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Ficamos trocando uma ideia enquanto o Rogério não voltava com as cervejas, Rafa chegou com o viado e a mãe dela. Minha sogra veio junto com o Renan e com o Rogério. Evelin, Tiguin e Jacaré chegaram também é umas meninas que colaram na última social e uns amigos dos meninos também. Pronto! Tudo em casa.

Meu padrasto ficou na churrasqueira e os meninos lá com ele, botei um pagodinho pra trocar, sentei com as meninas e meu viado. Minha sogra, minha mãe e minha tia ficaram mais afastadas, numa mesa perto da churrasqueira.

— Eu não aguento mais. — Evelin lançou do nada.

— O que foi, garota? — perguntei assustada.

— Tá tudo muito estranho com o Tig, não sei se são as coisas em casa, na firma. Ou se ele arranjou alguma amante por aí.

— Ué, outra? — Rafaella disse no automático e eu olhei reprovando. — Digo outra porque teve aquela da briga. — disfarçou.

— Alguém que ele tenha sentimento, não esses lanchinhos que todos eles tem. — Evelin completou.

— Todos eles não, né? Vamos com calma. — falei. — Não tenho nada pra falar do Rogério até agora.

— Vamos mesmo, né? — A Luan falou e a mesa toda riu. A Luan é bicho de um desses mavambos da alta, cara com costas quentes, mas a gente nunca vai saber quem é, porque ele morre sem contar, só sabemos que o malote que ele ganha é altíssimo.

— Luan, você recolhe. — ri. — Mas eu não acho que o Rogério tenha mulher na rua não, posso estar sendo enganada, até porque a corna é sempre a última a saber, mas ainda assim, acho que não. Vagabundo não ia perder tempo pra me ver fodida.

— Desconfio do Renan, mas do Rogério não. — Rafa concordou.

— Tá, gente. Enfim... Tô infeliz, mas não consigo sair dessa. Não tenho pra onde ir.

— Tu para que se você quiser, tem aqui, tem a sua irmã, fazemos vaquinha pra alugar um lugar pra você, até parece que caiu da mudança tu. — olhei pro lado e o Tiguin me olhava estranho, igual no baile. Eita puta que pariu. Tô começando a ficar com medo.

— Até a minha casa você tem, mona. Para! O ruim é só se ele não aceitar o término. — ficamos quietas por um tempo.

— Vocês não sabem falar coisa boa não, eu hein? — rimos. — Muda o assunto. — falei puta.

Tô sentindo o Rogério super estranho, e acho que ele sacou que o Tiguin não para de palmear aqui. Mas papo reto, tá chatão já, tô até desconfortável. Pior ainda vai ser se eu me embucetar aqui, vai ficar ruim pra ele e pra mim, porque tenho certeza que a Evelin vai ficar puta é comigo, né com ele.

Depois que geral almoçou, minha mãe falou que ainda ia pro forró, então, fui logo cantar os parabéns. Cantamos, tudo direitinho, e o Rogério sumiu no meio, fico igual surtada procurando mesmo. Do nada, voltou ele lá da sala, todo tímido, todo mundo olhando pra mim e pra ele.

— Acho que já passei de todos os limites de cabaço contigo, né? Já fui emocionado, surtadão, o filho da puta, o descontrolado, tudo de ruim. Mas também já me redimi disso tudo, né memo? — concordei com a cabeça. — Então, preta. — coçou a cabeça, tava todo tímido. — Sei nem o que falar pra tu, só que te amo mermo, tá ligado? E que agradeço muito por ter uma mulher maravilhosa do meu lado, por poder dormir e acordar contigo todos os dias, e queria te pedir uma parada. Tá pronta? — eu ria de nervoso e ele também. — Quer casar comigo?

Foi aquela gritaria toda, bateção de palma, minha mãe e minha sogra chorando, Jacaré, Renan e Rafaella gastando minha onda e o Tiguin com mó carão fechado. Deus me livre, hein.

— Mas é claro que eu quero casar contigo, Rogério. — abracei ele e me deu um selinho. Pegou uma caixinha no bolso, abriu e pôs uma aliança no meu dedo. Peguei a outra e botei na dele, dei um beijinho e sorri. — Você é foda, nunca imaginei. — sussurrei abraçada nele.

— Eu disse que você não ia se arrepender. — sussurrou de volta e me deu um beijo no pescoço. Nos beijamos e segue.

Cortei os pedaços de bolo e servi geral, sentei na mesa linda e comi a beça. Adoro doce.

— Manuela?

— Oi mãe.

— Vem cá, filha. — fui seguindo até o quarto dela. — Cuidado, tá?

— Com o quê, mãe?

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora