28

2.5K 184 5
                                    

— Me solta, porra. Sabe que não sou de briga. Ainda mais com essa foda mal dada aí. — eu falava com Rafaella.

Stéfany veio pra cima de mim falado em árabe, porque não entendi nada, enquanto eu debochava dela, e o Rogério segurando. Jacaré veio do nada e ficou na minha frente.

— Colfoi irmão, controla tua mulher aí. Que eu controlo a minha aqui. —  agarrou na minha cintura e me levou um pouco mais pro meio. — Você também, hein?!

Eu não era mulher do Jacaré, ele sabe, mas fez pra acabar o assunto logo. Rogério ficou um tempo parado olhando pra minha cara, enquanto o Jaca mantinha a postura dele, serinho.

— Viajou. — pude ler nos lábios do Rogério quando ele saiu de perto da mesa.

Stéfany foi atrás dele e eu fiquei plena, curtindo meu samba. No intervalo do pagode, nem dancei muito, as pernas estavam moídas.

— Vou embora, tá? — falei com o Jaca e olhei pro relógio. — Pode ficar aí, sem problemas.

— Te levo lá, po. — tomou o gole da cerveja.

— Tu que sabe. Não quero atrapalhar.

— Tá mandada? Tu nunca me atrapalha. — me deu a mão.

Me despedi do pessoal, fui com ele de mãos dadas até a moto. Ele parou no portão de casa e nós ainda ficamos conversando um pouquinho, quando estávamos dando nosso beijinho de despedida, ouvi outra moto se aproximar.

— Tu é uma piranha, Manuela. — gritou sem saltar da moto.

— Tá achando que tá falando com quem, mermão? — botou a mão na minha cintura, fazendo com que eu me afastasse e virou pra onde estava a moto do Kid.

— Defende piranha mermo, po. Tá contigo e com geral. — respondeu e eu segurei. Balancei a cabeça negativamente e ele não disse mais nada, ele sabia que eu ia me defender bem.

— Sou mesmo. Tá ruim? Corta o braço e enfia no cu. Nunca fui sua mulher, po. Você que é um emocionado do caralho, fica pegando qualquer coisa e quando conhece uma mulher de verdade, fica aí, apaixonado, achando que é namorado. SE MANCA! — gritei nessa parte. — Dou a minha buceta, não pego a sua emprestada. Tá com orgulho ferido porque eu não te quis? Se mata lá com aquele resto de aborto. — a essa altura, todo o pessoal do meu beco já estava na janela né?! Foda-se.

— Tá fodida tu, e esse merda aí. — ficou sem argumento e acelerou, sumiu.

Fiquei com receio de deixar o Jacaré sair dali depois disso, mas acho que pela lei, eles não podem fazer nada um com o outro, e nem devem. Melhor caírem pro desenrolo e deixar por lá.

— Vai dormir que amanhã tu trabalha. Esquenta cabeça pro que ele falou não, po. Tu vive a tua vida do jeito que achar melhor, por isso me amarro na tua. — me deu um selinho, botou o capacete e saiu.

Entrei em casa e fui direto pro banho, botei só uma calcinha e deitei. Meu celular começou a tocar, olhei e era quem? Duvido. Rogério.

📲 Rogério 📲

Qual é a tua, mano?

Nenhuma.

Tu tá com ele?

Te interessa?

Porra Manuela, por que tu não me dá uma chance?

Não quero. Eu sou piranha, po. Tô com ele e com um montão. Vai se tratar! Você precisa de um psiquiatra, po. Bipolar!

Não é possível, tu faz as coisas pra me provocar e não quer? Se foder.

Te provocar? Tu é o que? O centro do universo. Apaga meu número, Rogério. Me liga mais não.

📲 Fim da Ligação 📲

Desliguei na cara dele e botei o telefone no modo avião. Eu hein, chato pra caralho.

Ele nunca vai conseguir nada comigo desse jeito, se ele soubesse o nojo que eu tenho dessa Stéfany, ele nem respirava o mesmo ar que ela.

Ele é gostoso? É. Fode bem? Fode. Chupa bem? Chupa. Mas eu posso achar alguém melhor, ele não é o último homem do mundo e eu não vou mesmo me igualar a essa merdinha de menina. Ele podia estar com qualquer mulher desse morro, mas aí cisma com isso.

E pra cada escolha, uma consequência. Tá aí a dele.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora