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Depois de um tempo, como os meninos não voltavam, arrumei uma cama pra Luan no chão, e deitei com a Rafa na minha. Mandei uma mensagem pro Rogério, nem chegou, mas pelo menos mandei.

Custei muito pra dormir, mas quando dormi apaguei mesmo. Acordei preocupada com a Rafaela, porque eu me mexo muito dormindo, mas tava tudo bem.

De manhã, ouvi algumas vozes e levantei. Passei por cima do viado, fui no banheiro, fiz minhas higienes e desci. Rogério e Renan dormindo um em cada sofá e minha mãe na cozinha com meu padrasto.

— Deu merda, né? — foi a primeira coisa que a minha mãe perguntou quando me viu. Fui até a cozinha, dei um beijo nela e fui pra varanda de trás sentar com o Jordão.

Ela pôs a mesa pra nós, e tomamos café juntos. Contei tudo que tinha acontecido e eles conversavam comigo. Peguei o celular da minha mãe mesmo e liguei pra Evelin.

📲 EVELIN 📲

Não quero saber se você quer me ouvir ou não, mas eu como sua amiga, praticamente irmã, tenho que falar, o que acontecer com ele é problema dele. Eu não fiz nada em momento nenhum, eu nunca dei mole pro teu marido, você me conhece demais e sabe que não é só meu feitio ter coisas dos outros. Nunca fiz nada. Tu pode falar qualquer coisa de mim, mas isso não. Te respeito como irmã, como se fosse sangue do meu sangue.

Manuela, não tenho nada pra falar contigo não. Minha vida acabou e a culpa é sua por não sossegar com teu homem e ficar jogando na cara de homem casado.

📲 FIM DA LIGAÇÃO 📲

Fiquei naquelas, arrasada e puta, né. Mas vou fazer o quê? Cada um sabe de si, po.

Voltei pra sala e os meninos já tinham acordado, conversavam tranquilamente, então, sei do lado do Rogério, dei um selinho e ele retribuiu.

Rafa e o viado aparecem na sala também, clima pesado, coisa de louco. Arrumei o café pra eles enquanto conversavam e eu nem quis saber do assunto.

— Os cara não matou porque ele tem contexto, mas tá jurado. — escutei o Rogério.

— Não pode sair da favela, tá de quarentena, perdeu o posto. — O Renan completou.

— E a irmã de vocês? — Rogério perguntou.

— Tá com raiva, dizendo que a culpa é nossa.

— Mas nera ela que tava reclamando dele na mesa ontem? — cheguei na sala, o Luan estava falando, botei as coisas na mesa pra eles e sentei ao lado do Rogério.

— Ela é cega ela, né? Papo de não querer ver os bagulho. Geral já sabe que ele é do contexto dele fazer isso aí. — passou a mão na minha coxa. Olhei pra ele e sorri amarelo.

Eu tô mal mesmo, tá ligado? Só agradeço por eles terem acreditado em mim, mas po, é uma vida de amizade com a Evelin, como ela acredita num bagulho desses e não acredita em mim? Já tirei ela de tanta furada, cara.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora