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Fiquei quietinha perto da Rafaella, mas não sabia se contava pra ela, pro Rogério ou pra alguém. Eu tava nervosa de verdade e isso cortou a minha onda todinha.

Luan ficou super do meu lado, e ele disse que já tinha sacado ele me olhando, mas achou que fosse coisa da cabeça dele.

Rogério deu uma saída com o Renan, foram dar a volta de lei deles. Assim que eles saíram, o Tiguin colou na mesa, parece que tava esperando. Não sei se o Jacaré sacou ou já sabia de algo, mas chegou juntinho de mim.

— Chega aí. — Jaca me chamou pra perto.

— Fala.

—  Tiguin fez algo contigo? — fiquei muda. — Pode falar. To sacando ele o dia todo te olhando, e agora tu ficou com uma cara assustadona quando ele chegou.

— Apertou minha bunda, quando passei entre ele os caras pra ir no Luan.

— Caô. Sabe que vou ter que dar o papo no Kid, né? Tu querendo ou não, isso não pode. — ficou puto, e eu chorei. — Ou, tu não fez nada, e eu já to ligado na dele. Fica assim não. — me abraçou e me deu um beijo na cabeça.

O Rogério chegou e eu estava enxugando o rosto. Jacaré me soltou e falou alguma coisa no ouvido dele. Tá ligado quando a pessoa muda na hora? O Rogério.

Ele nem veio falar comigo não, fez sinal pra eu esperar, falou com o Renan, falou com mais dois e saíram. O pessoal do chefe brotou, Tiguin até tentou sair, mas o Jacaré deu um pega no braço dele e balançou a cabeça negativamente.

— Tá na vacilação. — deu um só na cara, no meio de todo mundo.

Eles não brigaram ali não, o pessoal juntou no Tiguin e saíram levando pra algum lugar que eu não sei qual. Eu estava muito nervosa e não aguentei segurar o choro. A Rafa ficou sabendo pelo Luan e por sua vez, também tremia igual vara verde. Ainda bem que as meninas estavam com a gente.

Olhei pra mesa, cheia de bebida, tudo já pago, fiz sinal pro carinha da barraca, pedi pra ele me adiantar e levar tudo lá pra casa. Chamou um outro, botaram numas sacolas de gelo e saíram.

Eu dei a mão pra Rafaela e saímos do pagode, fui onde o carro do Rogério tava parado, olhei pro lado e ele tava num aglomerado com os cara do chefe. Balancei a chave pra ele e entrei com o pessoal no carro, fomos apertadas? Fomos, mas fomos pra casa.

Chegamos em casa junto com os meninos da barraca, pedi pra eles guardarem as coisas no freezer, dei uma gorjeta e entrei.

Fui direto pro quarto e sentei na minha cama, eu não sabia o que fazer. Algum tempo depois, a Rafaella apreceu.

— Irmã, eu sabia que ele ia fazer algo com uma de nós. É o histórico dele, né? Mas não imaginava que fosse assim.

— Eu tô acabada, irmã. Tenho que contar isso pra Evelin, cara.

— Sabe que ela não vai acreditar na gente, né?

— Tudo bem ela não acreditar, mas vou fazer a minha parte.

— E eu tô com você. O certo pelo certo.

Voltamos pra sala, e quando eu fico nervosa, quero comer tudo. Esquentei o arroz, peguei o salpicão e comemos. As meninas foram embora e ficamos nós três na sala, vendo TV até ouvir um barulho e uma falação no portão.

— Manuela, vem aqui. — abriu a porta e me chamou. A blusa dele tava cheia de sangue. Odeio! — Fala aí o que aconteceu. — ele tava com mais uns três caras que eu não tenho intimidade, mas sei que são patente alta e eu logo contei.

— Tem testemunha? — um deles perguntou.

— Tu não deu mole pra ele não? Tava na intenção dele tu? — o outro perguntou e o Rogério já logo mudou a cara.

— Tá achando que minha mulher é o que, Barriga? — broncou logo.

— Se segura aí, Kid. — um deles entrou no meio. — E tu, Barriga, cala a boca, que quem resolve sou eu. Manuela, tem testemunha?

— Tem! — falei seca e séria. A pergunta do outro cara me deixou muito chateada. — Luan, vem aqui. - ele veio, eu expliquei e ele falou também.

Nesse meio tempo, o Jaca chegou com mais um moleque.

— Memo que não tivesse, o cara tá o dia todo palmeando ela, e o histórico dele é esse, Alandelon e geral sabe. Nego aliviou na primeira porque o cara não tinha contexto, mas agora...

— Quero saber de mais nada. — saiu todo mundo e eu fiquei em pé, olhando pro viado, sem entender nada.

Nunca vi o Rogério assim e nem quero mais ver. Voltei pra sala e sentei, ficou aquele clima pesadão e o telefone da Rafaela começou a tocar.

— Evelin, o problema é todo dele. Quem fez a merda? Tu não me estressa não, se der complicação na gravidez por estresse, tu vai ver só. Vagabunda é o caralho, seu macho que não tem respeito. Foda-se. — desligou.

Ah, pronto. Agora fiz as irmãs brigarem, já to me sentindo bem pra caralho. Tudo que eu precisava.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora