DONA DE MIM 💋

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1 SEMANA DEPOIS

Graças a Deus, hoje é sábado. Passei a semana toda em busca de um bom ponto pra loja, e achei. Não tive um dia de folga, estou só o pó. O problema é que vou precisar fazer uma reforma e isso demanda uma graninha, né? Mas como não tem jeito. Vamos à luta.

Essa semana as crianças dormiram comigo na minha cama todos os dias. Novinho chorou, hein. Mas ele entendeu...

Amanhã tenho que entregar as crianças pro Rogério, vai ser a primeira semana do nosso trato, e eu já tive que dor de barriga pensando nisso. Mãe é bicho bobo, né?

Nem levei as crianças pra minha mãe hoje, fomos ao shopping comprar algumas coisas pra eles levarem à essa viagem com a minha mãe no final da próxima semana.

Estávamos voltando pra casa, passando pela praça, quando o Nathan viu o Henrique, em cima da moto conversando com alguns meninos e começou a gritar dentro o carro.

— Mãe, tio Rick! Tio Rick. Para aí.

— Eu sei, filho. A mamãe tá vendo ele. — falei rindo da euforia dele. — Calma!

Henrique, ao ver meu carro, se afastou dos meninos e veio até a janela na moto. Nathan praticamente se pendurou na janela e eles se cumprimentaram com um aperto de mão que é só deles.

— E aí, Nathanzin. — Henrique falou. — Oi Nandinha, comprou muita roupa com a sua mãe?

— Comprei, tio. Ela comprou um tantão de coisa, acho que vai ter que jogar fora as velhas. Comprou até presente pra você. Eu que escolhi. — falou toda boba.

— Tio, me leva pra casa de moto. Por favor? — Nathan interrompeu a conversa.

— Sossega aí, Nathan. A gente já tá quase chegando em casa, filho.

— Eu te levo pra andar de moto mais tarde, campeão. Na hora que a gente for na lanchonete. Show?

— Eu quero agora, é rapidinho. Deixa, mãe. Deixa, tio.

— Pode, Manuela? — Henrique falou serinho.

— Vai lá, Nathan. Vai lá! Devagar, Henrique.

Eu nem terminei de falar e o Nathan já estava na moto, saiu pela janela e tudo. Um alvoroço que só com o Henrique, tenho até ciúme, eu hein.

Liguei o carro e vim com a Fernanda pra casa, ela estava cansada, bateu perna a beça, me fez entrar em todas as lojas de roupa, enquanto o Nathan me perturbava pra andar naqueles carrinhos. Ih, hoje foi uma loucura.

Assim que eu entrei no beco, Rogério passou de moto. Na hora, só buzinei e entrei. Estacionei na frente da garagem, desci a Nanda do carro e logo em seguida, Henrique e Nathan chegaram.

Todo mundo me ajudou com as coisas, botamos tudo na sala e depois eu ia arrumar. Peguei o presente que a linguaruda da Fernanda contou pro Henrique e eles entregaram.

— Toma, tio. — Nanda falou toda metida. — Amanhã você já pode usar.

— Além de falar que tinha presente, ela ainda fala o que é... — dei risada.

— Deixa ela, po. — ele falou todo bobinho, enquanto abria o pacote. — Caô, Manuela. — me olhou sorrindo, parecia que era mais uma criança na casa.

— Gostou, tio? Gostou? — Nathan sentou do lado dele e ficou olhando também.

— Muito, campeão. Vocês sabem muito. — eu acho muito engraçado e muito legal o fato do Henrique não xingar perto das crianças.

Deixei os três na sala, vendo presente, roupa, enfim... E fui agitar alguma coisa pra comermos.

— Ué, vai fazer janta? — Henrique perguntou.

— Todo mundo já bateu meta de lanche essa semana, né? — falei rindo.

— Poxa, mãe. Achei que a gente fosse comer batata. — Nathan falou. Eu nunca vi um menino tão viciado em batata frita, sinceramente.

— Mãe, eu quero um ovinho com arroz. — Fernanda falou.

— Hmm... Ovinho com arroz pode ser. — Nathan logo mudou de ideia.

— E feijão também! — completei.

— Ah não... — os dois responderam juntos.

— Tem que comer feijão, galera. Se não, fica fraco, po. — dessa vez, quem falou foi o Henrique.

Adiantei a janta, enquanto eles brincavam na sala. Depois, fui com eles pro meu quarto, tava muito cansada pra ficar vigiando um em cada banheiro. Nathan tomou banho primeiro, depois foi a Fernanda, vesti seus respectivos pijamas e depois descemos. Pra minha surpresa, a sala estava arrumada, nem parecia que tinha sido palco da brincadeira deles.

Ficamos os 4 na cozinha, enquanto eu fazia o tão desejado ovo deles. Todo mundo comeu tudo, inclusive o feijão que não é muito bem-quisto entre eles. Nem o Henrique gosta muito.

Mais tarde, depois das crianças terem dormido, voltei pra sala pra ficar um pouquinho com o meu dengo.

— Cara, tu é foda. — ele falava enquanto olhava pra chuteira que havíamos dado de presente pra ele.

— Gostou? — dei um selinho nele. — É pra te dar sorte amanhã.

Eu não sou muito ligada a futebol e todo mundo sabe, mas o Henrique é simplesmente viciado. E como nesse domingo começa um campeonato aqui do morro, eu resolvi comprar uma chuteira nova pra ele. Toda preta, do jeito que ele gosta.

O bichinho ficou igual criança, cara. Com toda certeza vai dormir com a caixa da chuteira do lado do travesseiro, já tô até vendo.

— E pra me dar sorte, tu também vai, Manuela?

— Já não disse que vou?

— Eu não levei fé, né. Tu nem gosta de futebol.

— Vou por sua causa. Vou levar as crianças, inclusive. — falei bocejando.

— Tá cansada, né Manuela?! Vou meter o pé, amanhã você ainda vai acordar cedo pra me ver... — falou se levantando.

— Depois do futebol... Tu vem dormir comigo? — abri um sorrisão pra ele, que abaixou novamente, ficando com o rosto bem próximo do meu.

— Você tem dúvidas? — puxou meu lábio inferior. — Mó saudade do amor da gente.

— Nem me fala. — respirei fundo. — Fico arrepiada só de imaginar. — sussurrei a última parte.

— Melhor eu ir, porque tu não sabe brincar. — nos demais mais um selinho e eu levantei para acompanhá-lo até a porta.

Depois de fechar tudo, tomei meu banho e me aninhei junto aos meus filhucos. Liguei o ar porque né? Três pessoas numa cama de casal, não vai tá dando certo. Peguei meu celular, depois de algum tempo e tinha mensagem do Rogério. Fiquei sem entender.

📱 Rogério📱

⏯️ "Na moral, eu tô tentando ser maduro como tu me pediu, tá ligado? Mas porra... Meu filho dando rolê com o Novin é esculacho."
⏯️ "O filho da puta ainda buzinou pra mim."
⏯️ "Tu chama muito a minha negativa, tá mandada."

FIM DA CONVERSA

Vocês responderam? Pois bem, nem eu. Botei o celular pra carregar, abençoei as crias, botei a luz da led bem baixinha e dormi muito bem.

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