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No dia seguinte, depois de deixa-los na escola, fui pra loja fazer meu meio período, afinal, sócia também trabalha né gente? Vi como estavam as coisas, mandei mensagem pros fornecedores e aproveitei pra ver salões de festa próximos, porque o bonitinho do pai deles não pode mais atravessar pistão.

Mais tarde, fui até o shopping almoçar e gastar um dinheiro que não tenho necessidade de gastar, mas não posso ver nada que quero comprar pras crianças.

Fiz uma compra maneirinha na C&A, até pra minha mãe eu to levando. Adoro chegar lá e ver todos eles de olhinhos brilhando, sabe? Amo proporcionar esses momentos pra minha família.

Cheguei na minha mãe e assim que eu entrei na sala, bateu água, a famosa chuva de verão, que chega sem avisar. Foi uma gritaria danada, as crianças nem aí, e eu gritando com elas mandando entrar. Enquanto minha mãe corria na parte de trás pra recolher as roupas, enfim... Aquelas cenas que só a tradicional família brasileira suburbana pode vivenciar.

- Passa todo mundo pra dentro! – eu gritava da porta da sala, mas eles não estavam nem aí pra mim.

- Vem, manhê! – Nathan me chamou.

- É, tia. Vem pra cá com a gente!! – Ryan, o filho mais velho da Angélica, botou pilha também.

Eles estavam quase me convencendo, não paravam de chamar. Ai, como é bom ser criança, daria tudo pra viver minha infância de novo, só tiraria o meu pai se pudesse, mas enfim...

- Entra, gente! Vocês vão ficar resfriados... – eu falava inutilmente.

- Deixa os garoto brincar, po. – disse um rapaz que passava de moto, bem devagar e sem tirar os olhos de mim.

- Isso ai, tio. – meu filho respondeu.

- Que tio, o quê, Nathan? – eu disse séria, indo em direção a rua. – Você nem conhece ele. Anda, passa pra dentro. Todo mundo! – falei a última parte mais alto e eles vieram comigo.

- Ô tia, a gente conhece ele sim. – O Gabriel falou, enquanto eu dava as toalhas pra eles se secarem, antes de entrar em casa.

- De onde? – falei e arqueei a sobrancelha.

- Ele trabalha ali na curva, tá sempre andando de moto aqui, fala com a gente. Ele é legal. – me respondeu simples.

- É mesmo, mãe. Ele conversa com o dindo... – a Nanda também veio falar. — Eu bem já vi.

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