Depois que todo mundo tirou as fotos, chegou minha vez com o Rogério. Ele veio todo cheio de mão, querendo chegar perto e eu mantendo a postura. Assim que tiramos foto nas duas mesas, as crianças saíram correndo pros brinquedos e eu fui falar com ele.
— Você tá procurando e você vai achar. Me deixa em paz! Para de gracinha.
Saí de perto dele e a Rafaela veio atrás de mim. Esse é o primeiro momento que ficamos juntas na festa, aliás, tem um bom tempo que eu e ela não saímos ou até mesmo conversamos. É minha irmã, minha melhor amiga, sempre vai ser, mas tem coisas que eu não confio de falar pra ela.
— Cara... — fomos falar na área de fumantes. — O Rogério só fala de você, de reatar, de que não vai desistir, que tá decidido a não se envolver mais com ninguém, só pra ficar com você de novo.
— Irmã... Com todo respeito. Eu não acredito e também não me interessa isso não, sabe?
— Desculpa, irmã. Mas você não quer dar nenhuma chance pra ele? Nada? Nem conversar?
— Já estamos há 1 ano e porrada separados, irmã. Ele vive com Jaqueline na garupa, ele vive desfilando com mulher. Até Priscilinha Dá Pra Velho ele explanou na garupa. Tu acha mermo que Manuela vai voltar pra ele? A Manuela que tu conhece, pensa bem aí.
— É, realmente. A Manuela de 19 anos que ficou com ele não voltaria, imagina a Manuela de 25, digital influencer, mãe, empresária, dona dela. Duvido.
— É isso, irmã. Dona de mim. Tudo que ele podia fazer pra me afastar dele, ele fez. E da distância que eu estou, não consigo ver nem a sombra do Rogério.
— Ai cara... Queria ser igual a você. Às vezes eu me sinto tão mal, tão sei lá... Eu acho que não tivesse essa coisa de trabalhar o amor próprio. Sinto que dependo do Renan, sabe?
— Agora me diz, depende do Renan pra que? Tem seu salão, tem filial, tem casa própria, tem família, nunca correu de trabalho, estudada pra caralho. Eu hein. Bora fazer uma terapia aí, um negócio pra trabalhar essa autoestima e botar a boca no mundo, filha. Sempre te falei essas paradas, né? Mas sempre fomos muito diferentes. — demos risada e ela concordou. — Desde a adolescência que eu insisto pra você sair disso aí, são 12 anos nessa brincadeirinha, né?
— Treze.
— Pior ainda. — olhei no relógio e já estava na hora do parabéns. — Vamo, irmã. Vamo cantar parabéns.
— Antes da gente ir pra lá... — virei pra ela. — Vamos prometer uma pra outra que não vamos mais nos afastar? Sinto muita falta disso aqui, desses teus choques de realidade, da nossa cerveja semanal, das nossas doideiras.
— Vamos, vamos sim. Afinal, a gente existe na vida uma das outra desde que nascemos. Isso não pode morrer. — nos abraçamos e saímos de lá, indo pra mesa cantar parabéns.
Na hora do parabéns, o Rogério tentou gracinha de novo, e eu tentando não ficar puta pra não sair com cara de cu nas fotos. Ao final, enquanto eu distribuía as coisas, ele estava em pé atrás de mim, igual a um segurança.
— Que merda, hein Rogério. Que saco! — falei virando pra ele. — Sai do meu colo, tá passando vergonha na frente de todo mundo. Tu igual a um carrapato em mim e eu nem aí pra você, todo mundo percebendo. Sem noção nenhuma! — empurrei ele pra passar e ele só riu. Estava bêbado.
Mais tarde, depois da maioria dos convidados irem embora, só ficou a família dele e a minha. Fui separar as coisas que ia levar pra casa e chamei a Amanda, porque também ia mandar umas coisas pra família do Henrique.
— Manu, não precisa. Que vergonha! — ela dizia toda tímida. — Olha o tamanho da caixa que eu vou sair daqui. Ainda tem as lembrancinhas do Léo, as minhas, e ele que tá dormindo.
— Quer uma caixa maior? — eu disse rindo.
— Essa não vai dar na moto, imagina outra. — ela ria e negava com a cabeça.
— Vou emprestar o meu carro pro seu irmão te levar. Fica tranquila!
— Ai, ele vai brigar comigo.
— Se ele falar um "a", manda resolver comigo.
Dona Joelma entrou onde estávamos e foi na caixa que só tinha uma lembrancinha, já saiu metendo a mão.
— Oi, Dona Joelma. Isso aí é da minha sogra. — eu falei e ela me olhou assustada. — Deixa ai, por favor.
— Eu sou o que sua, Manu? — riu disfarçando.
— Avó dos meus filhos, mas não minha sogra. — sorri amarelo e fui até ela, estendendo a mão pra pegar a lembrancinha.
— Mas minha irmã ficou sem...
— Que pena! — ela entregou na minha mão. — Essa eu reservei pra minha sogra. Vê se ainda tem algum lá pra fora, nas mesas. — nem dei muita atenção, voltei a guardar as coisas com a Amanda e ela saiu de lá, nada satisfeita.
— O Juninho disse que você era braba, mas eu não acreditava, até te ver brava. — ela disse, rindo.
— Eu hein, guardei o negócio pra sua mãe, já veio logo pegando, nem perguntou se podia. Bobeira boba, eu hein!
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DONA DE MIM 💋
Teen Fiction(2017/2022) ⚠️ PLÁGIO É CRIME! ⚠️ Minha vida nunca foi exemplo, e nem quero que seja. Saio a hora que quero e volto a hora que acho que devo. Nunca dei satisfações pra ninguém além da minha mãe, e nem pretendo dar. Você acha que tá ruim? Eu só lame...