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Gelei naquele momento, esse papo de família, de filho, me desestabiliza um pouco. Encostei a cabeça no peito dele e ele começou a me fazer cafuné.

— Odeio quando você não responde as paradas. — respirou fundo.

— Eu quero o mesmo contigo, ué. Mas as coisas acontecem aos poucos. — levantei o rosto e olhei nos olhos dele.

— Mas tu me ama? - botou a mão na minha bunda, me fazendo subir um pouco o corpo.

— Ih, tá jurado? — debochei e ele continuou me olhando sério, até que dei um beijo no pescoço dele. — Eu te amo. — sussurrei.

Comecei a beijar seu pescoço, e ele pôs a mão por dentro do meu short, alisando a minha bunda e apertando algumas vezes. Apoiei o braço no sofá, levantando o corpo e fiquei o encarando por algum tempo até que nos beijamos. Sabe aquele beijo com vontade? Aquele que te envolve, que combina em tudo? Então...

Ele parou o beijo com selinhos e me deu uma mordida no queixo, me deu um tapa na bunda e sorriu. O rádio dele tocou e eu deitei a cabeça no ombro dele.

— Já é, já chego aí. — desligou.

— Que saco eu não poder te aproveitar. — disse me levantando e sentando no outro sofá.

— Fica assim não, preta. — levantou, veio até mim e me deu um selinho. — Mais tarde eu te dou uma recompensa. — rimos.

— Tá. Tá bom. — ele saiu.

Aproveitei pra dar um jeitinho na casa, que nunca fica muito bagunçada porque eu sou chata, hein. Depois disso, tomei um banho, botei uma roupinha melhor e fui no salão onde a Rafa trabalha agora.

O estabelecimento lotado, cumprimentei as monas de longe e sentei em frente ao caixa, onde a tia Marlene estava.

— Casadíssima, então? — ela já veio colher a fofoca.

— Casada e muito bem casada, tia. — logo vi as monas começarem o burburinho. — Pro céu de poucas e pro inferno de muitas. — debochei.

Rogério deve ser um dos homens mais cobiçados desse morro, não sei se pega alguém fora, mas como não descobri nada. Bato no peito pra dizer que é meu sim, e ponto final.

Fiquei lá no salão conversando por um bom tempo, chegou uma mona lá e ficou me olhando super. Acho que é amiguinha da Stefany, mas não dá em nada não.

Assim que a mona saiu, eu saí atrás, mas sem intenção, eu ia no mercado. Mas eu acho que foi Deus quem me chamou.

Renan e Rogério tinham acabado de sentar no bar, a mona foi direto pra lá e sentou na mesa do lado, com o bicho da Stefany e mais duas monas.

— Que lindo. Tá marcando encontro? — cruzei os braços e Rogério levantou.

Acabei de me arrepender do pensamento anterior. E já fechei o tempo ali mesmo.

— Colfoi, Manuela. Sem escândalo, po. — veio andando comigo.

— Ainda não estou fazendo escândalo, Rogério. E nem fala comigo não. Volta pra lá, volta. — virei as costas e fui pro mercado. E ele voltou mesmo, tá?

Eu não deveria sentir ciúmes dessa ai, mas qualquer uma fica puta quando vê o bofe perto da piranha que fez inferno na vida de vocês, né? Sou humana, por favor.

Comprei tudo que tinha que comprar, peguei um mototáxi e subi pra casa. Cheguei e a moto dele estava estacionada, dei nem ideia, fui direto pra cozinha. Rogério devia estar tomando banho, porque nem vi a cara.

Botei uma música na caixinha e comecei a fazer janta, se tem uma coisa que eu amo fazer nessa vida é cozinhar. Nem percebi a presença do Rogério na cozinha, só senti quando ele me deu um beijo no pescoço. Dei de ombros e ele continuou me beijando.

— Quer o quê? — disse ríspida.

— Você, bebê.

— Quer sim... — virei pra ele e estava todo arrumadinho. — Vai aonde?

— Ver jogo com os caras. —  me deu um selinho e eu fiquei parada.

— Ah... — virei pra frente e continuei a fazer janta.

— Vai ficar assim?

— A recompensa era essa? Ah tá. Vou ficar não.

— Vou chegar tarde não, preta.

— Ta bom, po.

— É semifinal, preta.

— Vai! Some! — falei mais alto.

Ele saiu e eu terminei logo a janta, tomei mais um banho, vesti meu pijama, vi um pouco de TV, jantei e enrolei na sala achando que ele ia chegar cedo. Ah tá, não sei nem porquê fiquei acordada. Levantei, tranquei a porta da sala, escovei os dentes, deitei na nossa cama e dormi.

— MANU! —  acordei meio perdida. — MANU! MINHA PRETA! — ele não parava de me chamar. — MANUELA. ABRE, CARA! POR FAVOR! — levantei tonta e abri a porta.

— Da próxima vez, leva a chave. — tranquei depois que ele passou e voltei pro quarto.

Ele foi direto pro banheiro, só consegui escutar o barulho dele vomitando, gemendo de dor. Eu queria levantar pra ajudar, mas não fui, sentei na beirada da cama e fiquei olhando a fresta da porta aberta, conseguia vê-lo agachado no vaso.

— Só faz merda! — falei baixo.

DONA DE MIM 💋 Onde histórias criam vida. Descubra agora