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— Manu? — senti me cutucar.

— Hm?

— Já botei as crianças pra dormir, vamo conversar.

— Não tenho nada pra conversar. — disse meio grogue de sono.

— Então, arruma a cama aí pra eu deitar contigo.

— Sala. Aqui você não dorme.

— Colfoi, cara. Dormir no sofá é ruinzão, sou grande, não me cabe.

— Caralho, chato! Dorme no chão, pega um colchão lá na minha mãe. Vai pra sua mãe... — sentei na cama. - Pros seus amigos, pra suas piranhas. Tá pedindo pra dormir comigo pra quê? Não tirou minha autoridade e foi cuidar de piranha? Vai pedir abrigo lá, po.

— Fala baixo que as crianças estão dormindo. Deixa eu te explicar, po. Tu só quer me atacar, não deixa eu falar nada.

— Porque você vai mentir... — levantei da cama e fui pro banheiro.

Fiz meu xixi, me sequei, escovei os dentes, prendi o cabelo e voltei pro quarto. Encontrei o Rogério deitado na cama, trocando o canal da TV.

— Preta, deita aqui comigo.

— Eu não vou dormir com você, tu não quer ir pra sala não? Eu vou.

Quando ia pegar meu travesseiro, ele segurou o meu braço com certa força.

— Para de graça, vamo conversar. — revirei os olhos.

— Tá bom, fala. — soltei o braço, sentei na beirada oposta de cama e cruzei os braços. — Fala logo essa mentira que eu quero dormir.

— Teu mal é esse, tu não me dá a oportunidade, po.

— Fala logo, caralho.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora