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O dia com a minha família na Quinta da Boa Vista foi perfeito. Fizemos o piquenique, andamos de bicicleta, as crianças deram a vida. Eu amo proporcionar esses momentos pra eles, amo viver cada vez mais próxima deles.

Mais tarde, passamos no shopping pra lanchar e os meninos ficaram um tempão no fliperama. Gastaram uma nota, tá? Tomei um ferro dos grandes. Depois de muito desenrolo, consegui convencê-los e voltamos pra casa.

Como tínhamos ido em dois carros, deixei quem foi comigo na minha mãe e fui pra casa. Aos chegarmos em casa, as crianças já foram logo caçando o banho delas, cada um num banheiro e eu tendo que ficar fiscalizando os dois ao mesmo tempo. Quem mandou ter gêmeos, né?

Depois de muita bagunça, banheiros alagados, arrumei os dois e eles quiseram ficar deitados na minha cama, enquanto esperavam o pai deles, que já tinha ligado umas 200 vezes pra saber que horas poderia pegá-los.

Estava arrumando umas coisas na sala, quando escutei barulho de porta, e logo depois, o Rogério me chamou.

— Entra, já entrou ontem. — falei simples e breve.

— Fala. Cadê meus filhos?

— Lá em cima.

— Já é. Não vai olhar pra mim não?

— O que tu quer? Já conheço a sua cara. — olhei pra ele.

— Quero conversar contigo, igual gente grande.

— Não temos nenhum assunto pra conversar. Quer falar da festa das crianças? Já te falei no que eu preciso de ajuda.

— Quero falar de nós.

— Nós quem, Rogério? Tu e Jaqueline? — ri debochada.

— Na moral... Vou pegar as crianças que é melhor.

— Isso mesmo! — virei as costas e continuei a fazer o que estava fazendo antes.

Rogério desceu com eles, cada um com sua mochilinha, me deram beijos de despedida e eu fiquei lá em casa arrumando tudo até tarde.

Depois disso, tomei um banho e finalmente, relaxei no sofá. Peguei o celular e tinham mensagens do Henrique.

[barrostmanuela] rickpjl

Tá maneira n po
Tá linda kk
Da teu papo, saí do plantão agr

Descansou?

Descansei po kkk

N senti firmeza, hein.

Descansei sim, até sonhei ctg

Sonhou o que?

Só te conto se tu deixar eu te ver hj kk

Hm... Vou ver na agenda.
Tô livre.

Tá boba kkk
Tá em casa? Te buscar aí, então

To sim! Vamos onde?

Comer alguma parada
Conversar
Se conhecer
Tu só me usou ontem po
Qro olhar no teu olho maneiro
Trocar ideia

Hahahaha ai ai Novo, tá bom!
Vou trocar de roupa e te espero.

FIM DA CONVERSA

Não fiz nada de maquiagem, só vesti um macaquinho branco, peguei minhas coisas e botei o mesmo chinelo de cedo. Já que o programa era comer e trocar ideia, acho que ficou bom.

Eu estava igual criança esperando pro passeio da escola, já tinha fechado a casa toda e estava em pé na varanda, aguardando por ele, que não demorou muito.

— Tu vai comer onde assim?

— Que?

— Tá bonita pra caralho. — falou com total normalidade. — Eu ia te levar pra comer ali na Casa das Delícias. Agora vou ter que levar no shopping, sei lá, nesses bagulho caro aí.

— Ih garoto, para de bobeira. — subi na garupa dele e, em seguida, ele deu partida.

De lá, fomos direto pra Casa das Delícias. Queria ter filmado a cara das pessoas quando se deram conta de que éramos nós dois, entrando lá. Pegamos uma mesa na parte de dentro e pra nossa sorte, tava rolando uma música ao vivo, voz e violão, uma delícia.

— Vamo comer o que? Pensei numa...

— Torre de batata. — eu completei ele.

— Tu é braba. É isso!

Fizemos o nosso pedido e começamos a conversar. Ele botou a cadeira bem próxima a minha, passou a mão por cima dos meus ombros e eu apoiei a mão em sua perna. Enquanto esperávamos, conversamos sobre algumas coisas. Ele me contou da vida, falou da família de como tinha vindo parar aqui, dos motivos que o fizeram entrar pro crime, enfim...

Nosso pedido chegou e continuamos, comendo e conversando. Contei pra ele do casamento, de quem era meu pai, de como foi a minha vida aqui, falei a beça na cabeça dele e ele na minha. A música ao vivo acabou e foi aqui que nós nos demos conta de como o tempo passou rápido e de como nos curtimos.

O estabelecimento já estava fechando, então, fomos pagar a conta. Ficamos naquele impasse de quem ia pagar o quê, porque sair sem pagar nada, eu não ia mesmo. Por fim, eu paguei a coca e ele pagou a batata.

— Fazer o quê agora? — ele parecia sempre muito inseguro ao me perguntar as coisas, parece medo, sei lá.

— Continuo confiando nas suas escolhas. — estava virada de frente pra ele e aproveitei pra dar um selinho nele, que pela reação, não esperava mesmo.

Ai meu Deus. Será que to sendo emocionada?

— Fico sem jeito de te chamar pras paradas e parecer que eu sou emocionado. — jogou a real, será que leu meus pensamentos?

— Ué, tem nada de errado não. Nada conversado sai caro... — nós rimos juntos. — Tô acostumada com emoção, não sei se você já percebeu.

Engraçado como ele consegue despertar o meu lado mais safado e mais fofo ao mesmo tempo. O que esse moleque tem?

LOOK DA MANU

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