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Estava quase anoitecendo quando decidimos voltar pra casa, as crianças estavam cansadas e eu igual. Subimos e minha mãe deixou a gente em casa, tudo apagado, nem sinal do bonito.

Entrei com as crianças, Nathan dormindo no braço e Nanda me dando a mão. Assim que abri a porta, ela saiu correndo pro meu quarto, acredito eu que na esperança de encontrar o Rogério, mas não achou. Fechei a porta e subi pro quarto também. Encontrei com ela chorando sentada na minha cama, do lado onde o pai dela dormia.

— O que foi, princesa? — deitei o Nathan na cama, e fui pro lado dela.

— Quero meu papai. — veio pro meu colo, abraçando meu pescoço.

— Vamos fazer assim, mamãe vai te dar um banho, fazer uma Nescau pra você, ligar no desenho e chamar o papai pra te ninar. Pode ser?

— Pode, mãe, mas eu queria ele agora. — fez bico, mas logo me soltou e foi ele direção ao banheiro.

Dei um banho rápido, pois ela já estava caindo pelas tabelas de tanto sono. E com ela no colo, fiz a mamadeira, levei pro quarto, liguei a TV em um desenho que ela gostava e liguei pro Rogério. Chamou um milhão de vezes e nada, mas eu continuei insistindo. Depois de muito tentar, ele me atendeu.

📱 Rogério 📱

Rogério, tá onde?

No Zé.  *vozes de mulheres ao fundo*

Tá. A Nanda quer dormir com você, tá chorando muito.

10 minutos to aí.

📱 FIM DA LIGAÇÃO 📱

"Olha, eu tenho que ter muita paciência pra não largar tudo, sabia? Tá muito difícil." Pensei comigo e desliguei o telefone na cara dele.

Aproveitei que ela estava entretida olhando o desenho e peguei o Nathan, para a missão impossível de dar banho nele sem que ele despertasse.

Como ainda estava de biquíni, com ele no colo, entrei no chuveiro junto, ele acordou, mas parecia um pouco longe, chegou a ficar engraçado.

—Tá frio, mamãe. — ele disse rindo e levantando a cabeça.

—Tá, filho? Mamãe vai esquentar.

— Fé. — ele deitou com a cabeça novamente em meu ombro enquanto a água caia em nós dois.

Dei uma gargalhada depois que entendi o que ele tinha falado. Aprendeu com quem né? Fechei os olhos e deixei um pouco a água cair, lembrei de toda a luta que tive com os dois até chegar aqui e chorei um pouco. Precisava.

Saímos do banho e o Nathan não estava tão elétrico como eu pensei, arrumei ele, e botei pra deitar com a irmã, enquanto eu me arrumava e ia fazer a mamadeira.

Uma coisa que eu acho incrível é que eles não são de brigar e nem de sentir ciúmes, que nem criança nessa idade tem. E quando eu boto os dois pra dormirem juntos, como hoje, eles até seguram a mão um do outro. Eu, mãe babona que sou, fico emocionada.

Enquanto eu fazia a mamadeira do Nathan, ouvi uma moto parar, em seguida, o cheio de bebida entrou, logo depois veio o Rogério.

— Boa noite.

Vocês responderam? Porque eu não. Saí da cozinha em direção ao quarto e ele me acompanhou.

— Se você tá achando que vai deitar na minha cama com esse cheiro, você tá muito enganado. — entrei no quarto e deitei na beirada, entregando a mamadeira pro Nathan.

Assim que a Nanda ouviu o outro barulho na porta, levantou e sentou na cama.

— Oi filha. Papai chegou! — ele veio pro lado dela.

— Oi papai. Demorou e tá com cheiro ruim. — segurei o riso ao ouvi-la, mas não aguentei quando ela olhou pro Nathan e os dois começaram a rir.

Rogério ficou meio sem graça e passou direto pro banheiro, eu e as crianças ficamos vendo desenho. Nanda sentada na cama, e Nathan deitado segurando a mamadeira com uma mão, a outra segurando minha pulseira. Ele é quase nada espaçoso.

— Vê se eu to cheiroso agora? — ele saiu do banho depois de algum tempo e deitou na outra beirada.

— Agora sim, pai. Você tá maneiro. — deitou com a cabeça no peito dele e o resto do corpo na cama.

Nathan, por sua vez, largou a mamadeira e foi fazer o mesmo, só que deitou no braço. Eu amava viver aqueles momentos, amava ver aquela cena, mas hoje, excepcionalmente, eu estava incomodada.

— Chama a mamãe pra vir pertinho também. — ele falou pras crianças.

— Vem, mãe. — me chamaram em coro.

— Daqui a pouco eu vou.

— Venhagora, Manuela. — Nanda disse fazendo bico.

— Quem?

— MAMÃE! — falou alto e rindo.

Não aguento com essas crianças que eu fiz, meu Deus. Me ajeitei na cama perto deles, mas não muito pra não chegar perto do outro. Ficamos vendo desenho até que eu dormi.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora