— Rogério, chegou. Vamos sair daqui, não quero que ninguém pense que eu to ficando escondida aqui contigo. — tentei passar por ele na porta, mas ele me cercou.

Com isso, acabamos ficando próximos demais e o cheiro de whisky que emanava dele, era como nos velhos tempo, misturava com o perfume, ficava gostosinho. Mas pena que ele era um merda!

— Se foda o que nego vai pensar. E eu queria mermo era tá ficando contigo. — falou cheio de marra.

— Mas isso é uma coisa que nunca mais vai acontecer. Me deixa passar! — olhei nos olhos dele, falando serinha com o semblante fechado. E antes de sair da minha frente, ele soltou uma gracinha.

— Tu tá gostosa a beça dentro desse conjunto.

— Ih garoto, me respeita. Tu nem é disso. Nunca me elogiou assim... — dei de ombros e voltei pro salão.

Voltando, vi que as fotógrafas já tinham chegado. Recebi as duas, botei pra comer, beber e enquanto isso, aproveitei pra ir mobilizando a galera pra missão impossível de tirar foto com eles, pois estavam super envolvidos nas brincadeiras.

Depois de muita conversa, convenci os dois a irem pras mesas tirarem as fotos e enquanto tiravam, eu ia organizando a fila. Infelizmente, de frente pro Renan e Rogério, que nem disfarçavam que estavam falando de mim.

LOOK MANUELA

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