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MANUELA

— Já é. To descendo. — fechou a janela.

— Que isso? — acordei assustada.

— Tem um parceiro me chamando ali embaixo. — saiu andando.

— Porra. Essa hora? —levantei, botei a colcha enrolada no corpo e fui atrás dele. — Será que deu merda na lojinha? — falei me referindo a uma boca que tem na curva do meu beco, mas ele não me respondeu, saiu e foi até o portão.

Eu fiquei na varanda, preocupadíssima, né? Vai que aconteceu alguma coisa e eles têm que sair de missão agora? Não sei. A gente pensa em tudo nessas horas, ainda mais se tratam dessa vida.

Rogério fez sinal pra mim, e eu fui pro portão também.

— Tu bateu quando na mulher do Edu, Manuela? — falou puto. — Quando foi isso que não chegou no meu conhecimento?

— Que mulher? Isso tem mulher? Conheço não. — não estava entendendo nada, então, forcei a vista pra vem quem era o tal do Edu. — Quem é tua mulher? Isso é hora de vir cobrar isso? Vocês perderam o rumo da situação, né? Chama pro desenrolo, mas vir me acordar a essa hora, tá de sacanagem.

— Tu quer desenrolo? Vamo, então. — falou cheio de marra e o Rogério logo cortou.

— Menor, tu fala direito ca minha mulher, hein. Se ela tá falando que nem conhece tua mulher, ela não conhece, po. Quem dirá eu, querendo mulher dos outros, tendo a minha em casa. — já tava puto pra caralho. — Agora, se adianta aí porque se eu bem sei das paradas, essa hora era pra tu estar no plantão da 18.

— Tu é meu patrão agora? — broncou e eu segurei o Rogério. — Evelin, vem cá.

Assim que ele terminou de falar, a porta do carona abriu e a linda da Evelin saiu de lá, cara tava magoada, tá?

— Ah porra. Vocês tão de sacanagem, né? Bora, Rogério. Vamo entrar. — saí puxando o Rogério de volta pra dentro de casa, mas a lindona resolveu começar a falar.

— Ele tá dando de maluco, porque ele quer me comer e eu não quero dar pra ele. — eu já tinha virado as costas, mas depois do que eu ouvi, tinha nem como.

— Evelin, tu é maluca ou quer 1 real? Toda hora essa porra, vai se tratar, mona. Vai procurar um serviço! Rogério não vai te sustentar, tá bom? E se você não sumir do meu portão com esse iludido aí, vou te dar mais um sono no nariz, vou quebrar essa porra já já. Rogério me segurava, enquanto eu gritava com eles. Balançou a cabeça negativamente olhando pro tal Edu e fechou o portão. — E você, meu amigo, se não tiver uma posição boa no movimento, pode desistir, ela não quer você, ela só quer teu dinheiro. Tu é um otário!  — Rogério tapou minha boca com uma das mãos.

— Garoteou, Edu. Essa aí nem é tua mulher, amanhã te encontro no escritório do patrão pra tu desenrolar isso aí, contar esse papelão que tu fez na porta da minha base, com mulher de bonde. — falou sereno e nós entramos.

— Ah, agora eu faço questão de descobrir quem é a mulher desse cara e falar que a Evelin tá comendo ele. — ri debochando. — Vai apanhar mais uma vez, emocionada do caralho.

Enquanto o Rogério trancava a sala, fui pra cozinha beber uma água, mas não conseguia me acalmar, andava de um lado pro outro que nem uma maluca na cozinha.

— Para, amor. — me segurou.

— Eu quero sumir daqui. SUMIR. — encostei a cabeça no peito dele e ele fez carinho no meu cabelo, enquanto eu chorava de ódio.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora