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— Vou falar que não? Já tá dentro do meu quintal, ué. — permaneci em pé, enquanto ele entrava.

— Vai me chamar pra entrar não? — sorriu meio de lado e eu mantive a postura.

— Tu quer falar o que? Desenrola logo. — continuei em pé, olhando fixo pra ele.

— Vamo entrar, po. Conversar na moral, duvido que tua mãe te deu esse educação aí. — revirei os olhos e abri a porta pra ele entrar.

— Por que tu tá negando voz? - sentou no sofá.

— Tenho nada pra falar com você. — dei de ombros e fiquei em pé, no meio da sala, com os braços cruzados.

— Mas eu tenho um monte pra falar contigo, tem como me ouvir?

— Tem, po. É só falar, não sou surda. — fui em direção à cozinha.

— Tu é ignorante pra caralho, isso sim. — veio atrás de mim e ficou encostado no balcão, enquanto eu fazia alguma coisa pra comer. — Eu tô igual a um cabação atrás de você, po. Tem como tu me dar uma chance de mostrar que não sou igual esses filha da puta aí?

— Isso é você que tá dizendo, se tá igual a cabação, foi porque escolheu estar, te prometi nada. — fechou a cara e desencostou no balcão. — Você já começa errado quando vai pra baile de casal com a outra filha do meu pai.  — cruzei os braços e virei pra ele. — Você consegue perceber que tá fazendo igual a ele? E que eu posso odiar isso mais que tudo na vida?

— Calma, po. Eu não sabia que ela era sua irmã.

— Filha do meu pai, não quer dizer que ela seja minha irmã. Mas depois que você descobriu, foi pro baile com ela. Vai falar que é  mentira?

— Não, não é. Mas tu tava na praia com outro macho.

— Rogério, meu problema não é você estar com uma mulher, é estar com ela. Não posso exigir nada de tu, não sou tua mulher e você também não pode exigir nada de mim. Custa entender?

— Manuela, quer saber? Vou meter o pé daqui, pra não me estressar contigo. Acabou a palhaçada, nem te procuro mais. — saiu pisando firme e bateu à porta.

— Quebra, po. Não foi tu que pagou. — gritei.

Achei que ele fosse me mandar tomar no cu, ou voltar pra me dar uma porrada, porém montou na moto e zuniu dali. Comi meu pão, tranquei a porta, escovei os dentes e deitei.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora