DONA DE MIM 💋

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ROGÉRIO

Começo a me perguntar se é isso que eu quero viver mesmo, se é esse relacionamento que eu quero pra mim. Não tenho dúvidas do meu amor pela Manu, mas as coisas estão começando a ir por um caminho que eu não quero.

Saí da loja e fui direto pro Cabeleira, pedi um litrão e comecei a beber, os moleques logo colaram, mas eu tava fora dali. Cabeça a milhão, coração naquelas e eu sem saber o que fazer. Levantei, deixei um galo na mesa, saí, subi na moto e guiei pra pista.

Parti pro Arpoardor, sorte que eu to sem nada, esqueci quem eu sou por uns minutos. Estacionei a moto, deixei as paradas num quiosque conhecido e parti pra dar um mergulho. Nada melhor que um banho de mar pra descarregar. Fiquei boiando um tempo, me amarro.

Saí da água, voltei pro quiosque, peguei as paradas e pensei em ir direto pra Coroa, mas fiquei naquela de ir e não ir, acabei desistindo.

Voltei pro morro e parei na loja, geral na praça, tomando um gelo, jogando uma pelada e eu aqui, desnorteado. Subi um balão, recostei em uma das cadeiras e botei o pé na mesa. Fechei os olhos e ouvi alguém chamar.

— Kid? — não reconheci a voz, só sei que é mulher.

— Fala, to aqui.

— Quero falar com você. — entrou.

— Tá de caô né? Tenho nada pra falar contigo não, se adianta.

— Me escuta, Rogério. É sério.

— Tenho nada pra falar contigo, já dei o papo. Quero ter que te dar uma não, po. Tu sabe que eu não curto.

— Eu só quero que você me escute, precisa falar nada não.

— Fala logo. — cruzei os braços.

— Eu vacilei com você, postei a foto no status pra fazer graça mesmo, eu tenho inveja disso que você vive, queria que você tivesse construído sua família comigo, mas... — respirou fundo.  — Vim te pedir desculpas e assumir a minha pica, imagino que o teu estresse todo seja por causa da sua mulher, ela deve estar te odiando pra sempre e eu vou fazer o que for possível pra te ajudar com isso. A sua felicidade continua sendo a minha, porque eu te amo como sempre amei e te ver infeliz é a última coisa que eu quero no mundo.

— Safo. Sabe como tu pode me ajudar?

— Como?

— Sumindo. — deu pra ver que ela ficou um pouco chateada, conheço a peça, nada falou, só virou as costas e saiu.

Tá maluco que vou dar confiança pra essa porra de novo? Caio nesse papinho mole e jogo tudo pro alto mais uma vez. Da não.

Saí da loja e colei em casa, tomei meu banho, fiquei vendo um jogo até certo horário, pedi comida e deitei pra esperar. Já era umas 22h30, ouvi um barulho no portão, levantei, dei uma olhada pela janela do quarto e vi o carro da minha sogra estacionando. Entendi nada e fui pra sala.