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Desliguei o telefone e voltei pra onde eu estava, minha cara tava aquela coisa linda, né? As pessoas me olhavam assustadas.

— Tá bem? — Hércules agachou ao lado da cadeira onde eu vou estava sentada.

— Tô. — sorri amarelo.

— Era o teu marido?

— Aham.

— Brigaram de novo?

— Não, não. Dessa vez não... — ele riu e saiu. Tomei o refrigerante e me enturmei no assunto das meninas.

Sabe quando só o seu corpo está presente no lugar? Então, meu corpo estava ali, mas a minha cabeça, duvido. Levantei e fui onde o Hércules estava com uns amigos, pedi licença e o chamei.

— Não fica chateado comigo não, tá? É que eu não estou me sentindo muito bem, então vou pra casa, dar uma descansada. Foi muito bom estar aqui. — dei dois beijos na bochecha.

— Sério? Tudo bem, então. Depois eu vejo como você tá, po. Não queria que você fosse não, mas entendo que é uma fase difícil e teu marido é brabo, né?

— Você não sabe o quanto. — rimos e eu saí.

Voltei na mesa, me despedi das meninas. Dei tchau pro Cézar, pro Max e fui pra casa.

Ao entrar na sala, ouvi uma mulher gemendo, fiquei assustadíssima quando descobri que era a minha mãe. Entrei correndo pro quarto, liguei a TV e aumentei o volume. Que situação! Traumatizante, tá? Deus que me perdoe.

Deixei rolar no canal que estava mesmo, relaxei o corpo na cama e comecei a pensar em tudo que vem acontecendo, em todas as coisas que tenho passado. Será que vale todo esse desgaste? Será que vale dar margem pra outras pessoas entrarem em nossas vidas? Difícil achar essas respostas, tenho que pagar pra ver.

Acabei cochilando. Acordei, levantei e fui pegar um pouco de água na cozinha. Encontrei minha mãe na sala, numa plenitude de invejar.

— Ué filha, já voltou?

— Há muito tempo, mãe. — dei risada lembrando do que ouvi quando cheguei.

— Sério? Tá rindo de quê?

— To rindo de nada, mãe. Pode rir mais não? Tá escaldadona hein, coroa. — fui pra cozinha, bebi a água e voltei. — To pensando em voltar amanhã, o que você me diz? Terça temos médico mesmo.

— Estou a sua disposição, filha. — sentei no sofá e botei as pernas em cima das dela.

— Eu não sei, mãe. To pensando muito em tudo, estou me sentindo insegura de tudo, sabe?

— São os hormônios, logo isso passa. — concordei com a cabeça e fiquei assistindo ao que ela estava vendo na TV.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora