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Acordei, fiz minhas coisas e desci pro ponto. Fui pro curso e depois pra loja, almocei no caminho mesmo, comi só umas coisinhas.

Eu odeio ficar de mau humor, isso é muito raro, mas hoje eu estou. Não posso me dar esse luxo porque meu trabalho exige que eu seja simpática, e esteja sempre de bom humor.

Movimento da loja hoje está fraco, mas já fizemos umas vendas boas. Senti meu celular vibrar no bolso, e peguei.

📩 Jacaré 📩

Fala feia. Vai fazer o q hj?

Nada, bebê.

Posso ir lá na tua casa conversar ctg?

Pode sim. 20h eu estou lá.

Já é. Bj

📩 Fim da Conversa 📩

O que será que ele quer comigo, gente? Que doideira. Terminei o dia de boa, fechei a loja, comprei um saco de jujuba e fui pro meu ponto. O ônibus não demorou muito pra chegar, arranjei um lugarzinho, botei meus fones e comecei a viajar.

Fiquei olhando um casal que estava em um dos bancos a minha frente. Não era aquela coisa de grude, mas ficava nítido, pelo menos pra mim, que eles se amavam, o olhar deles era diferente, uma coisa tão fofa. Me deu até vontade de namorar, de gostar de alguém, de ter isso que as pessoas dizem que é "amor".

Subi meu morro naquela distração de sempre, passei pela praça e aquilo tava lotado como sempre. Olhei pra uma mesinha e o Rogério estava lá, com a Stéfany sentada no colo dele.

— Fala, cunha. - Renan mexeu comigo perto deles. Olhei e cumprimentei sorrindo.

Entrei em casa, deixei as coisas na sala mesmo, tomei um banho, joguei qualquer roupa por cima e fui fazer a janta. Dei uma arrumada na cozinha, e na sala, enquanto finalizava o rango. Tinha acabado de desligar o fogo, quando ouvi uma buzina no portão e abri a porta.

— Entra. — era o Jaca.

Voltei pra cozinha e fui arrumar meu prato, peguei minha coquinha e voltei pra sala, enquanto ele entrava.

— Fala, cabecinha. — me deu um beijo na testa. — Tua coroa tá aí? — neguei com a cabeça e ele deixou as coisas em cima da mesinha de centro.

— Quer jantar? A comida tá fresquinha. — ele concordou na hora e eu sentei no sofá, ligando a TV em seguida, enquanto o esperava.

— Tu cozinha bem, né? Tá maluco. — riu e sentou no outro sofá. Ficamos em silêncio por algum tempo, comendo, até que ele puxou o assunto. — Posso te perguntar um bagulho?

— Fica a vontade.

— Tu quer fazer o quê da tua vida?

— Em relação a que?

— Tu fica com geral, não se apega a ninguém. Quero saber qual é a tua, po. Sem forçar nada, só pra eu saber mermo. Curto muito a nossa ideia, mas também não quero criar apego por você, sem saber qual vai, sabe? Pra não estragar o carinho que nós tem com o outro.

— A minha é essa. Não quero me apegar, po. To bem assim, e é isso. Ainda não senti vontade de ficar sério com alguém, de abrir mão da minha vida de solteira pra colar com alguém. E entendo isso você, no seu lugar, faria a mesma coisa. — tomei um gole da coca. — Não quero te afastar de mim, mas também não quero te prender, sabe?

— Tô ligado. E eu não quero te forçar também não. Entendo teu estilo de vida e respeito. E também quero que tu saiba que eu sou teu amigo, independente de qualquer parada. Se tu não quiser mais que role entre nós, não vai rolar, só me dar o papo e é isso. Carinho e respeito permanecem... — deu uma pausa. — Vai ser uma pena, mas... — deu risada.

— Valeu por isso. Tu é o único que não me tonteia.

Ficamos lá na sala conversando até tarde, vimos um filme maneiro demais e depois ele foi embora. Lavei os nossos pratos e fui dormir.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora