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Depois de fazer o bate e volta em Coroa, cheguei morta com farofa em casa e ainda tinham muitas coisas que eu precisava terminar.

Tomei um banho, vesti uma roupa normal, comi e comecei a faxina na casa. Como mais cedo eu havia me dedicado somente a tirar as roupas do Rogério do armário, agora a noite, vou tirar todas as fotos, o videogame, os quadros colecionáveis do Fluminense, enfim... Nem de futebol eu gosto.

Terminei a faxina por volta de umas 23h40, mudei todos os cômodos de lugar, a casa era outra e nada mais tinha o "toque" dele. Hoje mais cedo, antes de levá-los, fui lá embaixo buscar um chaveiro e o pedi pra trocar todas as fechaduras. Pronto! Ninguém além de mim entra nessa casa.

Meu telefone ficou desligado o dia inteiro, e eu soube que a Rafaela ligou milhões de vezes pra minha mãe, e em todas as vezes, minha mãe atendeu, disse que eh estava bem, mas não queria falar com ninguém. E sim, é isso... Não quero falar, só quero fazer.

Por volta de 01h da manhã, eu saí de casa. Botei todas as coisas dele na caçamba da Strada e fui pra praça. Conheço muito bem o movimento em dia de baile, então, a essa hora o fluxo é subindo pra quadra, a praça fica vazia e eu preciso disso.

Ao chegar lá, descarreguei o carro e o estacionei mais pra frente, virado bem de frente pra rua que me leva pra fora da comunidade. Porque é isso mesmo, eu vou voltar pra Coroa ainda hoje.

Arrastei um tambor de lixo até o meio da praça, botei todas as coisas dele, fui até carro e peguei o galão de gasolina que tinha enchido mais cedo. Comecei a jogar em cima das coisas, bem em cima, pra garantir que tudo ficasse bem molhadinho e o fogo pegasse de verdade. Ainda dei aquela sacudida no galão, pra garantir que não tinha sobrado gota alguma, então, risquei o fósforo e ateei fogo. Sem medo, sem mistério!

Por alguns minutos, fiquei observando aquelas chamas lindíssimas subindo, fazendo um carnaval.

Algumas pessoas que subiam pro baile diminuíram o passo pra ver, e assim que ouvi o som das motos. Eu virei pra onde elas vinham.

— Que isso, Manu? — eu não sabia o nome do rapaz, mas eu tinha certeza que era um dos homens do Rogério, pois já tinha visto o rosto dele.

— São as coisas do seu patrão. — disse simples. — Pede pra ele vir buscar, por favor? — sorri.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora